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#Jovempontocom: Os saltos elegantes da amazona Beatriz Nunes

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Tales Lobo
Repórter

Elegante, preciso e harmonioso, assim é o hipismo. Foi por esse esporte pouco explorado e desconhecido pela maioria das pessoas que Beatriz Nunes se apaixonou logo aos 9 anos. Hoje com 20, ela leva os valores do hipismo para outras áreas da vida e pretende inspirar e estimular outros jovens com seu amor pelo esporte.

Beatriz começou a cavalgar com apenas dois anos de idade, hoje, a jovem coleciona diversos prêmios no hipismo


Beatriz começou a cavalgar com apenas dois anos de idade, hoje, a jovem coleciona diversos prêmios no hipismo

Bia, como é chamada, começou a cavalgar junto do pai, com apenas dois anos anos de idade. Aos quatro já montava sozinha, e aos seis já competia em vaquejadas. Mesmo com o baixo investimento e pouco incentivo ao hipismo no Rio Grande do Norte, conseguiu brilhar e acumular premiações em diversas competições.

O início

O talento para guiar os cavalos, Bia descobriu na vaquejada. E o bate-esteira (modalidade onde os vaqueiros tentam derrubar o boi em um faixa) também rendeu algumas boas histórias. “Na granja que eu ia com meus pais, as pessoas ficavam treinando e eu resolvi tentar com a Anitta, uma égua que meu pai comprou pra mim. Aí aprendi a bater esteira. Quando eu tinha oito anos cheguei a competir disfarçada de menino. Um menino que ia correr se machucou e eu coloquei a roupa dele e fui no lugar. E deu certo” relembra, enquanto ri da situação.

O hipismo surgiu na vida de Bia por conta de uma amiga que começou a praticar o esporte. No entanto, ela conta que foi difícil convencer a família a entrar na modalidade; “Com seis, sete anos, eu corria vaquejada e descobri que uma amiga minha fazia o hipismo e me interessei. Não fui logo de cara, porque minha mãe tinha medo. Então tive que esperar e comecei só com nove anos e estou praticando até hoje.”

Conquistas
Já no início dos treinos, o talento de Bia ficou evidente. Com cerca de três meses de treinamento ela ficou em terceiro lugar no Campeonato Estadual, saltando 40 centímetros. A segunda competição foi o torneio Norte-Nordeste, realizado em Natal. Bia, na época com nove anos, conseguiu a 6ª colocação geral. “É bom pra uma criança. Tem muita gente competindo nessa categoria” comenta Bia, sempre com um sorriso no rosto.

Com cerca de um ano de prática, Bia conseguiu comprar seu primeiro cavalo, o Falcão (antes competia com os da escola). Com Falcão vieram resultados ainda melhores. “Quando comprei meu primeiro cavalo comecei a saltar 90 centímetros e um metro. Foi quando passei cerca de três anos ficando em primeiro ou segundo nas competições.” cita.

Em 2014, no Campeonato Brasileiro realizado em Recife, Bia conseguiu ficar entre os 10 melhores, mesmo com um incidente que a fez competir sem Falcão. “Fiquei em nono lugar no individual no Brasileiro, mas infelizmente não pude ir com Falcão, pois ele fugiu um dia antes da viagem e voltou mancando. Fui com uma égua que eu mal conhecia e que só tinha montado um dia antes e mesmo assim consegui o resultado.”

Ao todo, Bia contabiliza cerca de 50 troféus, que geralmente premiam os três primeiros  colocados das competições, além de inúmeras medalhas por participar dos torneios. Em meio a tantas conquistas, ela relembra uma especial: “Em uma competição em Fortaleza ganhei o título de Amazona Destaque. Não imaginava que fosse receber, porque eu tinha 10 anos de idade e haviam outras amazonas bem maiores, saltando mais, nem entendi muito bem na época, mas foi importante.”

A influência
Bia é estudante do curso de medicina veterinária, escolha feita por conta do seu amor pelos animais e influenciada pelo seu convívio com os animais da fazenda, especialmente os cavalos. “Sempre pensei em fazer veterinária para ser médica de grandes animais e estar sempre nesse meio. Estar cuidando e ajudando os cavalos. Agora que estou no curso já fico pensando nas atitudes que podem influenciar no hipismo. É interessante começar a estudar sobre eles e perceber as coisas que você sempre viu de uma forma diferente.” revela.

Atualmente, Bia compete com o cavalo Vitorino, ela também afirma que cursar veterinária a ajudou a se conectar com ele; “Antes eu não sabia como fazê-lo entender que eu sou a dona. Tive uma aula de adestramento com cão e gato, mas consegui adaptar pra ele e hoje a gente se entende muito melhor.”

Bia também é praticante de balé. Inclusive iniciou na dança antes mesmo do hipismo e segue até hoje. “Por incrível que pareça eu também faço balé. Desde os três anos. Me ajudou muito também no hipismo em questão da postura e da delicadeza. Não posso ser bruta com o cavalo, mas tenho que manter a postura, e isso o balé exige de mim”

Condições do hipismo
De acordo com Bia, o hipismo no Rio Grande do Norte passa por uma fase de pouco incentivo e interesse dos praticantes;  “J´foi melhor. Quando eu entrei tinha muita gente fazendo, mas o pessoal foi indo para o lado da vaquejada. Tanto que dá época que eu entrei, sou a única que permaneceu.”

Para manter o esporte que ama vivo, Bia revela estar pensando em ações para atrair mais praticantes e desmentir o preconceito de que o hipismo é muito caro para se praticar; “Eu converso bastante com meu treinador, Flávio pra fazer coisas que incentivem as pessoas a fazerem o esporte. Muita gente já julga logo que é muito caro e acaba indo para a vaquejada, mas é a mesma coisa. De início você não precisa ter seu cavalo, pode usar os da escola. Caso veja que tem futuro, compra o seu cavalo, que também não precisa ser o mais caro de todos.”
Nome: Beatriz Nunes de Macedo

Data de Nascimento: 12/05/1999

Idade: 20 anos

Naturalidade: Natal-RN

O que faz: Atleta de hipismo e estudante de Medicina Veterinária

Hobbies: Cuidar dos animais e praticar balé

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