Quem vislumbrar o horizonte no fim da tarde e começo de noite deste sábado, dia 19, vai se deparar com a maior lua cheia dos últimos 18 anos e muito mais brilhante do que o de costume. É o que os astrônomos denominam de “superlua”, segundo o professor das disciplinas de Física e Astronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), José Renan de Medeiros: “Muitas pessoas me telefonaram se isso tinha alguma relação com às catástrofes na terra, mas o que influência é nas ressacas maiores das marés”.
Mesmo com uma diferença de quase uma década separando a “superlua” de 1992 para a que ocorrerá no próximo sábado, o professor Renan Medeiros diz que isso “é um fenômeno corriqueiro” e também “uma coincidência” pelo fato de ocorrer na lua cheia.
Medeiros explica que na “superlua” deste dia 19, o satélite natural da Terra estará a sua distância mais próxima do planeta, no chamado “perigeu”, que varia ano a ano e pode ocorrer em qualquer uma das fases da lua.
Essa variação, continuou ele, é porque a lua gira, em sua órbita, de maneira elíptica e não circular, como algum leigo pode pensar. Quando o satélite lunar está mais distante da Terra, explicou, ocorre o apogeu, que no máximo pode atingir uma distância de 405 mil quilômetros, enquanto a distância média é de 384 mil quilômetros. No caso de sábado, ele disse que a lua deve atingir uma distância de 360 mil quilômetros da Terra.
O capitão dos portos, Alan Kardec, informa que para as embarcações que estiverem em alto mar, a maré cheia do dia 17 praticamente não terá influência nenhuma na navegação. Para os barcos que tiverem atracados, ai sim, será mais perceptível, porque entre as 23 horas de sábado e 17 horas de domingo, dia 20, a maré vai aumentar em 2,80 metros.
“É como se uma pessoa tivesse em um barco atracado no chão de sua casa e mais tarde o barco tivesse batendo no teto”, comparou o capitão dos portos de Natal.
Para Medeiros, as pessoas não precisam se preocupar com o fenômeno da “superlua”, que não tem influência nenhuma com maremotos ou terremotos, “como o do Haiti, que não ocorreu numa lua cheia”.
Medeiros disse que a “superlua” estará 25% “mais brilhante do que o normal”, principalmente quando ao nascer no horizonte do oriente ao pôr-do-sol. O espetáculo da natureza será bem interessante de ser visto, afirmou ele, se o clima e o tempo colaborarem com isso, e o céu não estiver nublado e nem chover.
Além disso, Medeiros afirmou que a lua cheia de sábado deve elevar em 5% a força gravitacional entre o satélite lunar e o planeta, mas é uma coisa imperceptível que não vai apresentar grandes mudanças em relação à Terra.
A última vez que a lua passou tão próxima à Terra, foi em 10 de janeiro de 2005, por coincidência nos dias próximos dos terremotos ocorridos na Indonésia, país da Oceânia, que registrou 9.0 na escala Richter. Previsões de “superluas” ocorreram 1955, 1974 e 1992.
