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Lula empossa ministros e pede à coalizão ações para 20 anos

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CARGOS - Lula ainda vai nomear nos novos ministros da Previdência e da Reforma AgráriaBrasília (AE) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva completou ontem a lista dos participantes da “reunião das 9”, como se referiu aos ministros influentes do governo. Ele deu posse a Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais), que dividirá com Dilma Rousseff (Casa Civil) o trabalho operacional do governo. Mares Guia será o encarregado de dialogar com o Congresso e Dilma, a responsável pela caneta usada para assinar nomeações e liberação de verbas. Junto com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, está formado o eixo da nova coordenação de Lula.  A solenidade também serviu para Marta Suplicy e Reinhold Stephanes assinarem o termo de posse nos cargos de ministro do Turismo e da Agricultura, respectivamente.

Pelos gritos e aplausos da platéia que lotou o Salão Nobre, a ex-prefeita de São Paulo participaria da “reunião das 9”. Marta e Mares Guia levaram claques para aplaudi-los. A ex-prefeita, porém, entra no governo sem força para dar a largada da sucessão de 2010, pois não conseguiu nem mesmo o comando da Embraer, segundo observaram pessoas próximas de Lula. “Marta, o orçamento do Turismo é muito pequeno, são R$ 300 milhões”, alertou o próprio presidente no discurso. Nos bastidores, ele deixa claro que prefere vê-la sem força, mas próxima. Marta, a principio, está fora da “reunião das 9”, realizada todas as segundas-feiras no palácio. As claques de Marta e Mares Guia ainda foram gentis ao bater palmas para o apagado Reinhold Stephanes, que tenta como ministro se aproximar da bancada ruralista. Quem puxou os gritos das claques foi o suposto babalorixá Roberval Uzeda, o Pai Uzeda, uma figura conhecida nas platéias políticas da cidade. “É isso aí, presidente”, “muito bem”, “isso mesmo”, repetia Uzeda.

Sem se importar com as interpretações de que gosta do poder, Lula disse que a coalizão de partidos aliados, coordenada agora por Mares Guia, deve pensar ações para os próximos 20 anos e não apenas o imediatismo de garantir a governabilidade e aprovar projetos de interesse do Planalto.  O presidente defendeu “uma coalizão que pudesse mostrar ao Brasil que é possível fazer política no País com P maiúsculo, e que é possível construir um país pensando nos próximos 20 anos e não apenas nos próximos quatro anos”, disse. “Se pensássemos apenas nos quatro anos, iríamos cometer os erros históricos que sempre foram cometidos, de construir apenas curativos e não fazer uma definitiva cirurgia para curar os males do nosso País.”

Ele afirmou que, pelos êxitos não tinha necessidade de mudar a equipe depois de ganhar a eleição de 2006 e sofrer um “massacre”, como chamou a crise política do primeiro mandato. “O time tinha ganhado o jogo e, portanto, como fez o time do Internacional de Porto Alegre, depois de ganhar o título do Mundial Interclubes, não precisaria trocar os jogadores”, afirmou. “Entretanto, depois das eleições, começamos a estabelecer uma nova dinâmica na política, na perspectiva de construir uma coalizão.”

A primeira tarefa da dupla de operadores é coordenar o processo de nomeações de cargos importantes do segundo escalão e das estatais. Agora, só falta definir os nomes dos ministros da Previdência, que ficará com Manoel Dias ou Carlos Lupi do PDT, e do Desenvolvimento Agrário, pasta onde deverá ser mantido o atual ministro Guilherme Cassel.
Marta pode concorrer a qualquer cargo’, diz Lula

Brasília (AE) – “Foi simpático ele falar isso”. Assim a nova ministra do Turismo, Marta Suplicy, reagiu à afirmação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que praticamente lançou ontem sua pré-candidatura a vôos políticos mais altos. Depois de preterir a indicação de Marta para ocupar ministérios com maior visibilidade, como os de Cidades e Educação,

Lula afagou a petista durante a solenidade de posse ao dizer que “quem foi prefeita de São Paulo pode concorrer a qualquer cargo no mundo”. Marta procurou abrandar o conteúdo político da declaração. Questionada se o comentário poderia ser interpretado como um sinal de que Lula vai apoiá-la à sua sucessão, em 2010, ela desconversou. “Não é isso”, respondeu. “É que o presidente sabe a dureza que é governar a cidade de São Paulo, a dificuldade que é trabalhar com pouco recurso e o que enfrentei lá.”

A cerimônia de transmissão de cargo de Walfrido dos Mares Guia para Marta foi a mais concorrida da Esplanada. Faziam sucesso, na primeira fileira, os filhos-cantores Supla e João – acompanhado da mulher Maria Paula, atriz do Casseta & Planeta -, além do advogado André e do marido Luís Favre. O vereador-cantor Agnaldo Timóteo (PR-ex PL) acomodou-se ao lado de Supla, que estava vestido com um terno risca de giz e chegou a pegar o microfone momentos antes, no Palácio do Planalto, para pedir que os convidados se sentassem.

Sem disposição para falar sobre o plano de se candidatar à Prefeitura, em 2008, acumulando forças para a eleição presidencial de 2010, Marta era só cautela depois da posse. “Vou me dedicar ao Ministério de corpo e alma”, disse, ao lembrar que uma de suas bandeiras será o combate ao turismo sexual. “É um Ministério enxuto, quase uma jóia de tão bem organizado.” Depois dos rumores de que a Infraero – estatal responsável pela administração dos aeroportos – seria transferida para o Turismo apenas com o objetivo de “turbinar a pasta” para abrigá-la, a ex-prefeita esforçava-se para não dar cotoveladas em sua estréia na Esplanada.

Stephanes quer garantir acesso aos mercados

Brasília (AE) – O novo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que vai cumprir a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para centrar suas ações “nos produtores que não têm condições, para dar a eles a possibilidade de acesso à produção e ao mercado”. O ministro não considerou o pedido como um recado indireto à bancada ruralista e aos grandes produtores o fato de Lula afirmar que não fará um governo para os que gritam mais e os que estão na Câmara.

“Não penso assim, mas acho que a visão social que o presidente sempre teve é corretíssima”, opinou o ministro. O nome de Stephanes sofreu resistências dentro da Comissão da Agricultura, que pretendia emplacar o deputado federal Moacir Micheletto (PMDB-PR) para o cargo. O ministro disse que não foram todos os deputados do setor os contrários ao seu nome e sim apenas alguns membros “que tinham suas razões e eu vou respeitá-las; mas já estou mantendo contato com todos”, disse Stephanes. Ele prometeu governar com diálogo e ainda ouvir todos antes de tomar decisão. “Sou reservado, tímido, mas tenho uma capacidade de conversar e de ouvir”, completou.

Mares Guia assegura apoio à petista

Brasília (AE) – A cerimônia de transmissão de cargo para a nova ministra do Turismo, Marta Suplicy, reservou-lhe ontem mais do que a posse na cadeira. Marta recebeu do ex-ministro e novo chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Walfrido dos Mares Guia, a garantia de apoio, à frente da articulação política e institucional do governo, “para honrar o compromisso com os deputados de liberar os recursos das emendas” ao orçamento da pasta em 2007. Traduzido em cifras, a promessa mencionada por Guia equivale a R$ 1,5 bilhão para novos investimentos, que representam 84% do orçamento do Turismo este ano.

A aliança entre ela e o novo chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, que se muda para um gabinete no Palácio do Planalto, agradou à platéia repleta de parlamentares, secretários de Turismo dos Estados, empresários e dirigentes de entidades ligadas ao setor. “O turismo sai fortalecido com essa troca de ministros”, resumiu o secretário de Turismo de Goiás, Barbosa Neto disse que Mares Guia multiplicou por seis o “minguado” para o setor este ano.

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