quinta-feira, 2 de maio, 2024
28.1 C
Natal
quinta-feira, 2 de maio, 2024

José da Penha

- Publicidade -

Woden Madruga [ [email protected] ]

Um domingo desses, com o título “Valoroso Potiguar,” escrevi sobre o capitão José da Penha lembrando o centenário de sua morte que ocorre hoje. Dizia: “Não sei se haverá celebrações, se a memória de José da Penha será lembrada pelas instituições culturais e políticas do Estado”. Sem intenção acertei, sim, no alvo. Nem Angicos, a cidade onde ele nasceu, até onde consegui me informar, não  programou nada. Pelo menos não se tem uma vírgula sequer de notícia. A Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, da qual é patrono da cadeira 34, permanece em férias. Nonada. As outras instituições culturais desta aldeia de Poti mais esquecida a mesma batida de sempre.

Como a Academia se esqueceu de um de seus patronos, me recorro  ao acadêmico Veríssimo de Melo, de saudosíssima memória, que escreveu o perfil de José da Penha no livro Patronos e Acadêmicos, editado pela Pongetti, Rio de Janeiro, 1972. O prefácio é Luís da Câmara Cascudo. Transcrevo algumas passagens do texto  de Veríssimo:

– O capitão José da Penha foi um bravo homem, altamente inteligente, culto e destemido, mas duramente marcado pelo destino. No dia 19 de março de 1913 desembarcava em Natal, disposto a enfrentar o que ele chamava de “oligarquia dominante” e que vinha desde os tempos de Pedro Velho – o fundador da República.

– José da Penha tinha condições intrínsecas excepcionais para se tornar poderoso chefe político no Rio Grande do Norte, mas, infelizmente, perdeu-se na primeira batalha. A experiência política no Rio Grande do Norte tem demonstrado que nem sempre, na primeira campanha política, os maiores líderes saíram vencedores.

– Iniciando a campanha oposicionista, José da Penha reuniu amigos, convocou os líderes de todo o Estado e deu à sua pregação um sentido nitidamente popular. Orador veemente, violento, muitas vezes, era igualmente imaginoso e astuto, sabendo motivar as massas populares para acompanhá-lo na luta.

– Fez comício no Mercado Público e influenciou os operários da fábrica de tecidos da Ribeira, para deflagrar a primeira greve que registra a nossa história. Percorreu grande parte do Estado e afirmou, em sua terra natal, Angicos, entre outras expressões candentes: “Meu coração tem a dureza daquelas pedras. E com este rochedo de pedras hei de esmagar a oligarquia dominante”.
José da Penha era capitão do Exército, orador, jornalista, filósofo, escritor (publicou vários livros), líder espírita e exerceu o mandato de deputado estadual no Ceará, onde morreu aos 38 anos combatendo os jagunços de Floro Bartolomeu, protegido político do padre Cícero Romão Batista.

Aluízio Alves publicou em livro uma conferência que fez no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, em 13 de maio de 1975, quando se comemorava o centenário de nascimento de José da Penha. O ensaio tem o título de “A primeira campanha popular no Rio Grande do Norte”.

Às folhas tantas, Aluízio escreveu:
“José da Penha Alves de Souza, brilhante capitão do Exército, 38 anos de idade, jornalista, escritor, líder popular de uma campanha fascinante e frustrada, aclamado pelas multidões, bravo ante as ameaças e riscos (…) Fez da palavra uma semeadura de esperança”.

Garibaldi
O ministro Garibaldi Filho, que é admirador de José da Penha e devoto de São José, padroeiro de Angicos e guia das chuvas, estará  no final da tarde de hoje em São José de Mipibu para inaugurar a agência da Previdência Social. Vai dar muita gente, incluindo o pessoal da política nesta excitante entressafra de ano eleitoral.

Copa e sexo
Deu na coluna de Ancelmo Gois, de O Globo:
– O mercado nacional de sexo prevê bons negócios na Copa. Com muitos estrangeiros em Florianópolis, por conta do congresso técnico da Fifa, o Bokarra Club, do ramo da saliência, fez uma grande campanha publicitária pela cidade, inclusive patrocinando um caderno de um importante jornal local.

Livro
Dia 25, terça-feira, coisa das 17 horas, na Livraria da Cooperativa Cultural da UFRN, tem o lançamento do livro de Adriel Fontenele Batista, O sumário das armadas: guerras, missões e estratégias discursivas na conquista do rio Paraíba. Tem o selo da Editora da UFRN.

Inverno, sim
Depois de dois dias de reuniões  os meteorologistas dão a boa notícia: O Rio Grande do Norte terá chuvas nos meses de março, abril e maio. Em algumas regiões a média ficará acima de 600 milímetros. O anúncio foi feito na manhã de ontem, após o encontro realizada no auditório da Emparn.

Na matemática dos meteorologistas, o quadro que se pinta para o período é de “45% de chances de inverno normal, 30% abaixo de normal e 25% acima do normal”. Nas contas de mestre Gaspar, somando 45 com 25, teremos 70% de chances de  inverno normal. Para o doutor Paulo Balá, peagadê nesses mistérios da natureza, já estamos na pegada do inverno.

Onde chove

No boletim de ontem, a Emparn registra chuvas médias no Oeste e finas do Seridó e no Agreste. As melhores foram em Olho D’água dos Borges, 14, Tabuleiro Grande, 11, Umarizal, 10, Viçosa, 9,7 milímetros.

Pelas terras do Sertão Cabugi tem caído umas chuvas boas. Esta semana, de  terça para quarta, na fazenda Barra da Cruz, do doutor Alexandre Wanderley, entre Fernando Pedrosa e Angicos, caiu uma de 80 milímetros fazendo a alegria dos rouxinóis.

Dinamarca
Manhã bem cedo de ontem, o galo ainda ensaiava o terceiro canto, atendo telefonema de Manoel Belo: “A Barragem Dinamarca está sangrando, festa em Serra Negra do Norte”.

A Barragem Dinamarca, que estanca as águas do Rio Espinharas que vem da Paraíba e lá na frente se encontra com o Rio Piranhas, tem capacidade de armazenar 8 milhões de metros cúbicos. Imagino a alegria de Pery Lamartine.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas