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Lanchando com os governadores

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Woden Madruga [ [email protected] ]

As notícias de Brasília dão conta de que a presidente Dilma Rousseff se reuniria hoje no Palácio do Planalto com os governadores de todos os estados e, certamente, de todas as legendas partidárias, incluindo os tucanos. Na pauta,  a governabilidade desses estados e do país. Inclua-se aí, para que a coisa fique mais claro, o ajuste das contas públicas,  mais carentes agora pelas perdas  de arrecadação (vale nos âmbitos federal, estadual e municipal) e ainda a anunciada reforma do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

As colunas políticas e econômicas da mídia impressa e  as esquinas da internet registram o encontro palaciano de hoje, alguns  acrescentando que o –  com licença da palavra – evento recebe uma temperada do marquetingue do Palácio do Planalto, também preocupado com a queda vertiginosa da popularidade da presidente e do seu partido. Um adjutório dos governadores poderia aliviar a barra de Dilma. A propósito de tal detalhe, li num desses jornais do eixo São Paulo/Rio de Janeiro/Brasília, a seguinte nota:

“Enfrentando uma situação de caixa tão ou mais difícil do que a da União, os governadores deverão apresentar uma fatura salgada em troca do apoio político que a presidente Dilma Rousseff espera obter na reunião desta quinta-feira, 30. É o que preveem especialistas em finanças públicas. Assim, dificilmente a discussão ficará restrita ao campo politico da reunião”.

Sabe-se, desde os salões oficiais às bancas das feiras   e passando pelos  botequins mais populares, que os governadores  estão  com suas contas penduradas no vermelho, um  quadro mais do que periclitante  e que  já se arrasta derna de  2014 quando as arrecadações começaram a despencar. Nas prefeituras municipais a coisa é bem mais dramática ainda. Para os especialistas em contas públicas a situação piorou mais ainda quando as transferência mensais do Tesouro para os estados e municípios  minguaram. É aquela grana dos Fundos de Participação.

O quadro é sombrio e em Brasília, nem mesmo o mais otimista torcedor do Vasco da Gama,    não acredita numa volta  por cima, mesmo que a vaca tussa. Quem faz uma análise perfeita em torno desse encontro de hoje no Palácio do Planalto, governadores sentados ao redor da mesa encabeçada pela presidente Dilma, e a cronista politica Eliane Cantanhêde, no Estadão de ontem. Transcrevo algumas trechos,  começando pelo título:

Grito de Socorro
– Quem não tem cão caça com gato e, se o encontro com Fernando Henrique Cardoso não colou, a presidente Dilma Rousseff corre atrás dos governadores governistas e da oposição. Vai acabar sendo um teatro, porque os Estados estão na pior pindaíba e vão pedir mundos e fundos, mas o governo federal está no pior dos mundos, totalmente sem fundos, e não tem lá muito o que oferecer.

– Os 27 governadores receberam  na segunda-feira à noite o convite da presidente para a reunião, com  a seguinte pauta genérica: governabilidade, responsabilidade fiscal e colaboração federativa. Em bom e claro português, deduz-se que o objetivo de Dilma não é dar, é pedir. Se querem dinheiro, os governadores vão ouvir promessas de reforço do ICMS (o imposto estadual), alguma sinalização para destravar as operações de crédito no exterior e – aí, sim, o que importa ao Planalto – um grito de socorro disfarçado de Dilma contra o risco do impeachment.

– Quando se fala na crise econômica e nos desdobramentos da crise política e ética, as atenções se concentram em Brasília e nos dados macroeconômicos, mas a crise varre é o mundo real, onde as pessoas vivem, moram, estudam, trabalham, se  locomovem, pagam  cada vez mais caro na feira e, não raro, comem  o pão que o diabo amassou. Ou seja, os atingidos em cheio são Estados, municípios, seus cidadãos e… seus governos.

– O Nordeste, por exemplo, vive uma triste reviravolta de expectativas. Segundo o governador de Pernambuco, o economista Paulo Câmara, a crise, que já é braba em si, está sendo agravada por cinco anos consecutivos de seca e pelo sufoco da Petrobrás e das empreiteiras que param obras, descumprem contratos e pelo impacto em serviços. Por isso, lembra, a metade dos 350 mil desempregados do primeiro semestre em todo o País estão no Nordeste que, do ponto de vista econômico, é muito emblemático.
E arremata:

– Governadores podem muito, mas em épocas de crise valem tanto quanto Dilma na política agora, ou seja, muito pouco. E, se hoje estão ocupados em defender Dilma, amanhã terão de se preocupar em salvar a própria popularidade, ou seja, o próprio pescoço.”

Chuva
Chuvas menos fortes de terça-feira para o amanhecer de ontem. A maior foi em Nísia Floresta, 13,6 milímetros, segundo o boletim da Emparn. As outras chuvas da região Leste foram em Senador Georgino Avelino, 9,9, Baia Formosa, 9,2, Parnamirim, 9, Canguaretama, 7,2, Maxaranguape, 6,5, Natal, 6.

No Agreste: Passa e Fica, 11, Campo Redondo, 10, Santa Maria, 9, Vera Cruz, 8,4, Sítio Novo, 8,  Bento Fernandes e Ielmo Marinho, 7, João Câmara, 6,3 e Bom Jesus, 6.  Leblinas pelo Seridó e Oeste.

Cascudo
Hoje, 30 de julho, transcorre o 29º aniversário da morte do Mestre Luís da Câmara Cascudo, o historiador, o professor, o etnógrafo, o antropólogo, o folclorista, o  escritor. Tinha 88 anos de idade. Cascudo nasceu em Natal no dia 30 de dezembro de 1898.

De bode
Na outra semana, dia 6 de agosto, começa a 17ª Festa do Bode de Mossoró, uma das mais importantes exposições de caprinos e ovinos do Nordeste. Tem também exposição de bovinos, com direito a leilão. Festa montada no Parque de exposição Armando Buá. Vai até o dia 9.

Poesia
Dou uma dica de leitura, excelente. Pegue as veredas da Internet e leia o artigo de  Humberto Werneck no jornal O Estado de S. Paulo, de ontem. Título: “Vulcão poético”. É sobre Murilo Mendes. Um golaço, gente!

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