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Lula manda equipe reagir a discurso de crise energética

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Brasília (AE) – Diante do risco de a questão da energia antecipar o debate das eleições municipais de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou a equipe de governo a afinar o discurso, contra-atacar quem usar o tema politicamente e tranqüilizar a população de que não haverá corte de luz. A ordem é, num primeiro momento, apresentar um quadro técnico da situação dos reservatórios das hidrelétricas e explicar como funciona o sistema elétrico. Paralelamente, em um reconhecimento intramuros de que a crise pode evoluir, o governo desencadeou o chamado “plano B”, acionando usinas térmicas.

A polêmica sobre um possível apagão surgiu com a declaração do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, de que o racionamento de energia “não é impossível”. Depois de ouvir a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, Lula avaliou que a declaração de Kelman deveria ser esclarecida.

Ministros já começaram a orientar líderes de partidos aliados a contra-atacarem os opositores que resolverem usar o debate sobre energia na imprensa e nas tribunas do Congresso. De acordo com um parlamentar, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio, disse aos líderes que houve um “erro de comunicação”. O Palácio do Planalto, porém, já contabiliza os prejuízos com a polêmica de um possível apagão elétrico. Campanhas educativas de racionamento, por exemplo, terão de ser adiadas, em favor de um discurso que caracterize uma gestão eleitoral do tema. O governo não quer alimentar o que chama de “especulações”, e Lula já avisou que não pretende “nem ouvir falar em corte de luz”.

Cenários

Os números mostram que o cenário atual guarda semelhanças e diferenças em relação ao do início de 2001, ano em que foi decretado o início do racionamento de energia. Mesmo que as chuvas voltem, confirmando a tese do governo de que não haverá racionamento, o fato concreto é que os reservatórios que abastecem as hidrelétricas estão baixos, alguns até em patamares inferiores aos de 2001, quando o País foi submetido a cortes de energia de 20%.
De acordo com informações fornecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), atualmente a malha de linhas de transmissão do País totaliza 83.947 quilômetros. No início de 2001, essa rede era de aproximadamente 66 mil quilômetros. Apesar dessa melhora no sistema de transmissão, é importante lembrar que para que haja intercâmbio de energia entre as regiões é necessário que alguns reservatórios estejam em condições de gerar excedente.

Em entrevista ontem, Múcio observou que o sistema brasileiro de energia elétrica é interligado, o que garante o abastecimento de áreas que sofrerem qualquer problema com a falta de chuvas. “Você pode gerar energia no sul e distribuir no norte, por exemplo”, disse o ministro. “Isso minimiza as preocupações”, garantiu.

 

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