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Juíza determina libertação dos invasores

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VISITA - Rebelo foi prestar solidariedade ao funcionário da Câmara

Brasília (AE) – A juíza da 10.ª Vara Federal de Brasília, Maria de Fátima de Paula Costa, determinou a libertação de 540 integrantes do Movimento de Libertação dos sem-terra (MLST), que foram presos depois de participar da invasão e depredação da Câmara, terça-feira (06). Os 42 líderes do movimento, entre eles, Bruno Maranhão, não foram beneficiados pela medida. O alvará de soltura foi concedido depois de a juíza receber um ofício do delegado da Polícia Federal (PF) Gustavo Cruz Santana em que ele que afirmava não haver elementos para indiciar os 540 integrantes do grupo. Ele ponderou, ainda, que todos haviam sido fotografados e identificados.

A saída dos presos do Complexo Penitenciário da Papuda estava prevista para ocorrer no início da noite. Ela seria feita em oito ônibus de turismo, que haviam sido usados para trazer os manifestantes das cidades para Brasília. Os ônibus foram até os portões do complexo para a retirada dos presos. Antes de ter entrada permitida, os ônibus foram revistados.

Entre os ônibus usados, estava um da empresa B-Tour, que saiu segunda-feira (05) de Imperatriz, no Maranhão, transportando 35 membros do MLST para participar da manifestação na Câmara.

O motorista do ônibus, que se identificou como Filho, contou que a empresa recebeu R$ 7 mil para fazer o transporte. O valor, no entanto, deveria ser alterado, porque o previsto era de o grupo voltar na terça-feira, logo depois da manifestação. No ônibus dirigido por Filho, contudo, havia uma nota fiscal, informando que a empresa havia recebido R$ 1.200, 00 da Associação Nacional de Apoio à Reforma Agrária, a entidade fundada e comandada por líderes do MLST.

Até o início da noite, não havia informações oficiais sobre qual seria o destino dos presos. Um dos detidos depois da manifestação, Aparecido Machado, afirmou que o grupo deveria se dirigir para o Centro de Formação de Trabalhadores do Movimento Sindical, em Louziânia (GO). Antes de sair da Papuda com o grupo, por telefone, ele falou com o Estado: “Fomos humilhados, maltratados”, resumiu.

“Não somos bandidos, mas trabalhadores”, completou. O integrante do movimento culpou o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), pelo incidente de terça-feira. “Ele é um comunista arrependido. Quem deveria estar preso aqui são os sanguessugas e os ‘mensaleiros’”, afirmou, numa referência aos dois escândalos que atingiram o Congresso.

Depois da invasão na terça-feira dos sem-terra na Câmara, com estragos estimados em R$ 150 mil, integrantes do MLST tiveram três destinos. A maior parte do grupo foi presa. Crianças acompanhadas das mães foram levadas a um acampamento do movimento. Outras 29, menores entre 12 e 17 anos, passaram o período num centro para crianças em situação de risco. Os menores somente seriam liberados da instituição com a presença dos pais. A intenção era a de que, depois da libertação dos presos, os pais das crianças fossem até o centro.

MLST promete ressarcir a Câmara dos Deputados

Brasília (AE) – O Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) vai ressarcir a Câmara pelos estragos provocados durante a invasão do grupo, na terça-feira (06), afirmou o advogado de Bruno Maranhão, Bóris Trindade. O quebra-quebra, ocorrido na terça-feira, provocou prejuízos estimados pela Câmara em R$ 150 mil. Participaram da manifestação integrantes do movimentos recrutados em todo o País.

Eles vieram para Brasília de ônibus, fretados ou não, para pedir maior rapidez na reforma agrária. De acordo com anotações encontradas numa agenda apreendida com o líder do grupo, Bruno Maranhão, os gastos com o protesto eram estimados em R$ 82 mil.

“Ele me autorizou a dizer que o movimento vai pagar”, afirmou Trindade, depois de visitar o líder, que continua preso no Complexo Penitenciário da Papuda. Na quarta-feira, numa entrevista, integrantes do MLST não haviam dado garantias de que arcariam com prejuízos. O anúncio do pagamento se deu no mesmo dia em que foi veiculada a informação de que o governo Lula havia liberado para entidade ligada ao MLST, a Associação Nacional de Reforma Agrária, R$ 5,6 milhões.

No início da noite, depois de se encontrar com Maranhão, Trindade elogiou a liberação dos quase 500 integrantes do MLST que não haviam sido indiciados pela Polícia Federal. “Essa história de prender quase 500 de uma vez é piada. Só foi vista durante o nazismo ou durante períodos de ditadura, como a que ocorreu no Chile”, completou. Trindade garantiu que a prisão dos integrantes do MLST, incluindo o seu cliente, foi irregular. “Foi uma prisão de boca. Não foi feita por uma autoridade, mas por um diretor da Câmara. E passadas 24 horas depois do flagrante, o auto de prisão ainda não havia chegado. É uma completa afronta às leis”, disse.

O advogado pediu na quinta-feira o relaxamento do flagrante. Mas agora, ele afirma que não adotará mais nenhuma medida, antes da manifestação do Ministério Público. “Não vou pedir nenhuma liminar.”

Rebelo visita segurança que sofreu as agressões

Brasília (AE) – O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), visitou ontem o coordenador do Departamento de Polícia Legislativa da Câmara, Normando Fernandes. O segurança foi internado na terça-feira com traumatismo craniano e edema cerebral, depois de ter sido atingido por uma pedra na invasão dos integrantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) ao Congresso.

A pancada deixou uma fratura elíptica do “tamanho de um kiwi”, segundo o irmão de Normando, o major do Corpo de Bombeiros, Nilton Fernandes. Depois da agressão sofrida, ele foi induzido a coma, o que reduziu a pressão intracraniana, diminuindo a necessidade de uma cirurgia. Nesse período, Normando foi submetido a três tomografias.

Na quinta-feira, os médicos constataram que seu organismo estava reagindo bem ao traumatismo e autorizaram que fosse para um quarto. De acordo com Nilton, seu irmão lembrou o momento em que foi atingido por uma pedra. Mesmo atingido, o segurança foi caminhando até o centro médico da Câmara, onde teve uma convulsão. Submetido a uma tomografia, médicos descobriram que ele tinha sofrido traumatismo craniano. Ainda não previsão para o segurança deixar o hospital.

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