Yuno Silva
Repórter
Em cidades litorâneas como Natal, ir à praia é algo corriqueiro, faz parte do cotidiano, e a orla serve como ponto de encontro tanto para os que gostam de sol e mar quanto para quem prefere apenas contemplar o movimento do calçadão. Porém, independente de preferências, onde tem gente circulando tem lixo sendo produzido – e não há como se evitar isso. Todos os dias são recolhidas, em média, 36 toneladas de resíduos sólidos nas praias de Ponta Negra, Redinha e do Meio, desde Areia Preta até o Forte, e o acumulado no mês ultrapassa a mil toneladas.
Barraqueiros colaboram com a limpeza usando as lixeiras. Urbana pede colaboração de banhistas para manter a orla limpa
De acordo com informações da Companhia de Serviços Urbanos de Natal (Urbana), o custo operacional para garantir a limpeza é de R$ 560 mil mensais, ou R$ 18,6 mil por dia. Esse valor inclui mão de obra, transporte e destinação, mas os gastos durante esse período de chuva podem aumentar quando há necessidade de desobstrução de bueiros, entupimentos geralmente ocasionado pelo descarte do lixo de forma inadequada.
“Com atitudes simples, é possível que cada cidadão e cidadã colabore com a manutenção de um ambiente limpo e saudável. Basta não jogar lixo no chão, na areia, na rua, na calçada”, disse Juliana Ubarana, diretora de planejamento e gestão ambiental da Urbana.
A maioria dos resíduos coletados são cascas de coco verde, garrafas pet e de vidro, latas e lixo orgânico recolhidos em restaurantes e quiosques. O trabalho é realizado por uma equipe de 60 garis, mobilizada diariamente para dar conta da limpeza – feita não só na areia e no calçadão, como também em ruas adjacentes próximas da orla.
As 36 toneladas diárias de lixo recolhidas na orla, equivalem à quantidade de resíduos coletada no bairro de Felipe Camarão: em Ponta Negra são 22 toneladas/dia; de Areia Preta até a Praia do Forte mais 10 ton/dia; e na Redinha 4 toneladas diárias.
Juliana destaca a importância do descarte correto do lixo
“A todo tempo estamos buscando alternativas mais viáveis e adequadas para evitar o acúmulo de lixo. A produção de resíduos sólidos é muito grande, e garantir a qualidade de vida da população também depende de mais respeito e educação das pessoas”, garantiu Juliana, lembrando que são coletadas, em média, entre 700 e 850 toneladas de lixo por dia em toda Natal.
A diretora de planejamento e gestão ambiental da Urbana assegura que “a maioria” do lixo é recolhida das lixeiras dispostas no calçadão, e nos depósitos utilizados pelos quiosques e restaurantes da orla. “Se a maioria do lixo recolhido estivesse na areia ou na via pública, seria bem complicado. Quando as pessoas vão à praia, elas encontram o ambiente limpo, ninguém quer ficar perto de sujeira, por isso o correto seria cada um se responsabilizar pelo próprio lixo que produz”, reforçou a gestora.
Juliana Ubarana ressaltou que o lixo descartado no lugar errado, além de entupir bueiros e causar os alagamentos, também prejudicam a fauna marinha e a saúde das pessoas.
A diretora da Urbana disse ainda que a gestão de resíduos sólidos “não se resume à coleta, a questão é complexa”.
Ela observou que ainda falta informação da população para lidar com o lixo: “Muita gente acha que por pagar a TLP (Taxa de Limpeza Pública) estão isentas de responsabilidade. A Urbana mantém coleta regular de lixo domiciliar três vezes por semana, de porta em porta, e o cidadão ainda tem coragem de descartar de forma errada o próprio lixo?”
Para ela, é “inadmissível” ter lixo domiciliar misturado a outros tipos de resíduos nos pontos da cidade onde se formam lixões clandestinos. A Urbana oferece serviço especial para coletar poda de árvores e restos de construção.
Número
1.080 toneladas de lixo são recolhidas pela Urbana, em média, por mês, nas praias urbanas da orla de Natal; ou cerca de 36 ton/dia;
R$ 559,8 mil são gastos mensalmente para operacionalizar a limpeza das praias de Ponta Negra, Redinha e do Meio (de Areia Preta ao Forte); ou R$ 18,6 mil por dia;
60 garis integram as equipes de limpeza que trabalham na orla diariamente.
