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Lula diz que salário mínimo dobrou

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SALÁRIO - Presidente Lula  falou sobre a recuperação do salário mínimo e também da geração de empregos

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou ontem, em seu programa semanal de rádio Café com o Presidente, a recuperação do valor do salário mínimo no país, atualmente de R$ 380. “É importante comparar o que ele poderia comprar de cesta básica em janeiro de 2003 e o que ele pode comprar hoje. Ou seja, praticamente dobrou o poder aquisitivo do salário mínimo no Brasil”, disse. Segundo Lula, o atual valor do salário mínimo colocará no mercado cerca de R$ 15 bilhões a mais. “É dinheiro que está circulando, gente que está consumindo. Quando há consumo, as lojas encomendam mais na fábrica, as fábricas produzem mais, geram mais empregos. Eu acho que todo mundo ganha mais com isso”.

 O presidente destacou também que 86% dos trabalhadores ganharam aumento real de salário desde 2006. “Além da inflação, eles tiveram um ganho no seu poder aquisitivo. E 96% tiveram, no mínimo, a inflação”.

 Ele reconheceu, no entanto, que o valor ainda é baixo. “Obviamente que o salário mínimo sempre é pouco, sempre é pouco porque é o mínimo. Ele é pouco no Brasil e é pouco no mundo inteiro. Mas o que nós estamos fazendo é que estamos reajustando o salário mínimo sempre acima da inflação para que a gente possa ter um poder de compra que permita um cidadão que ganhou o salário mínimo cuidar de si e da sua família”, destacou o presidente.

 Lula utilizou o programa  para mandar um recado a todos os trabalhadores do país. “Estou desejando um feliz 1º de maio, com a certeza de que o 1º de maio de 2008 será melhor do que o 1º de maio de 2007”, afirmou.

 De acordo com o presidente, o país ficou 20 anos sem gerar emprego ou dispensando mais trabalhadores do que contratando. “Agora está o inverso. E o número mais positivo é o número do mês de março, em que a gente bateu o recorde na geração de emprego com carteira assinada, ou seja, foi 91% maior do que foi em março de 2006”. O presidente ressaltou que esse foi o melhor número desde a existência do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).  “Eu tenho razões de estar otimista. Tenho razões para acreditar que as coisas vão melhorar e tenho razões para acreditar que, junto com os trabalhadores, nós iremos construindo uma forma de melhorar a vida do povo trabalhador do nosso país”. Para Lula, o país tem um “potencial extraordinário” de geração de empregos.

 “A nossa expectativa é de que, com o crescimento da economia, e todos os números indicam que a economia brasileira vai continuar crescendo de forma mais vigorosa nos próximos anos, e com a implantação do programa de aceleração da economia e também com a desoneração, ou seja, com a isenção de impostos que nós fizemos para material de construção civil e para a própria construção civil, nós temos aí um potencial extraordinário de geração de empregos no Brasil”, afirmou.

O presidente disse também que a economia está crescendo, e os empresários estão ganhando mais dinheiro e dividindo “um pouco” dos seus ganhos nos acordos salariais.

Economista analisa impacto do salário

Para o economista Alberto Furuguem, ex-diretor de Política Econômica do Banco Central no governo de José Sarney, a notícia dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã de ontem durante o programa semanal de rádio “Café com o Presidente”, de que o poder aquisitivo do salário mínimo “praticamente dobrou” desde o início do seu primeiro mandato, não é exclusivamente boa. 

Ele afirma que os trabalhadores que vivem do salário mínimo ficam muito contentes com a notícia, mas que o impacto gerado nas contas públicas – federais, estaduais e municipais – não é pequeno. Como o governo gasta mais para pagar os salários dos servidores e aposentados, acaba deslocando o dinheiro que seria para investir no desenvolvimento. “ Isso representa um impacto muito forte na despesa pública corrente em geral e acaba provocando uma redução da capacidade de investimento. E vai pressionando também o déficit da Previdência. Para poder balancear essa conta, o governo ainda precisa arrecadar mais dinheiro e, segundo Furuguem, isso é feito aumentando a carga tributária. O que prejudica até mesmo os investimentos do setor privado. Ele aponta que uma solução para o problema – já que o salário precisa crescer e o País também – é vincular o aumento do rendimento ao PIB  per capita do Brasil.

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