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Lembrando Piaba

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Berilo de Castro escreve sobre Piaba (Osvaldo Carneiro), um dos grandes nomes do futebol norte-rio-grandense, falecido dia 24 de setembro. Os dois são contemporâneos dos campeonatos natalenses do final dos anos 50 passando pela década de 60, tempos inesquecíveis do Juvenal Lamartine. Jogavam em clubes diferentes, mas em algumas vezes juntos na mesma escalação. Berilo deixou os gramados para ser médico, professor de Medina e, nas horas vagas, escrever crônicas. Piaba continuou no mundo do futebol, mesmo sem ser o zagueiro brabo do ABC, um dos ídolos da frasqueira sempre fiel. Passo a palavra para Berilo de Castro:
“Convalescente após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), faleceu na manhã do dia 24 setembro, Osvaldo Carneiro (Piaba), vigoroso zagueiro central do ABC Futebol Clube da década de 1960, nascido em Mossoró em 1938. Tinha 80 anos. Seguirá, agora, o caminho misterioso dos mortos e ocupará no campo espiritual a titularidade do time do Senhor.

Piaba, como outros bons valores do futebol potiguar, teve no bairro das Rocas a sua pia batismal. Foi cria e tornou-se ídolo do famoso e inesquecível time do Palmeiras na década de 1950. A sua chegada ao Estádio Juvenal Lamartine se fez por meio do time do América Futebol Clube, na posição de centroavante. No início da década de 1960 foi contratado pelo ABC Futebol Clube, quando passou a atuar na sua real posição de zagueiro central.

No ano de 1961, o conheci quando de uma excursão do ABC para disputar alguns jogos em Parnaíba (Piauí) e na cidade de São Luís, no estado do Maranhão, emprestado que fui pelo Alecrim Futebol Clube. Depois voltamos a nos encontrar formando o miolo de zaga da seleção do Rio Grande do Norte, no Campeonato Brasileiro de 1962.

Colecionou títulos como jogador, teve ligeira participação como treinador. Ao deixar o campo de jogo, sempre se fez presente como um imbatível e incansável batalhador dos interesses do clube nos momentos difíceis da sua história centenária. Amou como ninguém o time do seu coração.

O futebol potiguar, e em especial o ABC Futebol Clube, perdem o homem, perdem o jogador altamente dedicado, viril, líder e que não aceitava a derrota, nem mesmo nos momentos recreativos de treinos.

Morre piaba, o futebol potiguar fica órfão do seu viril zagueiro. O vazio se faz e é sentido no miolo da zaga. Não mais escutaremos o seu grito de liderança e não mais vibraremos com suas defensivas arrojadas.

Adeus, meu bom companheiro de zaga. Vai, segue. Como escreveu o imortal compositor Lamartine Babo, na sua bela canção Serra da Boa Esperança: “Parte levando saudades, saudades deixado”.

Alberto Maranhão
Há 146 anos, nascia em Macaíba, no dia 2 de outubro de 1872, Alberto Frederico de Albuquerque Maranhão, governador do Estado por dois mandatos. Foi também deputado federal e jornalista. Para o historiador Itamar de Souza, Alberto Maranhão realizou “o maior governo da República Velha” no Rio Grade do Norte. Foi o que mais investiu na educação e na cultura, por isso chamado de “O Mecenas Potiguar”. Para Luís da Câmara Cascudo, foi o “Último dos Mecenas”, título de uma Acta Diurna que o mestre publicou em A República em 13 de fevereiro de 1944, doze dias após a morte de Alberto Maranhão na cidade fluminense de Paraty (1/2/1944). Tinha 71 anos de idade.

Cascudo começa a crônica assim:

– Nunca supus que Alberto Maranhão morresse. Julgava-o, pelo menos perpétuo, sorrindo aos anos cima do Tempo, como certas aroeiras cujo cerne embola o fio dos machados e afronta as ventanias na verticalidade impossível dos troncos venerandos”

E mais adiante:

– Morreu quem nos criou o Iniciador, a velocidade primeira, aquele que acreditou em Natal, o vencedor do século, plantador de civilização na melancolia colonial da cidade, semeador de alegrias, alma do bom gosto, derradeiro príncipe do Renascimento, o último Mecenas”.

Política
Deu na coluna BR-18, do Estadão:

– Fernando Haddad já vem sendo criticado pela possível dependência política que terá de Lula, caso seja eleito. Mas a suspeita de que poderá se tornar uma espécie de boneco de ventríloquo do ex-presidente pode ficar mais problemática ainda.

– Com a desenvoltura que José Dirceu tem demonstrado nos últimos dias, e sem que Haddad rebata suas falas sobre “tomar o poder”, reduzir poderes do Judiciário ou mexer na Constituição, pode ser que o candidato petista corra o risco de virar boneco de dois ventríloquos: Lula e Dirceu.

 
Apoio
O candidato Carlos Eduardo, PDT, que andou final da semana pelo Alto Oeste, recebeu o apoio da prefeita do município de Martins, Olga Fernandes, do DEM, e também da ex-prefeita Flávia Lamas Fernandes, do mesmo partido. No domingo o candidato percorreu municípios da região do Seridó. Gostou do que viu e ouviu.

O valor da arte
Deu na coluna de Ancelmo Gois, de O Globo:

– O quadro “Noturno da Gamboa” (1963), de Di Cavalcanti (1897-1976), vai a leilão por R$ 1.065.000,00, em São Paulo, quarta-feira, agora, no Miguel Salles Escritório de Artes. A venda está aos cuidados da leiloeira Flávia Cardoso Soares. A obra foi encomendada ao artista por amigos do então governador Carlos Lacerda (1914-1977, por ocasião de suas bodas de prata.

O belo canto
O mundo acaba de perder duas de suas mais belas vozes: a brasileira Ângela Maria, “O Sapoti”, 89 anos, e o francês Charles Aznavour, 94. Continuaremos ouvindo os dois pelas ondas do infinito.  A humanidade carece da boa música, do belo canto, das belas vozes. Dos grandes intérpretes. Das grandes canções.

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