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Livros e leitura

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Diogenes da Cunha Lima
[Escritor, advogado e presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras (anL)]

O livro tem sido, historicamente, fator essencial ao desenvolvimento humano. Sem ele não teríamos a riqueza da literatura, estariam menores a filosofia, a ciência, as artes e até a tecnologia. É fonte do conhecimento, em papel ou em e-book. O livro registra memórias da humanidade. Alexandre Herculano, citado por José Paulo Cavalcanti em seu discurso de posse na ABL, é definitivo: “Sem memória não existimos”. Em nossas palavras, a memória é o que faz o que somos.

O maior proveito do livro está sendo tirado da neuroeducação, a filha dileta da neurociência. Esta estuda os processos cerebrais utilizáveis para o conhecimento e a aprendizagem.

Paralelamente ao livro impresso, têm sido criadas muitas formas de leitura virtual com apresentação de notícias e interpretações em blogs e redes sociais. O vlog, diferentemente do blog, que se apresenta com palavras e imagens, utiliza o vídeo. É uma forma de mostrar movimentação dos temas tratados. A instantaneidade da comunicação é cada vez mais requerida.

Ler tem função ativa e recreativa. É forte estímulo à criatividade, à imaginação e a outras reações positivas. Os países que adotam a frequência da leitura, como a China, Japão, Finlândia e França, têm tido melhor desenvolvimento econômico e humano. Os franceses leem 21 livros por ano, cinco vezes mais que o brasileiro. Leitor precoce e ávido, meu neto Gabriel, de 8 anos, enfatizou: “Ler cura quase tudo”.

Professores e orientadores de leitura têm a mais nobre das funções. Não haverá educação de qualidade sem que eles sejam amantes da profissão e especializados, com treinamento adequado. E recebam salários dignos de viver! Afinal de contas, somente se ensina e se aprende aquilo que se ama.

Estava no gabinete de Roberto Marinho, diretor da Rede Globo, quando alguns auxiliares entraram e disseram que não poderiam transmitir “A Escrava Isaura” em Pequim. Faltavam patrocinadores. Ele determinou a transmissão e que fizessem uma grande e barata edição do romance fundamento da novela, porque os chineses eram leitores entusiastas. Meses depois, li que foram vendidos milhões de exemplares na China.

Apesar do crescente letramento digital, o Brasil é muito limitado na leitura. Basta dizer que 44% da população não lê e 30% nem sequer compram um livro. Um dos problemas é a inadequação do que se produz ao gosto do nosso povo.

O notável educador Paulo Freire, em Angicos, RN, provou que se os alunos aprendessem a partir da própria experiência, a sua aprendizagem seria rápida e eficaz. Se a nossa literatura desse o enfoque local, para cada região, certamente ganharíamos mais leitores.

Merece, pois, aplausos, o projeto aprovado por nossa Assembleia Legislativa que inclui conteúdos de Literatura Potiguar na rede estadual de ensino.

Livros e leitura são indispensáveis a quem quer viver uma vida plena.

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