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Luiz Furlan vai procurar emprego após as eleições

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CENÁRIO - Luiz Furlan admite entregar o cargo em outubro

Campinas (AE) – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, pretende procurar um emprego nos últimos três meses deste que é o último ano do governo Lula. Foi o que ele disse durante visita a Campinas, na última sexta-feira. Sobre sua permanência no governo, alegou que “esse é um tema que depende essencialmente de quem será o próximo presidente, não é uma decisão unilateral”.

Questionado se ficaria numa eventual reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro disse: “Não é, em princípio, a minha intenção. Eu me preparei para um convite de quatro anos e acho que no último trimestre vou começar a procurar emprego.”

Furlan participou de um encontro com empresários promovido pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), com o tema Promoção às Exportações e Inteligência Comercial no Atual Cenário Econômico.

Segundo o ministro, foi uma “reunião de prestação de contas”. Ele afirmou que o governo está “muito atento em relação à questão da taxa de câmbio, que é uma preocupação permanente”. O assunto, lembrou Furlan, interessa não só aos exportadores, mas também aos setores que enfrentam concorrência “muito forte” de produtos importados. Ele argumentou que existem vários estudos para “facilitar a vida do exportador e ao mesmo tempo procurar dar mais liberdade de atuação, equilibrando um pouco mais a oferta e demanda de câmbio que tem, no sistema atual, depreciado bastante o dólar”.

Ele citou como uma das medidas a já anunciada permissão para que grandes exportadores tenham contas em moeda estrangeira e possam fazer a compensação entre recebíveis e obrigações a pagar.

O ministro comentou que deverá haver uma reunião no final do primeiro semestre para avaliar as metas de exportações. “Vamos rever ou manter a meta de exportações de US$ 132 bilhões”, disse. Segundo ele, até o mês de abril o País caminhava no ritmo da meta, um pouco acima. “Com as exportações de maio, nós ficamos um pouco abaixo da meta, mas ainda estamos dentro do ritmo dos US$ 132 bilhões”, garantiu Furlan.

Ele chegou atrasado para o evento, depois de se reunir no Rio de Janeiro com o presidente Lula, perguntando aos repórteres os resultados dos dois primeiros jogos da Copa. Aos empresários que participavam do encontro, elogiou o otimismo do setor privado. “Daqui a pouco vamos ter eleitores que não têm memória de inflação”, comentou, dizendo que acredita que isso ocorrerá nas próximas eleições, em quatro anos.

Lembrou que hoje os consumidores podem planejar suas compras com meses de antecedência.  Furlan apontou que “ninguém mais sonha que o câmbio no Brasil vai ficar no nível da Argentina” porque “escolhemos outras metas”. Apressou-se em esclarecer que não comparava as duas economias. “A Argentina tem um modelo muito particular.”

O ministro defendeu que o País precisa atacar “fortemente” o problema da infra-estrutura. Disse que o Brasil “continua muito complexo e acaba onerando a produção”. O País tem inflação semelhante à do Chile e Estados Unidos, lembrou. Por outro lado está muito distante “de outras variáveis que influenciam o custo das empresas”.

Considerou, entretanto, “gratificante” enfrentar, durante quatro anos, o desafio de implantar “melhorias de efeito prático”. Concluiu não ser possível “fazer tudo”.

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