Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá se tornar em breve o recordista no período democrático em indicações para o Supremo Tribunal Federal (STF). Desde que tomou posse até abril, Lula deverá nomear 7 dos 11 ministros do STF.
Ontem o governo anunciou a escolha do quinto ministro indicado por Lula, o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Enrique Ricardo Lewandowski. Antes dele, o presidente nomeou Cezar Peluso, Carlos Ayres Britto, Joaquim Barbosa e Eros Grau. Em março, a sexta vaga deverá surgir com a aposentadoria do atual presidente do STF, Nelson Jobim. Ele tentará retornar à vida política depois de nove anos de Supremo. Antes de ser indicado para o tribunal pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Jobim foi deputado federal pelo PMDB gaúcho e ministro da Justiça do governo tucano.A sétima vaga poderá ser aberta em abril, com a esperada aposentadoria do decano do STF, Sepúlveda Pertence. Ele ainda poderia ficar no tribunal até 2007, quando completará 70 anos. Mas tem dito a interlocutores que está cansado e pretende deixar o Supremo.
Tantas nomeações preocuparam a comunidade jurídica, que passou a temer uma cooptação da instância máxima do Judiciário pelo Planalto. Nomes de petistas com militância jurídica, como o ex-ministro da Educação Tarso Genro, e do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), com forte apoio no palácio, acabaram desgastados e eliminados da lista de Lula.