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Lula defende perdão da dívida do Haiti

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Porto Príncipe (AE) – Ao desembarcar ontem na capital do Haiti o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial (Bird) para que perdoem a dívida de US$ 1,3 bilhão que o país tem como esses organismos financeiros internacionais. O apelo, disse Lula, é extensivo a “todos os credores” que podem ajudar o Haiti. O presidente René Préval, depois de fazer um relato sobre a situação do país, resumiu assim o momento: “É preciso refundar o Haiti”.

“O perdão da dívida não vai resolver as necessidades do Haiti, mas vai permitir que o país esteja credenciado a começar a estabelecer novas linhas de crédito junto ao sistema financeiro internacional”, disse o presidente brasileiro ao pedir a anistia das dívidas junto ao FMI e ao Bird. Dos US$ 300 milhões que a Unasul se comprometeu a doar ao Haiti, Lula disse ontem que o Brasil vai doar US$ 100 milhões. Além de sobrevoar as áreas destruídas pelo terremoto de 12 de janeiro, Lula percorreu a pé os escombros da capital destruída, sempre ao lado do presidente haitiano, René Préval.

A decisão foi um gesto político pensado, para mostrar que o país recebe ajuda de terceiros, mas é o governo haitiano que tem de estar presente na condução da reconstrução e da solidariedade à população. O terremoto matou pelo menos 200 mil pessoas, segundo números do governo local. “É importante que a gente, neste momento, fortaleça o governo do Haiti. É através do governo que temos de fazer política de solidariedade”, afirmou Lula.

Segundo relato do presidente, Préval disse que, no momento, o mais importante é “recolher os escombros do terremoto, de preferência pelas vilas, e fazer acampamento nos locais”. A ideia é fazer pequenos acampamentos, e não grandes, nos locais onde as populações já viviam. Para isso, disse Lula, é preciso que se defina o tipo e o número de máquinas que serão necessários para acelerar esse trabalho de retirada os escombros

Antes de assistir ao desfile das tropas brasileiras do batalhão Brabatt 1, que integra a missão das Nações Unidas (ONU) no Haiti, a Minustah, ao lado de Préval, do ministro da Defesa, Nelson Jobim, e dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, o presidente disse à tropa: “Embora vocês não precisem de medalhas, eu poderia dizer que poucas vezes na história do Brasil as Forças Armadas foram motivo de tamanho orgulho para o povo brasileiro, como tem sido o seu comportamento e trabalho na Minustah!”. Ao completar a frase Lula estava visivelmente emocionado.

Presidente brasileiro pede fim do embargo à Cuba

Porto Príncipe (AE) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez hoje um apelo ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para que ele acabe com o embargo à Cuba. Em entrevista à imprensa cubana, pela manhã, em Havana, antes de embarcar para o Haiti, Lula avaliou que o embargo não tem mais sentido. “Como os cubanos, eu creio que o embargo não tem mais sentido. Não existe mais explicação política, econômica, não existe mais guerra fria, não existem mais mísseis, nada. Portanto, penso, basta apenas uma tomada de decisão. Estou convencido de que o presidente Obama, que ganhou as eleições em Miami, deveria, tomar essa decisão”, disse Lula.

“Uma coisa que eu tenho dito, com todo respeito ao presidente Obama, ele não tem que fazer nada mais do que fez o povo americano ao ter a ousadia de votar no Obama para presidente. É essa ousadia do povo americano que permite que ele seja ousado e resolva o problema do embargo a Cuba”, completou Lula.

O presidente disse ainda, durante a entrevista à imprensa cubana, que o Brasil trabalha com a firme convicção de ser o primeiro parceiro cubano em prol do investimento e desenvolvimento daquele país.

“Acreditamos no potencial de desenvolvimento de Cuba. O Brasil hoje tem mais condições do que tinha há dez anos atrás e, portanto, nós não faltaremos em discutir os projetos mais importantes para Cuba para prepará-la para o futuro”, disse.

Lula visita escombros na capital haitiana

Porto Príncipe (AE) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou nesta quinta-feira uma área da capital haitiana onde funcionava o hotel D’Haiti, completamente destruído pelo terremoto de 12 de janeiro. O presidente percorreu a área do hotel, ainda repleta de escombros, e conversou com moradores que foram contratados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para trabalhar na remoção dos escombros e limpeza das ruas.

O hotel está localizado no bairro Tabarre, próximo ao local onde está instalada a base militar brasileira em Porto Príncipe. Lula quis conhecer o local e ver de perto o trabalho que vem sendo feito, além de manter contato com a população local e está conversando com algumas das 35 mil pessoas que foram contratadas pelo PNUD para trabalhar nessa remoção.

O trabalho foi uma forma que o PNUD encontrou de ocupar pessoas e garantir alguma renda às famílias. Pelo trabalho de remoção de escombros e limpeza das ruas, as pessoas recebem US$ 4,5 por dia e esse pagamento é feito a cada 12 dias.

Somente pode ser contratada uma pessoa por família e há um rodízio entre as pessoas para que mais pessoas tenham oportunidade. Além disso, há uma determinação para que 50% dos trabalhadores contratados sejam homens e 50% mulheres.

Brasil e Haiti assinaram um acordo de fortalecimento da Agricultura Familiar para incentivar a produção e a compra de alimentos de pequenos produtores. Também foram assinados acordos de construção de cisternas, recuperação da educação superior e formação profissional.

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