Brasília (AE) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou ontem à noite o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves e deputado Reinhold Stephanes (PMDB-PR) para uma reunião hoje às 16h30 no Palácio do Planalto. A expectativa é que Lula confirme a indicação de Stephanes para o cargo de ministro da Agricultura.
A demora do governo na indicação do novo ministro da Agricultura provocou a movimentação dos vários setores da legenda e dos deputados que participam da Frente Parlamentar da Agropecuária e do Cooperativismo e quem ficou sob pressão foi o presidente nacional da sigla, deputado Michel Temer (SP). Ontem havia a possibilidade de uma reunião de Temer e o líder da bancada na Câmara, Henrique Eduardo Alves, com o presidente Lula. Mas o encontrou foi marcado para hoje.
“Essa demora na escolha abre espaço para o jogo de pressão porque a bancada tem vários candidatos e é natural que todos se articulem”, comentou Henrique Eduardo Alves em entrevista à Agência Estado. “Não queremos que o presidente Lula sofra isso (a pressão) porque ele foi correto com o partido. Então, quanto mais rápido acontecer a definição, melhor”, completou.
Nas articulação para o encerramento da reforma ministerial também persiste a dúvida sobre quem vai substituir o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. Ontem o chefe de Gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, informou que Lula desistiu de procurar uma solução caseira para essa vaga. Carvalho disse que o presidente pode bater o martelo ainda hoje para tentar empossar o novo ministro sexta-feira
“O presidente busca alguém com o perfil semelhante do Furlan: hábil negociador, representativo do setor empresarial e preocupado não só com o mercado externo, mas com a política industrial”, explicou. Na semana passada, o nome do presidente da Agência de Promoção às Exportações (Apex-Brasil), Juan Quirós, foi cogitado como uma saída para as dificuldades enfrentadas por Lula para escolher o sucessor de Furlan. O presidente já teria convidado os empresários Jorge Gerdau, Eugênio Staub, Abílio Diniz, Antoninho Trevisan, além do presidente da Embraer, Maurício Botelho, que teriam recusado o convite.
Antropólogo assume presidência da Funai
São Paulo (AE) – O ministro da Justiça, Tarso Genro, confirmou ontem o nome do pesquisador paraense Márcio Meira, de 43 anos, para a presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai). Ele toma posse hoje às 14 horas, em Brasília, substituindo o antropólogo Mércio Pereira Gomes. Será o 32.º presidente da instituição criada há 39 anos. Funcionário do Museu “Emilio Göeldi”, de Belém, Meira é formado em história, com mestrado em antropologia. Filiado ao PT desde 1983, participou da preparação do programa de governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, atuando na área de cultura.
No ano seguinte foi indicado pelo partido para ocupar a Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da Cultura – cargo do qual foi demitido em janeiro deste ano pelo ministro Gilberto Gil, apesar dos protestos do PT. Em Belém, Márcio distinguiu-se na área de cultura. Presidiu a Fundação Cultural de Belém e dirigiu o Arquivo Público Paraense. Foi um dos responsáveis pela revitalização do Mercado Ver-o-Peso da capital do Estado. Ele não é muito conhecido no meio indígena.
Em Boa Vista, Joenia Apixana, da direção do Conselho Indigenista de Roraima, observou: “Não conheço seu trabalho. Espero que ele saiba ouvir os movimentos indígenas para saber quais são suas reais necessidades”.
