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Lagoa despeja esgotos direto no rio Potengi

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POLUIÇÃO - Diques romperam e água de esgoto desce para o rio
Devido a força das últimas chuvas, uma parte da estrutura da lagoa de captação e tratamento de esgotos de São Gonçalo do Amarante rompeu e todos os efluentes escoaram direto para o rio Potengi. A TRIBUNA DO NORTE registrou, no dia 10 de março, a denúncia dos moradores das comunidades Serrada e Pedrinhas que reclamavam do mau cheiro proveniente do vazamento de esgoto que desce pela tubulação da rua da Floresta e vai parar direto no mangue e também alertavam sobre a possibilidade de desabamento das paredes da lagoa de tratamento.

Segundo Sidney dos Santos Silva, morador da rua da Floresta, em Serrada, ele mesmo e outros representantes da comunidade já procuraram a Caern e o SAAE, mas, até então, não obtiveram resposta e nem promessa para solucionar o problema.

“Faz muito tempo que nós estamos alertando sobre as paredes da lagoa, mas ninguém tomou providência e agora, deu no que deu. É tudo abandonado, ninguém vê funcionário fazendo manutenção, não sabemos se administrado pelo SAAE ou pela Caern e sem gerência, a tendência é o desabamento de todas as paredes da lagoa, pois está tudo rachado”, observou Sidney Silva.

João Batista Gadelha, diretor executivo do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de São Gonçalo do Amarante (SAAE), órgão responsável pela lagoa, informou que será providenciado o isolamento da área para avaliar a intensidade dos danos e fazer um levantamento dos custos necessários para que a obra de recuperação seja executada.

“Não temos responsabilidade integral sobre a lagoa, pois recebemos a obra pronta do governo federal, apenas administramos o local, que também recebe esgotos da rede da Caern sem ônus. Já fizemos uma proposta para compartilhar a administração, mas a direção da Caern ainda não respondeu. Esse problema eu já repassei para o Ministério Público. Também vou consultar o setor jurídico do SAAE para verificar se cabe à construtora responsável pela obra fazer os devidos reparos”.

Lamarcos Teixeira, diretor da Regional Natal/Norte da Caern, disse que a Companhia tem interesse em administrar a lagoa de captação, mas diante do resultado da avaliação das condições de infra-estrutura constatou que toda infra-estrutura da lagoa está comprometida e que seriam necessários de 300 a 400 mil reais para recuperação do sistema, investimento que no momento é inviável para a Caern. O Ministério Público de São Gonçalo informou que está analisando o caso.

Perigo para a saúde da população

Com o rompimento de parte da lagoa, um problema de saúde pública veio à tona: a criação de peixes na lagoa de captação de esgotos que são pescados para consumo próprio e, também, para serem vendidos nas feiras livres da zona Norte de Natal.

Segundo Otávio Bento de Oliveira Neto, vigia de um viveiro de camarão que fica nas proximidades da lagoa, desde a construção da lagoa que moradores carentes da região se alimentam de peixes que são criados nos compartimentos da lagoa de captação. “O rapaz que trabalhava no meu lugar pescava carradas de peixe e levava para vender nas feiras de Igapó e do Parque dos Coqueiros”, disse Otávio Neto.

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