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Luís Carlos, 72

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Luís Carlos Guimarães faria hoje 72 anos. Há cinco o poeta saiu com os amigos para uma taça de vinho e se encantou. A todos que ficaram deixou a grande dor da saudade. Na sua crônica de sexta-feira passada, Nei Leandro de Castro, que estava naquela confraria do vinho, lembrou da partida do amigo. Hoje vamos nos reunir para homenageá-lo. Levantaremos a nossa taça, declamaremos seus poemas, relembraremos histórias de sua rica travessia por estas bandas de cá: o poeta, o boêmio, o professor, o jornalista, o magistrado, o viajor, o companheiro e amigo. Sobretudo o amigo paciente de todas as horas.

Já separei o vinho e o poema. Falta o queijo. Talvez leve um de Queimada de Baixo, coalho simples, sem temperos sofisticados e nenhuma cura. Mas raceado, leite de vaca sindi e de cabra murciana. Vai bem com qualquer vinho, até de jurubeba. Uma delícia. O poema foi de difícil escolha, porque a vontade é de levar uma penca. Poderia ser o “Memorial do Tabuleiro da Baiana”, canto para o mais boêmio dos bares de Natal, ancorado na velha Ribeira que não existe mais, e onde em madrugadas de altas navegações recolhíamos as velas de nossas jangadas: “Com amor vero, constante, / e usando os instrumentos / de que me posso valer / (o verso subindo as vigas, / os andaimes do poema), / entre os teus bares, cidade, / Oásis, Cisne, Granada, / bares do centro, burgueses, / e os demais que semeias, / com incerta duração / – um, lembrarei entre todos: / Taboleiro da Baiana, / cinza no tempo distante, / em defesa do progresso / demolido na Ribeira.” É do seu segundo livro, “As cores do dia”, de 1965, com o qual ganhou o Prêmio Luís da Câmara Cascudo. A dedicatória carinhosa: “Woden, amigão de todos os minutos, que já conhece o livro desde o afaire Vivi, com a velha e sempre renovada amizade”. O primeiro livro de Lula é “O aprendiz e a canção”, de 1961.

Mas eu vou levar para encontro de saudades  a  “Barcarola para um rio nordestino”, que começa assim: “Cada homem tem um rio em sua vida. / Tenho um rio nordestino tatuado nos meus olhos. / Impresso na minha lembrança / como a escrita nas folhas de livros antigos. / Meu rio nasce de uma nuvem nas cabeceiras. / Bebendo água pelo caminho / engravida e aborta um natimorto riacho. / Aos dezesseis anos nas suas águas barrentas, / conheci o amor no corpo de uma mulher. / Montei no seu lombo magro de águas serenadas. / Mergulhei nas transparentes funduras azuis de seus poços.”

A exposição de Caicó

Criadores e expositores que foram para a Exposição de Caicó, realizada no final da semana, saíram de lá com impressão muito ruim do que viram. Não estão cuidando do Parque Walfredo Gurgel. A Prefeitura que prometeu fazer a limpeza, não fez. A governadora apareceu por lá, coisa de meio-dia. Em torno dela o  enturragem de sempre, puxada por um carro de som e mais uma banda. Barulho maior do mundo, desassossegando guzerás, sindis, pardos suíços, giroandos, cabras e bodes. Quis montar um palanque eleitoral, mas não teve sucesso. Pouca gente.  Outra “falha logística”, agora do seu marquetingue político. A governadora demorou pouco e nem ficou para o almoço com os expositores, como havia acertado. Pior: cancelou o almoço e derrapou na cortesia.

Das chuvas

A maior chuva deste final de semana (de sexta-feira para o amanhecer de ontem), segundo o boletim da Emparn, foi em São Rafael, região Oeste, 80 mm, onde choveu ainda em Upanema, 12, e Carnaubais, 11. Na região do Seridó tem chuvas em Tenente Laurentino, 28, Florânia, 26, Jardim do Seridó, 23, Santana do Matos, 15, Currais Novos, 13, Acari, 11. No Litoral e no Agreste choveu em Arês, 32, Baía Formosa, 24, Canguaretama (Barra de Cunhaú), 23, Vila Flor, 20 e Monte Alegre, 8. A chuva de Natal foi de 12 mm.

Está faltando chuva nas regiões do Potengi, Trairi e do Mato Grande. Já começou a preocupar agricultores e criadores. Os reservatórios ainda não pegaram água e o pasto começa a murchar.

Medicina

Começam quinta-feira, 25, aqui em Natal, o II Congresso Franco-Brasileiro de Medicina Reprodutiva e o III Simpósio Franco-Brasileiro de Atualização em Ginecologia, reunindo especialistas da França, Itália, Argentina e de vários Estados brasileiros.

Da programação social consta de uma sessão especial da Assembléia Legislativa para a  entrega do título de Cidadão Norte-Rio-Grandense ao médico francês René Frydman, pioneiro do bebê de proveta na França (1980), que já esteve em Natal em outras missões científicas, e ao médico paulista Roger Abdelmassih.

O congresso é presidido pelo médico natalense prof. Kléber Moraes, diretor da Maternidade Escola Januário Cicco, conde as inscrições podem ser feitas.

Elite Branca

A expressão é da lavra do governador de São Paulo, Cláudio Lembo, que só aparece nas fotografias de roupa escura e gravata preta. “Elite Branca”, pode abrigar a alta burguesia paulista, da classe média alta para cima, empresários, acadêmicos e socialaites, fina flor da burguesia. O governador, que dela faz parte, andou apontando-a como uma das causas das desordens provocadas pela caos social da paulicéia. É muita sociologia no pedaço…

O Ricardo Noblat registrava ontem que o “governador Lembo é um novo queridinho de Lula”. No episódio, por incrível que pareça, os dois fazem o mesmo discurso.

Noblat ainda acrescenta: “A ‘elite paulista’ está furiosa com Lembo. Não se manifesta por que não quer ser identificada como “elite branca”.

Zélia Santiago

Será na igreja do Convento Santo Antônio, às 18h30 horas de hoje, a missa de 30º dia do falecimento da professora Zélia Santiago, que ensinou Português e Latim ( Ateneu feminino, 7 de Setembro, Ginásio Natal) a várias gerações de natalenses e foi  titular da cadeira de Literatura e Língua Portuguesa da UFRN.

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