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Laguardia estará no DocTV III

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O roteiro “O vôo silenciado do Jucurutu” do jornalista mineiro, Paulo Laguardia, sobre a vida e obra da cineasta potiguar Jussara Queiroz convenceu o júri da terceira edição do DOCTV – programa de fomento à produção de vídeos-documentários ligados à TV Cultura.

O projeto concorreu com outros 21 roteiros do Rio Grande do Norte. Laguardia mora em Natal desde 1974 e terá à disposição uma verba de 100 mil reais, além de um prazo de cinco meses para realizar um documentário de 55 minutos.

O segundo lugar no DOCTV/RN ficou com o diretor Geraldo Cavalcanti, pelo roteiro “Augusto: o lorde do Norte”. Em terceiro, o professor do departamento de Educação da UFRN, Alessandro Azevedo, pelo “O Auto do Poço de Santana no Caicó”.

Laguardia revelou que nunca havia feito roteiro para vídeo ou cinema e se disse surpreso com a escolha. “Não esperava, foi meu primeiro roteiro. Não pensei nem em equipe, nem no elenco. Mas também não via ninguém como favorito porque não conhecia os concorrentes. O prazo para fazer o documentário começa a valer a partir da assinatura do contrato com a TV Cultura, que deve ocorrer agora em maio”, afirmou.

 A história da cineasta Jussara Queiroz chamou a atenção de Laguardia pela qualidade da obra e o “esquecimento” do público potiguar.  Natural de Jucurutu e formada em cinema pela Universidade Federal fluminense (UFF), ela chegou a ser premiada num festival da Alemanha com o longa “O Vôo do Menino Pipa”, mas nunca mereceu a devida atenção do público potiguar. Talvez por isso, nunca tenha gravado ou exibido seus trabalhos no Estado. “A produção local é muito fraca. Só existem dois longas feitos aqui: o Boi de Prata e Jesuíno Brilhante. Não sei porque Jussara nunca filmou aqui. Pode ser por falta de incentivo sim. Mas não deixa de ser curioso porque até na Alemanha ela foi premiada”, afirmou. 

Ele conta que conheceu a obra da personagem principal do seu trabalho quando a irmã dela dava entrada num projeto de Jussara na lei de incentivo à cultura Câmara Cascudo. “Foi o último filme dela. Isso aconteceu há dez anos. Depois, Jussara adoeceu e não fez mais nada. Durante esse tempo fui pesquisar sobre a vida e obra dela, me interessei por ela”, disse.

Paulo Laguardia ressalta o aspecto social da obra da cineasta. “Pesquisei Jussara com a família, sua importância para o Estado. A parte social é muito bonita. Resistiu ao fechamento da Embrafilme, brigou contra a ditadura. A qualidade do seu trabalho era indiscutível.  E mesmo assim não era reconhecida. No início do documentário vou fazer uma crítica à isso e a rara produção cinematográfica local”, alerta.

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