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Lava Jato denuncia ex-gerente da Transpetro

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A força-tarefa da Operação Lava Jato denunciou nesta quarta-feira, 13, o
ex-gerente de Suporte Técnico de Dutos e Terminais Norte-Nordeste da
Transpetro José Antônio de Jesus e mais três investigados por corrupção e
lavagem de dinheiro. A acusação aponta que o ex-dirigente da
subsidiária da Petrobras recebeu R$ 7,5 milhões em propinas, pagas pela
empresa NM Engenharia.

Segundo a Procuradoria da República, os crimes denunciados nesta
acusação formal foram investigados a partir da colaboração da empresa NM
Engenharia e de seu sócio Luiz Fernando Nave Maramaldo. As
investigações continuam em relação a outros crimes praticados na
Transpetro.

A investigação aponta que José Antônio de Jesus recebeu propinas de Luiz
Fernando Nave Maramaldo, executivo da NM Engenharia, por 63 vezes entre
2009 e 2014. Os subornos eram pagos em função de licitações, contratos e
aditivos firmados entre a NM Engenharia e a Transpetro e correspondiam a
0,5% dos 49 contratos e 14 aditivos, que totalizaram aproximadamente R$
1,5 bilhão. Os recursos ilícitos eram divididos entre o ex-gerente e
integrantes dos Partidos dos Trabalhadores (PT).

A denúncia ainda descreve que José Antônio de Jesus e Luiz Fernando Nave
Maramaldo, com Adriano Silva Correia e José Roberto Soares Vieira, que
eram ligados ao ex-gerente, lavaram o dinheiro das propinas em 304
oportunidades.

“Para tanto, os denunciados orquestraram repasses, em sua maioria a
partir da NM Engenharia, para outras duas empresas sem qualquer
justificativa econômica legítima. Em seguida, os recursos foram objeto
de diversas transferências bancárias, com fracionamento de depósitos, em
valores abaixo de R$ 10 mil, para familiares de José Antônio de Jesus.
Isso objetivava evitar que as instituições financeiras detectassem as
operações suspeitas e as comunicassem ao Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (COAF)”, afirma a Procuradoria em nota.

“A acusação deixa claro que o complexo esquema de corrupção investigado
na Lava Jato não se restringiu à Petrobras, mas alcançou também
subsidiárias integrais da companhia, dentre elas a Transpetro, estatal
responsável pelo transporte e pela logística do combustível no País.”

Para a procuradora da República e integrante da força-tarefa Lava Jato
no MPF/PR Jerusa Burmann Viecili, “as evidências indicam que os crimes
na Transpetro são a expressão do mesmo esquema político-partidário que
contaminou a Petrobras e tantos outros órgãos públicos no País”.

“Seus gestores também ocuparam cargos por indicação político-partidária
e, seguindo a orientação dos políticos que os apadrinharam, venderam o
serviço público, beneficiaram empresas e arrecadaram propinas que
enriqueceram os envolvidos e financiaram campanhas eleitorais, manchando
nossa democracia”, afirma Jerusa.

A reportagem está tentando contato com José Antônio de Jesus e os outros citados, mas ainda não obteve retorno.

Estadão Conteúdo

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