Chico de Brito. Uma das figuras interessantes de Natal. O conheci final dos anos 30, começo dos 40. Tinhas uns dez anos. Nós éramos vizinhos na praia de Areia Preta. A nossa casa era vizinha a dele. Naquele tempo, os veraneios da cidade eram Areia Preta, Praia do Meio e Redinha. Na Areia Preta, você saia de casa direto para o mar. Havia uma estrada de barro na frente das casas, que você atravessava e já caía na água.
A mulher era famosa por um peixe que preparava, que meu pai adorava, e ela, sempre que fazia peixe, mandava um pedaço para ele. E aos domingos, ela geralmente fazia uma peixada e íamos almoçar lá.
Vocês estarão perguntando? Que diabo há de interesse nosso nesse assunto? Simples de explicar. Ele criou a Lei de Chico de Brito. Sumária. Ele investigava, era o juiz, e aplicava a pena. Ai de quem fosse julgado pela “Lei de Chico de Brito”.
Claro, as “vitimas” eram seus filhos, familiares e empregados. Mas, a coisa se espalhou e muitos outros adotaram os seus princípios “legais”. Inclusive na nossa casa.
Na sala de visita da casa dele havia uma palmatória pendurada num gancho de rede. O cinto que ele usava também era instrumento de punição, tudo dependendo do grau do “crime”. Nota ruim na escola, briga entre os filhos, o que se chamava antigamente de malcriação, tudo isso era punido com rapidez.
Chamava o “criminoso”, o interrogava e, dependendo da gravidade do crime, aplicava a pena de imediato, se realmente fosse culpado.
E a pena era levar umas palmadas, umas cinturãozadas, ficar de castigo por mais ou menos tempo, estes medidos conforme o crime. Investigação rápida, justiça imediata, e eficiente.
O crime raramente se repetia. Meu pai, e muitos outros que conheciam o assunto, adotaram a “Lei de Chico de Brito”.
Por que me lembrei de tudo isso? Lendo as notícias de como funciona a nossa Justiça, que leva anos para julgar as pessoas, raramente as pune e, quando faz, em muito pouco tempo as perdoa.
A invenção desse tal “juiz de garantias” veio, ainda mais, complicar o andamento da justiça. O próprio ministro Sergio Moro foi contra essa invenção do Congresso e aceita pelo Presidente da República.
Se nós já vivemos sob um regime de quase impunidade, acompanhamos agora o seu crescimento, com mais uma medida favorável à bandidagem que, apesar das Lava Jatos da vida, se espalham por todo o país.
Será que um dia nós aplicaremos por aqui a “Lei de Chico de Brito”?
Li tudo sobre o caso do atentado envolvendo o pessoal do Portas dos Fundos e só reafirmei minha posição contrária ao elemento covarde do terrorismo que ameaça a vida. A turma de Fábio Porchat errou ao atacar a figura de Jesus.
Candidaturas
A deputada Natália Bonavides, além de não se empolgar com a ideia de ser candidata a prefeita, ainda teria um outro obstáculo interno: muita gente das bases do PT começa a se engraçar do nome da sindicalista Janeayre Souto.
Emendas
Criticado por seguidores ao destinar emendas para o hospital paulistano aonde se tratou, o deputado General Girão soltou nota justificando que hospitais em SP e DF que contam com as emendas é por formarem médicos do RN.
Leitores
O colunista sente-se honrado por contar com leitores assíduos como Ney Lopes, Diógenes da Cunha Lima, Lineu Torres, Sergio Cunha, Paulo Tarcisio Cavalcanti, Marília Varela, Jô Carvalho, Graça Chagas e Laíre Rosado.
Missiva
Que mistérios e revelações compõem a correspondência hermeticamente fechada que o poeta Volonté deixou no Restaurante Nemesio, com orientação expressa para ser entregue antes do réveillon ao cronista Vicente Serejo?
Renato Barros
O livro contando a trajetória do compositor e líder da mais icônica banda da Jovem Guarda, “Renato Barros: um Mito, uma Lenda”, de Lucy Zanetti, está sendo vendido por encomenda, em contato direto com a autora da obra.
Clube empresa
O Conselho Deliberativo do Botafogo carioca aprovou a iniciativa de adotar o modelo-empresa para os próximos anos. A ideia foi levada à assembleia dos sócios e, se aprovada, o time entra 2020 buscando sanar as finanças.