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José Dirceu avisa que vai romper silêncio e quer lutar pela anistia

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São Paulo (AE) – O ex-deputado José Dirceu (PT-SP) afirmou ontem que participará do 3.º Congresso Nacional do partido, agendado para 6, 7 e 8 de julho. Em texto publicado no blog que mantém na internet, Dirceu destacou ainda que romperá o silêncio sobre a legenda e que não “abrirá mão” da filiação.

“Considero que devo encerrar meu período de silêncio sobre o partido”, disse ele, que deixou o governo do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva após ser envolvido, pelo presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, em denúncias de que seria o chefe do esquema do “mensalão” e, meses depois, teve o mandato de parlamentar cassado.

“Participarei do 3.º Congresso Nacional do PT com a disposição de reconhecer meus erros políticos e de contribuir para que o PT se reforme, como sempre o fez, e se prepare para os próximos 20 anos”, destacou.

Dirceu continuou: “Não vou participar de chapas ou da disputa de cargos, mas da avaliação dos últimos dez anos e do debate sobre o futuro do partido, assumindo minha responsabilidade política sobre os 12 anos decisivos em que fui secretário-geral e presidente do PT.”

De acordo com o ex-deputado do PT de São Paulo, a cassação do mandato foi uma “violência política” e, se ele quisesse, poderia ter renunciado e reconquistado a cadeira no Congresso nas eleições de 2006. “Não o fiz porque sou inocente, jamais aceitaria fugir do enfrentamento com a direita e, acima do meu mandato, estava a defesa do PT e do governo”, afirmou. “Essa luta continua. Vou provar minha inocência na Justiça. Quero ser processado e julgado o mais rápido possível.”

Dirceu disse também que voltará a combater pelos direitos dele nas ruas e no Legislativo e que aceita, “com gratidão e honradez”, os pedidos pela anistia e o apoio que estaria recebendo de movimentos sociais, siglas de esquerda, sindicatos e setores intelectuais e empresariais.

“Tenho o direito, que conquistei durante 40 anos de luta política e social, partidária e parlamentar, de continuar contribuindo com a luta do povo brasileiro por sua libertação e soberania”, destacou.

“Quero continuar colocando meus conhecimentos à disposição do desenvolvimento nacional. Sou petista e participo do projeto político do partido que reelegeu Lula, com um programa que representa a nossa luta, a luta de várias gerações pela democracia e pelo socialismo”, acrescentou.

Segundo o ex-deputado do PT, o programa vitorioso de Lula nas urnas, especialmente no segundo turno, representa a “defesa do governo”, mas também um voto pelo aprofundamento e pela aceleração das mudanças estruturais no País.

Dirceu afirmou que o período do 3.º Congresso Nacional da agremiação coincidirá com a formação do segundo mandato e as tarefas para a implementação de uma política desenvolvimentista.

“Seguramente, exigirá, de todos nós, capacidade de combinar a disputa interna com o apoio ao governo na implantação desse programa”, observou, ressaltando a necessidade do cumprimento de compromissos assumidos nas eleições anteriores, como fazer o País crescer mais aceleradamente e realizar reformas como a política e a tributária, entre outras promessas.

“Tenho dito, e repito, que, da formação de uma maioria, não apenas parlamentar, mas também social, depende a construção de um novo modelo de desenvolvimento, capaz de consolidar uma aliança de caráter nacional, democrático e popular, que fortaleça a soberania nacional, amplie a influência político-cultural dos trabalhadores e faça avançar a consolidação da unidade latino-americana”, complementou.

Ele finalizou: “É com esse espírito que estou disposto a participar, como militante, da vida partidária. Sem, no entanto, deixar a trincheira da luta política pela minha anistia e pela minha absolvição, e sem abandonar a luta social, na defesa do governo Lula e ao lado daqueles que acreditam ser possível transformar o Brasil.”

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