sábado, 20 de abril, 2024
24.1 C
Natal
sábado, 20 de abril, 2024

Lula amplia participação dos peemedebistas no governo

- Publicidade -

ARTICULAÇÃO - Lula tem interesse na aliança com o PMDBBrasília (AE) – Um dia depois de entregar a presidência e mais três diretorias dos Correios ao PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou ontem o engenheiro civil Fernando Antonio Brito FialhZo diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A nomeação também entra na cota do PMDB no governo, com o Planalto já preocupado em assegurar governabilidade em um eventual segundo mandato do presidente Lula.

Fialho foi indicado pelo senador José Sarney (PMDB-AP), que ontem subiu à tribuna do Senado para declarar que apóia a candidatura à reeleição de Lula. Sarney lembrou ainda que na segunda-feira, entre 16 e 20 presidentes regionais do partido vão dizer que farão campanha para o presidente. Fialho foi diretor da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), que administra o porto de Itaqui (MA).

O PMDB aguarda agora a nomeação do presidente da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), Paulo Lustosa, para o Ministério da Saúde. “Dez entre dez artistas do PMDB na Câmara referendaram o nome de Lustosa para a Saúde”, disse o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB).O nome de Lustosa era defendido pelos peemedebistas para a presidência da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), mas uma briga interna no partido atrapalhou a nomeação.

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, manifestou-se contrário a Lustosa. Mas o PMDB não desistiu de pôr um de seus integrantes na Anatel. Tanto é que Lula decidiu nomear interinamente para a agência o conselheiro José Leite Pereira Filho, que ficará no cargo até o fim das divergências entre os peemedebistas. 

As nomeações do PMDB para cargos importantes, como a presidência e três diretorias dos Correios e a presidência da Antaq são o primeiro movimento de um processo de verticalização do comando dos ministérios pelo partido. De acordo com as negociações já feitas entre Lula e os peemedebistas, acabou a “horizontalização” posta em prática no início do governo de Lula, segundo a qual o ministro era de um partido, o secretário-geral de outro e as estatais de um terceiro ou do próprio PT. Agora, o naco será entregue por inteiro.

“É muito melhor assim. Que cada um seja o responsável pelos nomes que indicar. Se houver sucesso, o sucesso é creditado ao partido; se houver problemas, o partido que responda por eles”, afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá, padrinho da nomeação de Carlos Henrique Almeida Custódio para a presidência dos Correios. O interesse de Lula no apoio do PMDB faz parte de uma estratégia que visa a cooptar o partido para a garantia da governabilidade no sonhado segundo mandato. Por todos os cálculos feitos até agora, o PMDB elegerá a maior bancada de deputados federais, continuará a ser o maior partido do Senado e terá entre 10 e 14 governadores. 

Esse gigantismo peemedebista assegura ao aliado a certeza de que terá condições de aprovar projetos de seu interesse no Congresso, o que o governo hoje não tem, pois os partidos da base se dividiram. Logo no início de um eventual segundo governo, Lula quer aprovar as reformas política e da Previdência. O PMDB tem hoje os Ministérios das Comunicações e de Minas e Energia, dois mastodontes que controlam estatais como os Correios – desde o ano passado sob intervenção, devido ao escândalo do mensalão, que surgiu lá, depois que o servidor Maurício Marinho foi flagrado por uma câmera de TV embolsando R$ 3 mil de propinas – e a Eletrobrás. Ao Ministério de Minas e Energia estão subordinadas a Petrobrás, sob controle do PT, e a Transpetro, do PMDB.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas