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Lula afirma que não vai aos Estados com palanque duplo

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Nos Estados onde os partidos da base aliada do governo federal tenham mais de um candidato ao Executivo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participará da campanha. O anúncio foi feito pelo próprio presidente ontem, quando cumpria agenda em Mato Grosso do Sul. Ele afirmou que a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, candidata do PT, não terá “palanque duplo” . As declarações do presidente trazem um reflexo direto no Rio Grande do Norte, onde há dois candidatos da base do governo. O vice-governador Iberê Ferreira disputará pelo PSB e o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo tentará pelo PDT chegar ao Executivo.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva recomenda que os aliados evitem conflitos nos Estados“Se em algum Estado não houver possibilidade de construir uma aliança política, o que vai acontecer é que o presidente da República não participará da campanha naquele Estado”, disse Lula. “Não acredito muito na história de dois palanques, não é possível que uma pessoa possa vir a um Estado e fazer um palanque aqui e outro ali”.

O presidente citou os casos de Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Pernambuco como exemplos de locais onde as negociações entre os partidos estão “difíceis”. “Primeiro vamos resolver a questão nacional, depois as regionais”, afirmou. Em recente entrevista à imprensa nacional o presidente havia manifestado preocupação com a divisão da base aliada em Estados como Minas, onde o PT e o PMDB até agora não conseguiram selar uma aliança. “Imaginar que Dilma possa subir em dois palanques é impossível”, comentou. “O que vai acontecer é que em alguns Estados ela não vai poder ir”, frisou.

O ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo, candidato a governador pelo PDT, disse que respeita o posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas lembrou que a situação do Rio Grande do Norte é diferente. Ele observou que o outro candidato da base do presidente Lula no Estado potiguar, o vice-governador Iberê Ferreira, terá como candidato a presidente da República o deputado Ciro Gomes.

“A situação do Rio Grande do Norte não é igual a de outros Estados porque o nosso partido já fechou com a candidatura de Dilma Roussef; o outro candidato da base (Iberê Ferreira) apoiará naturalmente o candidato do partido dele, que é Ciro Gomes. Nossa candidatura está mais encaixada dentro da campanha política nacional do PT”, disse Carlos Eduardo. Embora com essa ponderação, ele ressaltou a posição de respeito com a postura do presidente Lula. “Gostaríamos e queremos o presidente Lula no nosso palanque, mas também temos que respeitar o comportamento que ele adotará”, completou. A reportagem procurou entrar em contato com o vice-governador Iberê Ferreira, mas ele estava em uma solenidade e não pode atender ao celular.

PT assegura amplos poderes ao comando nacional do partido

Sem protestos nem polêmica, o plenário do 4º Congresso Nacional do PT deu ontem ao comando do partido poderes totais para em 2010 fechar as alianças eleitorais que quiser e para intervir em qualquer seção estadual que as contrariar. O objetivo foi não criar obstáculos para a construção da coligação em torno da pré-candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência. Por avassaladora maioria, a primeira plenária da reunião, comandada pelo novo presidente da legenda, José Eduardo Dutra, rejeitou todas as propostas de modificação nos textos apresentados pela Executiva Nacional e discutidos de manhã. Diferentemente do tempo em que o partido era oposição, os grupos mais à esquerda não protestaram. Limitaram-se a fazer discursos de crítica, apoiados por alguns aplausos. O outro lado não reagiu nem quando foram lembrados pecados do governo e do PT.

Também fracassou a tentativa de grupos de esquerda de dar aos encontros estaduais do PT a última palavra para decidir as alianças regionais. O dirigente petista Renato Simões traçou um quadro de paralisia do PT em alguns Estados, devido à demora para decidir as coligações e à inação do partido para montar candidaturas próprias aos governos estaduais.

Ciro mantém discurso de candidato

Um grupo de dirigentes de partidos da base aliada do governo federal, liderada pelo PT, finalmente se reunirá com o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) para tratar da sucessão do governo do Estado de São Paulo. O encontro será quarta-feira (24) no diretório do PSB em Brasília, às 9 horas. A reunião tinha sido inicialmente marcada para a quinta-feira passada (11), mas o parlamentar alegou problemas de agenda.

O deputado Ciro Gomes mantém, até agora, o discurso de candidato. Ele foi a estrela do programa apresentado na noite de quinta-feira (18) pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) na propaganda eleitoral gratuita na televisão e no rádio. “Eu mesmo sou testemunha de que isso só foi possível graças à sensibilidade e à vontade do próprio presidente Lula, que muitas vezes, contrariando setores de seu próprio governo, fez aquilo que muitos julgavam impossível. Eu e meu partido sempre estivemos firmes ao lado desse projeto liderado por Lula, principalmente nos momentos mais difíceis, quando muitos daqueles que se hoje se dizem amigos de Lula o atrapalharam, se escondiam ou faziam de tudo para derrubá-lo”, disse Ciro Gomes durante o programa.

“O desafio agora é olhar para frente e preparar o nosso País para as enormes tarefas que ainda temos de cumprir. O PSB quer apresentar ideias e propostas que preservem o legado de Lula, mas que também ampliem a discussão”, declarou. Ciro afirmou que o “clima de Corinthians e Palmeiras, de Fla-Flu partidário” é “ruim para o Brasil”.

“A condição para o Brasil dar um salto de desenvolvimento é excelente. Vai depender se a gente vai querer ficar olhando para o passado ou definitivamente encarar o futuro. Não podemos nem pensar em perder a oportunidade de consolidar e ampliar as mudanças iniciadas pelo presidente Lula.”

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