quinta-feira, 28 de março, 2024
33.1 C
Natal
quinta-feira, 28 de março, 2024

Lá vem chegando o Alceu

- Publicidade -

Sheyla Azevedo
Especial para o Viver

Aos sete anos, ao sair de sua cidade natal, São Bento do Una (PE), e ir morar na Rua dos Palmares, em Recife, o menino Alceu ficava deslumbrado com a exuberância dos blocos que passavam por lá. Talvez ele não soubesse ainda que viraria a ser um dos maiores expoentes da Música Popular Brasileira, da música pernambucana, do frevo e do carnaval. E, no Carnaval de Natal 2017, ele é um dos cantores mais esperados para fazer a festa do folião, no Pólo de Ponta Negra, nesse domingo de carnaval.
Polo Ponta Negra recebe mais uma vez o pernambucano Alceu Valença, no domingo (26)
“Eu chamava a Rua de carnavalódroma”, relembra. Nessa época, Alceu Valença era vizinho de Nelson Ferreira, um dos grandes maestros do carnaval. “Mas só me arrisquei a cantar frevo por influência de Carlos Fernando, criador do projeto Asas da América, que renovou o gênero nos anos 1980, com diversos LPs dedicados ao frevo”. Foi com ele que Alceu compôs a música “O Homem da Meia-Noite”, canção obrigatória em seus shows, e regravada recentemente no álbum “Amigo da Arte” (2014).

Alceu é praticamente uma divindade no carnaval de Recife, onde ele começou no Bloco Sala de Justiça, no qual mesclava, nos anos 1970, repertório próprio com sucessos de carnaval. De lá para cá no período momesco ele se apresenta no Brasil inteiro. Sem nunca largar mão de cantar em Pernambuco. Semana passada ele levou, pelo terceiro ano consecutivo, o bloco Bicho Maluco Beleza às ruas de São Paulo, num desfile que reuniu mais de 50 mil pessoas. Além de Natal, onde ele marca presença pelo terceiro ano consecutivo, Alceu Valença cantará em Olinda, no Marco Zero – como faz todos os anos. E se apresenta também em Itamaracá e localidades como Rio Doce e Ibura, polos descentralizados do carnaval de Pernambuco. Sem contar que será o grande homenageado do Galo da Madrugada deste ano.

A primeira vez que ele gravou frevos foi no disco “Estação da Luz” (1985), com “Chego Já”, composição própria e “Bom Demais”, de J.Michiles. A partir daí, o Alceu carnavalesco veio com tudo. Um dos marcos desta vertente é o DVD “Marco Zero” (2006), em que foi feito um carnaval esplendoroso em pleno agosto, no Recife. “Como me dizia Jackson do Pandeiro, ‘para cantar frevo tem que ter queixada!’. Nunca fui um tradicionalista, mas gosto de honrar as tradições. No carnaval, canto somente frevos, maracatus, cirandas, caboclinhos, ou seja, os gêneros desenvolvidos no litoral e na zona da mata que acabaram se tornando a trilha sonora oficial do carnaval de Pernambuco.

Para aguentar o ritmo alucinante de apresentações durante o Carnaval, Alceu tem uma receita prévia: “Caminho diariamente 10 mil passos, que meço com um aplicativo do celular. Isso no carnaval e em qualquer outra época do ano. Jamais descuido da alimentação. Não fumo, não bebo, não tomo café, não uso drogas. Pratico a alimentação alcalina que me foi ensinada por minha mulher Yanê. No meu camarim, peço apenas frutas e água. E mantenho o mesmo peso dos 30 e poucos anos. Mas não há nada mais saudável para mim do que estar no palco”.

E é por isso que ele diz que não se importa de trabalhar durante o período em que todo mundo está cantando, dançando, bebendo e beijando na boca. “É ali que me apresento, me exponho, me divirto, me emociono. É claro que os eventos cresceram muito. Nos anos 1980, por exemplo, havia poucos foliões em Olinda e eu curtia bastante a folia, brincava mais do que fazia shows no período. Mas não consigo imaginar um carnaval sem cantar”.

Múltiplo Alceu
A versatilidade do artista Alceu Valença é reconhecida. Afora o show de carnaval, o artista pernambucano tem show de São João, inteiramente dedicados aos gêneros do agreste e sertão, com muito forró, xote, embolada. Tem show acústico, show com a Orquestra Ouro Preto, as “Valencianas”, que transpõe sua obra para a música de concerto, cujo CD/DVD ganhou o prêmio de melhor álbum de MPB no Prêmio da Música Brasileira. E atualmente ele tem o show “Vivo! Revivo!”, somente com repertório dos anos 1970, que acaba de sair em CD e DVD. Sem falar do Grande Encontro, ao lado de Elba Ramalho e Geraldo Azevedo, que também saiu em CD e DVD e que em breve ele disse que trarão para Natal.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas