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Latino-americano poderoso

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Diógenes da Cunha Lima 
Escritor, advogado e presidente da ANL
Gilles Boulet, então reitor da Universidade de Quebec, pediu a minha opinião sobre o Canadá. São dois países, respondi. São franceses gentis e ingleses sem prepotência. E continuei com a inclusão da Província de Quebec aos latinos do sul: Nós, latino-americanos… Ele gostou e pediu que eu repetisse a tirada no Parlamento. O que fiz começando com o je me souviens, eu me lembro, lema da Província de Quebec.

Os seus habitantes são, na verdade, latino-americanos ricos, poderosos e que valorizam a cultura.

Muitos brasileiros são atraídos para trabalhar, imigrar e para aprimorar os seus estudos em respeitadas universidades. A cidade de Quebec, com 80% de francófonos, mantém a sua universidade no topo. O mossoroense Amorim, Francisco Alves Amorim, fez lá o seu doutorado. Já a McGill, considerada a Harvard do Canadá, tem nível de excelência, notadamente em medicina. Alexandre Bezerra, professor da UFRN e especialista em retina, também estudou em Montreal.

Esta é cidade industrial, valorizadora da cultura, gastronomia e turismo. A Província vende energia para os Estados Unidos, Massachusetts, Vermont, Nova Iorque, entre outros. Montreal une a cultura francesa (65% de francófonos) à inglesa e a de variados povos. Tem 1.800 habitantes e recebem 16 milhões de visitantes por ano, quase três vezes o que o Brasil recebe de turistas.

Assim, a cidade acolhe cidadãos norte-americanos, majoritariamente, franceses e ingleses para usufruir de suas maravilhas.

O turismo religioso é feito pelos devotos de Frei André. O Santo é uma espécie do nosso santo Padre João Maria. A ele é dedicada uma imensa igreja no alto urbano. A cúpula é a segunda maior do mundo, somente inferior à do Vaticano. Lá está o corpo do Santo e em outra parte, o seu coração. Relatos de curas milagrosas multiplicam-se.

As belas artes merecem um lugar especial, a Place des Arts. Em desmedido, mas adequado edifício funcionam a Orquestra Sinfônica, a Ópera, Teatros, Cinemas, Instituto de Dança, livraria, exibições tecnológicas e artísticas. Em sua frente, um complexo de lazer e sugestões culturais. Na praça, um aparelho de inteligência artificial para examinar pelo algoritmo a face dos visitantes. Do outro lado, deitada, naturalmente grandiosa, estatua de Gulliver com liliputianos. Para a alegria das crianças, um cão basset e outras raças. Os bancos para o descanso são revestidos com grama artificial.  

Uma curiosidade: um grande cemitério setorizado. São quatro divisões destinadas aos defuntos católicos, protestantes, ortodoxos, de outras religiões, inclusive judeus fugidos do holocausto.

Outra atração. Há uma Montreal subterrânea com ruas em 32 quilômetros de túneis. Estão instalados hotéis, shopping centers, restaurantes, bancos, condomínios habitacionais, universidades e até floricultura e delicatesses. Nos três meses de inverno, parte da população foge dos três metros de neve que cobre a região.

O transporte funciona bem, inclusive com preferências pela bike e patinete elétrico. A cidade é também preferida pelo pessoal LGBT, rivalizando com Toronto e São Francisco.

Por tudo isso e por outras coisas mais, Montreal é a capital cultural e de bem-estar do Canadá.

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