CERTAMENTE, há muitas identificações entre as trajetórias dessas duas mulheres muito especiais. E Khrystal também tem essa força vulcânica. Na vida. Na voz. Carrega uma garganta potente e a firmeza nas decisões, a paixão pela música, que ultrapassa as fronteiras do medo e das dificuldades múltiplas e as raias de uma sociedade desigual e injusta. O ouro está na voz, que Khrystal tem de sobra. O que precisa domar agora? O próprio ímpeto? A própria voz? Sim. Saberá o que fazer. E crescerá ainda mais.
TODAS as cantoras/atrizes tiveram no palco um desempenho maravilhoso. Larissa Luz, destaque-se, é um espetáculo à parte, de deixar a gente de queixo caído. De onde surgiu essa pequena agigantada? Ela realmente atinge um nível de qualidade impressionante quando faz ELZA. É um talento que não tem como não ser percebido e exaltado. Se continuar recebendo trabalhos do nível desse musical já histórico, vai trilhar uma carreira acima da média. Quero conferir e acompanhar a sua trajetória, passo a passo.
NO MUSICAL, um dos aspectos que chamam atenção é o da liberdade de expressão de corpos tão distintos, sem as amarras e padrões impostos absurdamente por uma homogeneidade massacrante trazida para a sociedade. A sexualidade, que beira a androginia em algumas passagens, liberta-se dos grilhões e das medidas artificiais. As mulheres estão inteiras ali e em ação plena. A alma repleta, o corpo total, garganta a mil, sentidos todos soltos no ar. O espetáculo é feito de curvas arriscadas, mas muito acertadas. Vitoriosas. Também há vísceras expostas. E são de todos nós.