quarta-feira, 24 de abril, 2024
32.1 C
Natal
quarta-feira, 24 de abril, 2024

Lenine Barros Pinto

- Publicidade -
Manoel de Oliveira Cavalcanti Neto
[Sócio do IHGRN]
Nasceu na Cidade do Recife em 12 de maio de 1930, filho de Adamastor Pinto e Maria Barros Pinto e faleceu no dia 23 de junho de 2019 em Natal.

Historiador e acadêmico, era sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras e foi autor de vários livros.

Foi um dos historiadores locais pioneiro em pesquisas referentes à importância de Natal na história da aviação e participação do RN na Segunda Grande Guerra, mas se notabilizou pela tese de que o Brasil foi descoberto no Rio Grande do Norte. Entre outros trabalhos pesquisou sobre a história do remo e do xadrez em potiguar.

Sobre a História da Aviação estudou desde o primeiro voo sobre o Atlântico Sul em 1922, pelos portugueses Sacadura Cabral e Gago Coutinho, sobre o voo dos italianos Del Prete e Victale Zachetti em 1927 em aviões com flutuadores. Também em 1927 foi realizado pelos franceses Dieudonné Costes e Joseph Le Brix o primeiro voo com um avião com rodas no descampado que seria conhecido mundialmente: Parnamirim. Foi apenas o início do seu estudo sobre a aviação no Rio Grande do Norte… o resto é história.

Descreve com maestria o encontro entre o presidente estadunidense Franklin Delano Roosevelt e o presidente Getúlio Vargas aos 28 de janeiro de 1943 em Natal. Esse encontro selou a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados. Isso acarretou a construção da maior base aérea norte-americana fora dos Estados Unidos: Parnamirim Field com 10.000 tropas. Parnamirim Field ficou conhecido como o Trampolim da Vitória.

Sobre o Descobrimento do Brasil, entre artigos e plaquetes, destacam-se dois livros: Reinvenção do Descobrimento (1998) e O Mando do Mar (2015). Nessa tese levanta a questão da intencionalidade e a oficialização daquilo que já tinha sido feito por outros navegadores. Os seus livros nos levam às navegações portuguesas através de fontes primárias, entre elas a Carta de Pero Vaz de Caminha, nossa certidão de nascimento, e o Mapa de Cantino. A tese por ele defendida não se resume à simples mudança do local da chegada de Cabral – do sul da Bahia para o leste do Rio Grande do Norte.

Com honestidade, competência, autocrítica, inteligência, capacidade de trabalho e com as ferramentas da qual hoje dispomos, discorre detalhadamente sobre isso.

Sempre defendeu que a verdade histórica tem que ser permanentemente buscada, mas baseada em fatos e evidências robustas. Como afirmou o Comandante Oliveira Bello: “Não é preciso fazer história sobre os ventos e correntes marítimas daquela época; esses elementos continuam vivos, imutáveis, indiferentes às conjecturas. Não se muda, as tendências ou filosofia nem ao imaginário humano”.

Mesmo assim, ao longo do tempo, sempre se encontrou dificuldade em recompor os reais rumos tomados pelos navegantes portugueses preservando o sigilo com que as descobertas eram tratadas, mas a história sempre desperta o interesse de sucessivas gerações de pesquisadores, trabalhando nos mais diversos campos, procurando descobrir o que ela esconde e porque esconde, para afinal saber o que está invisível.

Isso fez Lenine de Barros Pinto, que um dia terá seu trabalho reconhecido por aqueles que gostam de ler e se debruçar sobre a história, reconhecendo que Pedro Álvares Cabral tomou posse da nova terra em nome do El-Rey D. Manuel I com padrão e o Marco de Touros, o monumento mais antigo das Américas depois de Colombo, é a prova.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas