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#JovemPontoCom: o cotidiano nas lentes de Carol

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Vinícius Veloso

Repórter
“Fotografia para mim é conseguir mostrar às pessoas como vejo o  cotidiano. Uma parede que eu acho a cor bonita, um guarda chuva quebrado no meio da rua, coisas assim que normalmente você não teria a atenção quando está andando sem olhar ao redor. Eu queria que as pessoas conseguissem enxergar isso nas rotinas dela”.

Caroline Macedo


Caroline Macedo de 21 anos divide o tempo entre os estudos e a fotografia

Foi com essa simplicidade e empatia à Fotografia, que a estudante de Design da UFRN, e fabricantes de cadernos, Caroline Macedo, de 21 anos,  conseguiu o reconhecimento dos trabalhos fotográficos que faz. Tudo começou em 2012, quando ganhou um  celular e realizou os primeiros registros. “Eu tirava fotos para postar em redes sociais, eram coisas comuns, tipo, a capa do livro que estava lendo, do CD que eu gosto, essas coisas”, afirmou.

O interesse pela área aumentou com o passar dos meses e, Carol, como é chamada pelos amigos, passou a usar a câmera fotográfica do pai, uma Super Zoom da Fujifilm. “Eu tinha um pouco mais de controle sobre a imagem. Podia mexer na cor e no foco enquanto fazia as fotos”, explicou.

E o fascínio não parou por aí. Em 2014, Carol e outras pessoas criaram o Focor, um grupo de fotógrafos que saía uma vez por mês para fotografar pontos específicos de Natal como o Parque da Cidade, Parque das Dunas e o estacionamento do Carrefour, além de outros. O coletivo durou cerca de três anos, e ainda existe em uma rede social, mas não há mais encontros do tipo, de acordo com a estudante.

Durante o período de reuniões, a fotógrafa conseguiu comprar uma máquina mais sofisticada, a Canon T5, oferecendo a ela novas possibilidades de técnicas e de adquirir lentes diferentes. E foi nessa época que Carol teve a oportunidade de registrar a festa de aniversário de uma criança, momentos especiais para as duas. Ela lembra que cobrou muito barato na época, não tinha noção sobre preços. “Era a minha primeira vez né?! Foi uma coisa bem diferente. Eu fiquei nervosa, mas deu certo no final”, acrescentou.

Nos anos seguintes, com uma bolsa na UFRN, a universitária investiu em uma lente de 50mm. Isso a ajudou  a participar de exposições, cobrir eventos acadêmicos, fazer ensaios de casais ou individuais e enviar fotos para concursos. No entanto, não foi só isso que mudou a percepção de Carol. A participação dela em uma oficina do curso alterou ainda mais o conceito do que é fotografia.

Fotógrafa e também fabricante de cadernos a mão, ela começou a executar esse segundo trabalho quando fazia parte da Caroá Design. “Nós estávamos organizando um evento e era preciso arrecadar fundos. O objetivo era criar um bazar e vender coisas produzidas por nós”, contou. Diante desse contexto, uma professora ministrou oficinas de encadernação aos estudantes onde ensinou vários tipos de costura.

Com isso, Carol teve a ideia de usar as fotos autorais em capas de caderno. E deu certo. O produto foi o mais vendido do evento e ela decidiu aliar as duas artes para investimentos futuros. Geralmente, as imagens contidas nos “journals”, estilo de formato do caderno [ela descobriu depois que o nome real era esse], são de objetos do cotidiano: um corrimão de um setor de aulas, semáforos, pingos de chuva, gestos de pessoas, o muro de uma casa, a água da piscina, etc.

A costura foi mudando com o tempo, mas basicamente os princípios são os mesmos, segundo Carol. Além do mais, a diversão e o comprometimento em confeccionar cadernos, permitiu ser chamada para lecionar oficinas no Sesc de Nova Cruz junto com uma amiga. Enquanto conversa com a reportagem da TRIBUNA DO NORTE, a estudante realizava o acabamento de dois cadernos e mostrava as técnicas aprendidas.  A arte dela pode ser encontrada na rede social Instagram através do usuário @cmcadernos para encomendas e sugestões.

Atualmente, a fotógrafa está se dedicando ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e o seu maior sonho no momento é se formar. E mesmo com tantos afazeres, Carol reserva um tempo para escrever crônicas, assistir séries, ir à praia e ao cinema, mas ressalta que muitas vezes tem a mania de pegar alguns hobbies –  como esses – e transformar em trabalho.

Glitteratura
Em 2018, Carol mais a namorada Luiza resolveram criar um clube de leitura para consumir conteúdo LGBT a partir de uma necessidade de conhecer mais sobre o tema. “Criamos o grupo que a princípio se chamava Clube do Livro, mas aí alguém falou glitter, e ficou esse nome [Glitteratura]”, disse rindo. Com a marca criada, integrantes começaram a se reunir mensalmente para ler livros, histórias em quadrinhos e, em breve, web comics.

Dessa forma, em um mundo cheio de oportunidades, momentos, descobertas e cliques, Carol registra ao máximo cenas que, somente os que se desconectam do mundo virtual  – pelos menos por alguns segundos –, conseguem enxergar. Da foto ao caderno, a arte de Carol se espalha.

Nome: Caroline Macedo

Data de Nascimento: 10/09/1997

Idade: 21 anos

Naturalidade: Natal/RN

O que faz: fotógrafa, fabrica cadernos a mão, designer

Hobbies: assistir séries, ler, ir à praia e ao cinema.

“Fotografia para mim é conseguir mostrar às pessoas como  vejo o  cotidiano, mostrar a rotina delas.”
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