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Khan Academy produzirá conteúdos para o Brasil

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Carlos Lordelo – Agência Estado

São Paulo – A Fundação Lemann é a mais nova parceira global da Khan Academy. O convênio foi assinado ontem, em São Paulo, e visa a acelerar a internacionalização da plataforma criada em 2006 pelo educador norte-americano Salman Khan, que reúne mais de 3,8 mil videoaulas, além de exercícios e ferramentas de apoio ao ensino e à aprendizagem. Com a parceria, a primeira versão internacional da Khan Academy pode ser em português – hoje o site é em inglês. A Lemann já traduziu 400 vídeos e pretende adaptar mais 600 nos próximos meses. Agora a entidade terá funcionários no escritório da academia virtual na Califórnia e ajudará na produção de conteúdo bilíngue. Pesquisadores da fundação também vão estudar os impactos do uso das aulas de Khan nas escolas. O contrato terá duração de cinco anos.
Salman Khan, com o ministro Aloízio Mercadante: parcerias para melhorar a qualidade do ensino
A Lemann ganhou pontos com Khan porque, além de traduzir as aulas, utiliza o material em salas de aula. No ano passado, o projeto alcançou 10 escolas públicas de São Paulo e Santo André. Em cada uma, a fundação entregou laptops e instalou internet de alta velocidade. A fundação, em parceria com os Institutos Natura e Península, está selecionando mais colégios para expandir a iniciativa: quer chegar a 200 salas de aula e 6 mil alunos neste ano.

O escopo do projeto permanece o mesmo: alunos do 3.º ao 5.º ano do ensino fundamental vão trabalhar com as videoaulas em pelo menos metade da carga horária da disciplina. Eles também vão fazer exercícios em um sistema desenvolvido pela Lemann, inspirado no da Khan Academy.

Segundo o diretor executivo da fundação, Deniz Mizne, a troca de experiências com Salman Khan e os outros 39 funcionários da plataforma educativa ajuda a acelerar a adoção de inovações que podem impactar a aprendizagem no Brasil. “O País está se tornando uma prioridade para eles”, afirma Mizne.

Na manhã de ontem, Khan deu uma palestra para convidados no Museu da Imagem e do Som, no Jardim Europa, zona sul. Ele contou a história de sua academia e se declarou “feliz” por ter encontrado, no dia anterior, a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em Brasília. “Sinto que as pessoas querem se mexer rápido. Me surpreendi com o nível de energia que encontrei”, disse o educador.

Segundo ele, internacionalizar a Khan Academy está entre os grandes projetos para o futuro. “Estamos explorando essa ideia seriamente. Temos dois dos nossos melhores funcionários trabalhando nisso, entre eles a primeira pessoa contratada na história do Google.”

Dilma sugere pesquisas para melhorar o ensino público

Brasília – Este foi o segundo dia da agenda do professor norte-americano Salman Khan no Brasil. Na quarta-feira ele esteve em Brasília e foi recebido pela presidenta Dilma Rousseff.  Segundo informou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a presidenta convidou o educador a firmar uma parceria na realização de pesquisas pedagógicas no país. O foco principal seriam os anos iniciais da educação básica.

De acordo com Mercadante, a faixa etária recebe atenção especial do governo com o Pacto Nacional pela Educação na Idade Certa, acordo formal assumido pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios para a alfabetização até os 8 anos de idade. “A presidenta apresentou para Khan o pacto. Nada acontece se as pessoas não souberem ler e escrever. Temos grande potencial de uma parceria onde Khan está convidado a estabelecer participação conjunta para a alfabetização dessa faixa etária”.

O ministro afirmou que foi reforçada também a parceria com a Fundação Lemann, responsável pela tradução dos vídeos de Khan e divulgação em 200 escolas no estado São Paulo. A intenção do ministério é levar os vídeos aos professores de escolas públicas em todo o país. Os vídeos apresentam de forma didática conteúdos de física, química, matemática e biologia. De acordo com o ministro, são áreas de deficiência de conhecimento. A intenção é que os vídeos sejam apresentados aos professores para que eles melhorem as aulas e, se quiserem, mostrar os vídeos aos alunos.

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