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Lá vem Flamengo

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Rubens Lemos Filho
Claro que minha antipatia ao Flamengo vem dos assaltos praticados contra o Vasco no Campeonato Carioca e o Atlético-MG na década de 1980 e na Libertadores da América , quando o tresloucado árbitro José Roberto Wright exibia sem pudor a face de fanático frenético. De preto por fora. 
Inconformado por não poder entrar em campo vestindo rubro-negro, expulsou meio-time do Galo no Serra Dourada em Goiânia(GO). Cinco, sendo Reinaldo e Eder, em dois minutos. Estava de pistola imaginária em punho. E foi mandando embora os alvinegros no jogo-desempate. 
Ouso  concordar com o jornal inglês One Football que, em 2017, elegeu: aquele foi o maior crime cometido em campo no século passado. O Flamengo tinha uma máquina, mas, ao correr riscos, sempre contou com Suas Senhorias do Apito. 
Campeão mundial(sem esculhambação) e com futebol lindíssimo, Zico seduzindo o mundo, o Flamengo decidiu o Campeonato Carioca contra o Vasco, que precisava ganhar três vezes em três clássicos: venceu duas partidas emocionantes.
 Quando  apertava para chegar ao empate na finalíssima, um ladrilheiro entrou em campo, devidamente ciceroneado pelos cartolas de vermelho e preto. A tática deu certo: o Vasco esfriou e o Flamengo ganhou tudo em 1981, com a seleção que ostentava. 
Quem tinha Raul; Leandro, Marinho(Figueiredo), Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico, teria representado bem a seleção brasileira na Copa de 1982, com algumas mudanças, Oscar e Edinho na zaga, Falcão e Sócrates no meio, Dinamite e Éder(ou o driblador Adílio) no ataque. 
Sem Cerezo para entregar o jogo chorando igual à beata, seria possível o resultado terminar diferente. A Copa da Espanha é incrível. Qualquer que seja o assunto, até o Campeonato do Afeganistão, com o provável Talibanense de líder, o debate volta à tarde de 5 de julho de 1982. 
Os Trapalhões, Didi, Dedé, Mussum e Zacarias receberam grátis inúmero repertório de Wright jogando com a 12 do Flamengo. Houve a final da Taça Guanabara de 1982 e a Globo pôs um microfone no bolso(nenhuma maldade) de Wright para ele gravar as atitudes dos jogadores. 
O apitador rubro-negro tratou os ídolos Zico e Roberto Dinamite com fidalguia francesa: 
– Vamos colaborar Roberto, me ajude! suplicava. 
– Zico, por favor, não complica, não me dá dor de cabeça! 
O precoce  meia-armador vascaíno Geovani, então aos  18 anos, enxergava a face incoerente do apitador: 
– Ô Geovani! Não brinca não hein! Eu te expulso, moleque, eu te ponho pra fora! 
Ou: 
–  Na próxima é vermelho Geovani, tá fazendo cera, embromando o jogo, catimbando, eu te expulso garoto! 
O episódio do gravador escandalizou o país e olha que a Rede Globo fazia parte da patota flamenguista. Mas as presepadas de Wright o puseram na geladeira e o Vasco acabou campeão carioca. 
O Flamengo hoje também não precisa de sacanagem para ganhar. Tem o melhor time, tem sorte e, quando as chuteiras incomodam, vem lá o VAR para decidir em favor deles. Que, insisto, não carecem jogar sujo.  
No atual Brasileirão, o Flamengo se aproximou perigosamente do Internacional. Sapecou 3×0 no Sport em Recife e ficou a quatro pontos de distância restando quatro rodadas. Não que seja fácil, impossível é  que não é. 
Comentei com Alex Medeiros no Zap:  o Flamengo é bom longe . Se deixar encostar, ele toma. Amanhã é  jogo contra o Olaria Cruzmaltino, antes chamado de Vasco. 
Despeito? Não tenho mais idade para ansiedade com times péssimos, que tanto o Vasco faz desfilar na televisão. O Flamengo, não importam os salafrários do apito, tem time, torcida (seita) e tradição. 
Na segunda metade dos anos 1980, com Geovani, Mazinho, Tita, Mauricinho, Roberto Dinamite e Romário, juntos, o Vasco dominou o Rio de Janeiro dando olé até em Zico. 
Sempre surgia um pênalti de delegacia distrital e o Vasco retribuía com golaços de Dinamite e Romário. O Flamengo está chegando e fica, no mínimo, entre os quatro. Se fizer questão do título, cancela a aposentadoria de José Roberto Wright. 
Luva
 Cobrada pelo que não pode fazer, garantir qualidade ao futebol local, a Federação sai vitoriosa ao nada receber do patrocínio por televisionamento, contrato fechado com a Rede Band TV. 
Vizinho culpado
 Como é mais complicado os clubes se dignarem à autocrítica, jogam a culpa no sofá da FNF, o vizinho responsabilizado pela falta de acasalamento em casa. 
Patrulhamento
 Jornalista patrulhar pensamento de colega é chato. Ninguém vê médico palpitando em diagnóstico de outro. 
Bom 
Os clubes, na pindaíba,  saem felizes, o valor é bem  razoável (600 mil reais) e chega na hora em que a credibilidade está  baixa. ABC e América na Série D é duro. De se ver. 
Briga 
Torcida e Conselho brigando é tudo o que o América não precisa. Nas redes sociais, grita geral por falta de mudanças estatutárias inclusivas. Fica difícil convencer associados sem direito a nada. Antipatiza a segregação. Elite versus massa.  Saída é dialogar. 
Os artigos publicados com assinatura não traduzem, necessariamente, a opinião da TRIBUNA DO NORTE, sendo de responsabilidade total do autor.

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