quinta-feira, 18 de abril, 2024
31.1 C
Natal
quinta-feira, 18 de abril, 2024

Lembrando a ditadura

- Publicidade -
Woden Madruga

O 13 de dezembro não é somente a celebração do dia de Santa Luzia, padroeira de Mossoró (onde junta multidões) muito reverenciada e festejada no Nordeste todo por conta das pedrinhas de sal anunciadoras ou não do inverno que se espera, experiência que acontece na noite de véspera, 12, e que foi mote de anotações registradas pela coluna esta semana.  O 13 de dezembro também lembra um dos episódios mais duros da ditadura militar: o Ato Institucional n. 5, assinado pelo presidente e general Costa e Silva em 13 dezembro de 1968, lá se vão 50 anos, história que é contada pelo cronista Ruy Castro em sua coluna de ontem da Folha de S. Paulo, com o título de  “Noite de 13 de dezembro”. Começa assim:
– Às 20h30 de 13 de dezembro de 1968, Alberto Curi, locutor da Agência Nacional, leu em rede de rádio e TV o comunicado do governo anunciando o Ato Institucional n. 5. Naquele momento eu estava no Modern Sound, loja de discos em Copacabana, aonde ia todas as sextas depois de sair do Correio da Manhã, em cujo 2º caderno trabalhava com Paulo Francis. Comprara um LP de Charles Mingus, e já estava saindo quando alguém veio me contar: “Acabei de saber. Os militares baixaram um ato para fechar tudo. Agora é sério”. Não vacilei. Tomei um táxi e voltei para o Correio, na Lapa.

– Meia hora depois, já chegara lá. Havia uma multidão na porta do jornal. Desci do táxi, mas ninguém podia entrar. De repente, Osvaldo Peralva saiu do saguão imobilizado por dois homens. Passou a um metro de mim e foi jogado dentro de um carro. Peralva fizera parte da elite comunista na Europa, mas largara tudo em 1956, ao se convencer dos crimes de Stálin denunciados pelo sucessor Kruschev. Então, escrevera um livro, “O Retrato”, em que revelava as táticas dos partidos comunistas, inclusive o brasileiro. Com isso, foi jurado pela esquerda. E, agora, por dirigir um jornal liberal e de oposição, era preso pela direita.

– Paulo Francis estava num avião naquela noite, voltando de Nova York. Desceu de manhã no Galeão. Foi para o seu apartamento em Ipanema e eles o pegaram pouco depois, ainda de pijama. Uma colega do jornal me ligou dizendo que meu nome estava numa lista que ela vira por lá. Mandou-me sumir por uns tempos.

– Fiquei longe também do Solar da Fossa, onde morava, um ninho de anarquistas facilmente confundíveis com “subversivos”. Passei uns dias na casa dos tios de uma namorada, no Flamengo. Lá finalmente escutei o LP, “Mingus Revisited”. Achei muito triste.

– Nunca me desfiz do disco, mas levei 30 anos para conseguir ouvi-lo de novo. Para mim, ele se tornara a trilha sonora do AI-5. ”

Apertando os cintos
Deu na coluna BR18, do Estadão:
– Chegou a hora do PT apertar os cintos e fazer contas. O partido tem uma dívida superior a R$ 4 milhões, por isso, a direção da sigla decidiu tomar medidas para equilibrar as finanças. Viagens de funcionários e dirigentes, por exemplo, serão suspensas até janeiro. “As reservas financeiras mantidas pelo PT esgotaram-se”, diz comunicado assinado pela presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, e pelo tesoureiro, Emídio de Souza.

– Nem mesmo o dinheiro do Fundo Partidário, que deve render R$ 93 milhões para a legenda no próximo ano, é suficiente para arcar com os compromissos. O jeito, pensado pelo partido, é lançar, em breve, uma campanha de arrecadação na internet e pedir contribuições a parlamentares e filiados, informou Painel da Folha. ”

Chuva
No dia Santa Luzia, ontem, choveu pouco no semiárido, pelos menos são as informações vindas do Ceará e da Paraíba, incluindo o Rio Grande do Norte. No boletim da Emparn, meia dúzia de chuviscos: Antônio Martins, no Oeste, 8 milímetros, Baia Formosa,3,3, Monte das Gameleiras, 2.

No Ceará, Coreaú (região da Ibiapaba), 15 milímetros, Quiterianópolis (Sertão Central), 10, São Gonçalo do Amarante, 8, Iguatu, 7. Na Paraíba, chuvas fininhas também, no Brejo e Litoral. João Pessoa, 7,4 milímetros.

Sem grana
Faltando somente duas semanas para terminar o ano, o governo do Estado – que também está no fim – não tem previsão quando concluirá o pagamento dos salários de novembro dos servidores nem também do 13º do ano de 2017.

Tudo leva a crer que o restante do 13º de 2017, as sobras de novembro, os salários de dezembro e mais o 13º de 2018, ficarão para dona Fátima Bezerra. Os entendidos (ou quase) em finanças públicas afirmam que futura governador receberá o Estado com um déficit ao redor  de um bilhão e 800 milhões de reais.

Vai ter saudades do Senado.

Livro  Pras bandas do Rio de Janeiro continua a todo vapor a campanha “Dê um livro no Natal”, que vai se espalhando pelo pais afora. Ontem, na coluna de Ancelmo Gois, de O Globo, vi a dica do escritor Antônio Torres, o bom baiano e também imortal da Academia Brasileira de Letras. Ele aponta, como presente,  o livro do paulista Ignácio Loyola Brandão, “Desta terra nada vai sobrar, a não ser o vento que sopra sobre ela”.  Antônio Torres, disse:

– Trata-se de um romance épico-distópico, que fecha uma trilogia iniciada pelo clássico “Zero” e continuada com “Não verás país nenhum”. E se passa numa época e num país onde tudo está fora de lugar, tendo ao fundo uma história de amor e um final surpreendente”.

Zona Norte 

A Prefeitura acendeu, ontem, as árvores natalinas da Zona Norte. São duas: uma ao redor do Ginásio Nélio Dias e a outra no Parque dos Coqueiros (Espaço de Lazer Marinho das Chagas).

Dona Umbelina Cordeiro, que mora no bairro de Pajuçara, gostou muito. Não precisa mais atravessar com os meninos a Ponte de Igapó para ver a árvore do Mirassol, do lado e cá.

Música 

A Escola de Música da UFRN (Emufrn) está oferecendo 20 vagas para o curso de Metodologia de Ensino de Piano em Grupo. As inscrições vão até o dia 3 de janeiro.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas