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Leopoldo Nelson

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Woden Madruga

Hoje tem a abertura da exposição de Leopoldo Nelson, homenagem da Capitania das Artes a memória do grande pintor natalense, que se encantou em 1994 (4 de abril) aos 53 anos de idade. Artista plástico, médico, professor de Medicina, pesquisador cientifico, que sempre encontrava tempo para marcar presença na vida cultural da aldeia nas noitadas de celebrações boemias. Lá estarão expostas 26 obras pertencentes a acervos da família, de amigos e da Funcarte. As cortinas serão abertas a partir das 19h30 e a exposição se estenderá até o dia 14 de dezembro. Vamos todos nos encontrar por lá.
No amanhecer de ontem caiu na minha bacia das almas um texto do poeta e médico Napoleão de Paiva Souza que tem como mote Leopoldo Nelson, e um outro do próprio Leopoldo, datado de 1981, no qual ele traça seu perfil autobiográfico com o título de “Leopoldo Nélson, in Gravuras e Fragmentos Autobiográficos”.  A crônica de Napoleão tem o título de “Leopoldo Nelson, o artista da paixão”.   Qual dos dois publico hoje? Pergunto para Alex Nascimento, que foi o carteiro, e ele também se escorou na dúvida. Tem que ser um, hoje; outro, amanhã. Decidi, então, pelo “auto-retrato” de Leopoldo, que começa assim:

“Nascido em 25 de outubro de 1940, em Natal, sou filo de Rômulo Leite e Maria de Souza Leite – ambos filhos de emigrantes portugueses. Seus pais se casaram com filhos de famílias brasileiras mais antigas – e sem qualquer tradição no Brasil Colonial – e, assim, sou parte do povo, fato que orgulha. Meu pai tinha uma grande confiança em mim. E, por esse motivo, fui estudar em Recife aos 15 anos, frequentando nos dois primeiros a anos o Colégio Estadual de Pernambucano – no curso científico – e, no terceiro ano, transferindo-me para o clássico.

“Nessa época, descobri os filósofos existencialistas e, em partícula Kierkegaard. A fenomenologia de Husserf e Jaspers. Numa tarde – e num encontro absurdo -, ajudei a empurrar o ‘taxi’ que conduzia Sartre, no Cais do Apolo (em Recife); e senti, nesse momento, a relatividade do homem e da vida.

“Fiz o vestibular de Direito e, naturalmente, fui reprovado. Depois, superando em parte esses conflitos, voltei a Natal e fui aprovado no vestibular de Medicina – profissão que escolhi conscientemente, após uma profunda autoanálise. Formei-me em 1968, um ano após a morte de meu pai.

“Casei-me no primeiro ano de Medicina com Margarida, minha mulher que continua sendo minha amante e que me deu uma filha: Jovanka, um amor de pessoa. Margarida, na sua aparente fragilidade, possui um caráter firme, complementando o meu ser, satisfazendo-me integralmente. Por isso acredito ser bem casado.

“Dediquei-me ao estudo de Fisiologia Cerebral, talvez levado pelas minhas dúvidas filosóficas. Sou essencialmente agnóstico, humanista por princípio – e tenho a intenção de compreender a psicologia humana. Fiz um Curso de Mestrado em Fisiologia – Curitiba – e Doutorado em Fisiologia no Hospital de La Santa Cruz y San Pablo, na Universidade Autônoma de Barcelona, Espanha.

“Comecei a pintar em 1961, tive várias fases e sofria influência direta de Rembrandt, Zurbaran, El Grecco, Goya, Bosch, Brueghel, Van Gogh e Modigliani. E também de James Ensor. É certo que também encontrei nas minhas madrugadas plantas com maldades e virtudes semelhantes; porém também refleti bastante e fui recompensado pelo gesto generoso de cada um dos meus amigos. ”

Cara do Brasil 
Deu na coluna BR18, do Estadão:

– Segundo estimativas da Secretaria da Previdência, o Brasil está deixando de economizar R$ 1,9 bilhão por mês por não aprovar a proposta de reforma previdenciária, que está parada no Congresso. Reportagem de O Globo mostra que essa perda somaria R$ 22,8 bilhões em 2019.”

Atraso aloprado
Faltando dez dias (hoje, véspera da Padroeira de Natal) para terminar o mês de novembro o Governo do Estado ainda não concluiu o pagamento dos salários de outubro. Só recebeu que ganha até 4 mil reais. Quem ganha 4 mil e 10 reais, nada, nonada.

O Governo também não concluiu o pagamento do 13º salário de 2017, quando já deveria ter começado o pagamento do 13º deste ano.

Só restam 41 dias para terminar o mandato de Robinson Faria. Ufa!

Boa música 
A Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte, que está arrumando as partituras e as malas para se apresentar em dezembro (dia 12) no Vaticano, realiza um concerto depois de amanhã, 22, no Teatro Riachuelo, começando às 22 horas, regência do maestro André Muniz.

No programa peças de Carlos Gomes (O Guarani), de Heitor Villa-Lobos (Magnificat Aleluia), de Ottorino Respigui (Pinos de Roma), de Clóvis Pereira (Missa Nordestina) e de Danilo Guanais (Regina Coeli), esta composta especialmente para a audiência papal.

O concerto de amanhã é um avant première do que será realizado na Praça São Pedro com a presença do papa Francisco.

Cultura africana 

Foi aberto ontem no campus da UFRN o IV Congresso Internacional de Literatura e Cultura Africanas (Griots), com programação que se estenderá até amanhã, 21, nos auditórios da Reitoria e do Instituto Ágora. Literatura e Direitos humanos são temas dominantes. Conta com a participação de professores e escritores de várias partes do Brasil e também de Moçambique, Congo e Cabo Verde.

Além de mesas redondas, palestras, lançamento de livros haverá também apresentações de música e de dança.

Destaco um dos temas da programação de ontem: “Áfricas, exílio, sertão”.

Medalha 

O Tribunal de Contas do Estado marcou para o dia 7 de dezembro a sessão especial para a entrega da Medalha do Mérito Governador Dinarte Mariz. Um dos homenageados deste ano é o ex-governador Cortez Pereira (in memoriam). Também será agraciada a Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva.
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