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Lucio Dalla morre aos 68 anos, vítima de infarto

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Jotabê Medeiros

Morreu de ataque cardíaco ontem em Montreux, Suíça, o cantor italiano Lucio Dalla. O músico estava em Montreux para uma série de concertos e, no próximo domingo, completaria 69 anos. Nascido em Bolonha em 1943, ele iniciou sua carreira como clarinetista do grupo Flippers, aos 20 anos. Hoje, o maior jornal italiano, o “Corriere della Sera”, ocupou toda sua primeira página online com uma análise da obra e da biografia do cantor, muito querido pelos italianos e popular no mundo todo.
Dono de um carretel de sucessos, Lucio Dalla era bastante querido em seu país
Dalla falou à reportagem em 2008, às vésperas de cantar no Brasil. “Ir ao Brasil não é trabalho, é um grandíssimo prazer.” Amigo (e parceiro) de Chico Buarque e de Gilberto Gil, elogiou a presença deste último no Ministério da Cultura: “É preferível um ministro músico do que um que não sabe o que é a música. O mundo não é o mundo sem música”.

Nos anos 1960, sua lírica sofreu influência do movimento beat. Em 1970, emplacou seu primeiro grande sucesso mundial como compositor: o cantor Gianni Morandi gravou “Occhi di Ragazza”, o que lhe abriu as portas da música. Marcou seus mais de 40 anos de carreira com uma franqueza desconcertante e grande senso de responsabilidade social e política.

Em 1971, participou do Festival da Canção de Sanremo com “Gesù Bambino”, que foi censurada por abordar o fato de a mãe de Jesus ser uma mãe solteira. Irônico, rebatizou a canção com sua data de aniversário, 4/3/43. Chico Buarque faria uma versão da música com o título “Minha História”.

Na internet, hoje, discutia-se qual a canção que fica como obra símbolo de Lucio Dalla: “Caruso” (que Luciano Pavaratti gravou e vendeu 9 milhões de discos pelo mundo), “Attenti al Lupo”, “Anna e Marco”, “L’Anno che Verrà”, “Gesu Bambino”, “Com’è profondo il mare”, “Piazza Grande”, “Balla balla ballerino ou Itaca”? Só com um cartel de sucessos como esse, Dalla já teria garantido sua imortalidade.

Mas ele fez muito mais. Com sua voz rouca e desregrada, mudou a forma de interpretação característica da música popular italiana Foi o primeiro artista da Bota a aproximar-se da tradição da soul music americana. Seu disco de 1996, “Canzoni”, vendeu 1,3 milhão de cópias, tornando-se o álbum mais vendido na Itália naquela década.

Hoje suas músicas estão sendo tocadas na sua casa na Via D’Azeglio, em Bolonha. O presidente da República italiana, Giorgio Napolitano, o definiu como “autor de voz forte e original, que contribuiu para inovar e promover a canção italiana no mundo”. Gianni Morandi lembrou de sua paixão comum pelo time de futebol do Bolonha. “Saber que nos deixou me golpeou e não pude me recuperar”, disse Morandi.

A cantora Ornella Vanoni se despediu pelo Twitter. “Uma notícia que veio como um raio, um vazio que não posso crer, o coração se recusa a sofrer o impossível.”

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