A governadora Wilma de Faria (PSB) se negou ontem a comentar o pedido de demissão dos dois secretários de seu governo envolvidos no escândalo dos “sanguessugas”, Múcio Sá, da Secretaria Extraordinária para Assuntos Institucionais, e Laíre Rosado, da pasta da Agricultura. Durante a caminhada que realizou ontem em Parnamirim, ela afirmou que só deve dar declarações sobre esse assunto hoje e complementou: “Não sou obrigada a falar.”
O secretário demissionário Laíre Rosado, por sua vez, resolveu falar sobre as denúncias e afirmou que deixa o cargo para assumir a campanha da coligação Vitória do Povo em Mossoró. “Ainda hoje (segunda-feira) à noite, ou no máximo amanhã de manhã, vamos conversar com a governadora para comunicar meu afastamento da secretaria e minha integração na coordenação da campanha majoritária, na região da Grande Mossoró, e também de Sandra (Rosado) e Larissa (Rosado), pois até agora nós estamos sem coordenador em Mossoró”, afirmou.
Laíre esteve presente à caminhada de Wilma de Faria na tarde de ontem, mas se restringiu a deixar sua filha e esposa no local, indo embora logo depois. O pouco tempo que esteve no local, porém, foi suficiente para ele dar o tom da defesa que fará sobre as acusações da CPI dos Sanguessugas, levantando suspeitas contra a ex-prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini (PFL), candidata ao Senado – no tocante à aquisição de ambulâncias para a Prefeitura, a partir de uma emenda de Múcio Sá -, como também contra o deputado Betinho Rosado (PFL).
“Até ontem eu estava calado, sem me defender. Até por orientação do meu advogado, a gente estava juntando tudo isso para entrar com uma ação contra quem me calunia. Mas chegou um momento que não dá mais para sustentar todas essas informações”, declarou. O ex-deputado afirmou ainda que tem em mãos certidões negativas do Supremo Tribunal Federal e Polícia Federal, provando que não há nada contra ele sendo investigado. “Tudo está em termos de imprensa. Desde o mês de maio as notícias são as mesmas e vêm sendo requentadas”, avaliou.
Candidata apresenta projetos
A governadora Wilma de Faria fez um discurso — durante a programação de campanha na região Oeste — com ênfase na segurança pública. Ela anunciou “metas” que tem intenção de executar se for reeleita. Entre os pontos das propostas defendidas pela governadora estão o aumento do efetivo em mais 3.000 policiais e a criação de áreas especiais de segurança escolar nas proximidades das escolas.
“Nos próximos quatro anos vamos implantar novos projetos que vão oferecer mais proteção à nossa população”, disse a governadora em visita à Caraúbas. As ações para a área de segurança da candidata da Vitória do Povo também foram apresentadas ontem em visita que fez ao município de Parnamirim. A proposta de criação de áreas para segurança escolar, por exemplo, foi mais detalhada. As áreas próximas às escolas receberão iluminação de acessos, terminais de transportes coletivos e postos policiais. “Essa estrutura dará mais tranqüilidade aos professores, crianças, jovens e adultos estudantes”, comentou a governadora.
O projeto de segurança pública ainda prevê a criação de Centros Integrados de Segurança – que terá como objetivo avaliar sistematicamente as políticas de segurança pública; e a valorizar do agente de segurança, militar e civil, resgatando o papel de Polícia Judiciária, ampliando as ações da Polícia Comunitária.
Para os policiais, o plano prevê a capacitação contínua e ações como a criação de um sistema de Seguro de Vida e a construção de conjuntos habitacionais exclusivos para os agentes das policias civil e militar.
“Os problemas de segurança são complexos e estão espalhados por todo o país. Mas estamos tendo coragem de enfrentar essa área. E vamos continuar fazendo esse trabalho não só com o objetivo de repressão da violência, mas com a intenção de oferecer mais proteção e tranqüilidade para as famílias”, concluiu a governadora Wilma de Faria.
