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Jurados declaram ex-policial culpado da morte de Floyd

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Quase 11 meses após asfixiar com o joelho o negro George Floyd, em imagens gravadas que despertaram uma onda mundial de repúdio ao racismo, o ex-policial Derek Chauvin foi condenado ontem por homicídio. O veredicto representa um marco na conturbada história racial dos EUA. Chauvin, que pode pegar até 40 anos de cadeia, terá sua sentença anunciada em algumas semanas.
Reprodução de vídeo mostra o ex-policial Derek Chauvin
Depois de deliberar por cerca de 10 horas durante dois dias, após um julgamento emotivo que durou três semanas, o júri considerou Chauvin, de 45 anos, culpado das três acusações: homicídio culposo (não intencional), homicídio de terceiro grau e homicídio de segundo grau.
Chauvin pode pegar até 40 anos de prisão, mas provavelmente receberá uma pena menor – a sentença para assassinato em segundo grau é de 12,5 anos, segundo diretrizes do Estado de Minnesota. O tempo de cadeia será determinado após a apresentação de um relatório sobre os antecedentes do ex-policial.
O juiz Peter Cahill também terá de determinar se há agravantes que justifiquem uma sentença maior do que a normal. Entre os agravantes, segundo a promotoria, está a presença de crianças no local quando Floyd foi morto, o fato de a vítima ter sido tratada com “crueldade especial” e um “abuso da posição de autoridade” por parte de Chauvin.
Após a morte de Floyd, o então secretário de Justiça de Donald Trump, William Barr, se recusou a aprovar um acordo judicial que teria enviado Chauvin à prisão por 10 anos. Segundo uma fonte, Barr disse que estava preocupado com a possibilidade de os manifestantes considerassem o acordo brando.
A promotoria encerrou o caso na semana passada, após convocar 38 testemunhas e reproduzir dezenas de vídeos. Em deles, que se tornou viral nas redes sociais, Floyd diz repetidamente: “Não consigo respirar”, enquanto Chauvin continua ajoelhado sobre seu pescoço.
Advogados de ambos os lados apresentaram seus argumentos finais na segunda-feira. A acusação disse que Chauvin tirou a vida de Floyd, em maio do ano passado, ao ajoelhar sobre o seu pescoço por 9 minutos e meio. A defesa disse que o agora ex-policial agiu de maneira razoável e um problema cardíaco e o uso de drogas levaram à morte de Floyd.
Um cardiologista, um pneumologista, um toxicologista e um patologista forense chamados para testemunhar disseram que os vídeos e os resultados da autópsia confirmavam que Chauvin matou Floyd ao comprimir seu corpo contra a rua.
O presidente americano, Joe Biden, disse ontem que havia falado com a família de Floyd na segunda-feira. “Só posso imaginar a pressão e a ansiedade que eles estão sentindo”, declarou. “Eles são uma boa família e estão clamando por paz e tranquilidade, não importa qual seja o veredicto”, disse Biden. “Estou rezando para que o veredicto seja o certo. Acho que será esmagador, na minha opinião.”
O veredicto, lido no tribunal e transmitido ao vivo pela TV, foi anunciado em meio a tensão na cidade de Minneapolis, que teme uma agitação como no ano passado, quando ocorreram violentos protestos após a divulgação do vídeo da morte de Floyd.

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