Cinthia Lopes
Editora do Viver
As estrelas rondam a vida do cantor e compositor Leno Azevedo, 66. Mas não aquelas dos tempos da jovem guarda. O lance está mais para astronomia, ecologia e viagens espaciais, temas que permeiam a nova música de trabalho do artista, “Poeira Interestelar”. Lançada há algumas semanas, com direito a um vídeoclipe, a canção dá o pontapé para o álbum que marcará os 50 anos de carreira do artista.
“Poeira Interestelar” é pop rock com guitarra melódica e mostra um Leno conectado com suas raizes. A música faz uma ponte entre o rock setentão e o pop singelo da jovem guarda. “Quis recuperar aquele clima de power trio. Gravei vários instrumentos, guitarras, violão…a banda também contou com Raphael Bender na bateria e meu filho Diogo Strausz, no baixo”. Diogo é também produtor musical e lançou disco ano passado, onde incluiu uma canção do pai (Se Renda) em seu trabalho de estreia. Foi assunto aqui do VIVER. O clipe de ‘Poeira’, por sua vez, teve direção de Guga Barreto.
Em ‘Poeira’, Leno cita Richard Dawkins e exibe paisagens do planeta Terra, das geleiras, do espaço; e chama a atenção para a destruição da natureza. O artista lembra que seu interesse pelas questões ecológicas e científicas vem dos anos 1970. Ele lamenta o momento pelo qual o país passa. “Um cenário de fanatismo e extremismo”, disse.
Fã dos Beatles e roqueiro de carteirinha, o músico ainda carrega o rótulo romântico desde a época que formou dupla com Lílian, entre 1966 e 68. Mas Leno não relaga o passado, só diz que prefere trabalhar coisas novas. “O show com Lílian (ano passado, na Virada Cultural) foi um reencontro e uma despedida. Ainda canto as músicas daquela época, mas quero mostrar essencialmente o novo trabalho”, disse. O artista pretende divulgar o novo vídeoclipe e fazer alguns shows, enquanto grava outras músicas. A ideia é fechar o álbum com dez canções. “Além de ‘Poeira, gravei também a balada Lado a Lado, que estará no CD”. A música, segundo conta, teve a participação de Mingo Araújo (Percussão) e Diogo Strausz (Baixo, teclados e violão).
Colecionador de vinis, Leno festeja a onda de lançamentos nesse formato e diz que pensa em lançar também. Sobre o fato de se apresentar mais fora do que em Natal, já não reclama mais, mas confessa que ainda prefere ficar por aqui. “Sou recluso, meio ermitão”, brinca.