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Lula reclama de senadores que retardam votação do Fundeb

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DISCURSO - Lula comentar que “os pobres não dão trabalho, porque não têm dinheiro para protestar”Nossa Contagem, MG (AE) – Em um dia de mau humor explícito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que é mais prazeroso e fácil governar para os pobres e atacou adversários e até movimentos sociais aliados do Palácio do Planalto. Ao participar de um ato para comemorar a entrega de 11,1 milhões de benefícios do Bolsa Família, ele criticou os que pensam de forma “pequena” no Senado por retardar a aprovação do Fundo da Educação Básica (Fundeb) e quem gasta dinheiro para participar de protestos contra o governo. “Os pobres não dão trabalho, pois não têm dinheiro para ir protestar em Brasília, alugar ônibus ou sequer ir ao sindicato”, disse. “Só vão à igreja rezar e pedir ajuda a Deus.”

Lula afirmou que muitas vezes os autoridades não olham para os pobres porque estes não estão nas ruas protestando e fazendo passeatas contra o governo. Os movimentos de sem-terra e sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), fiéis ao Planalto, são os que mais freqüentam e interrompem o trânsito na Esplanada dos Ministérios, tradicional área de protestos na cidade. “Muitas vezes o pobre quer apenas um pão, enquanto muitas vezes o rico, cada vez que encosta perto, quer um bilhão.”

Ao comentar sobre o Fundeb, o presidente disse não acreditar que parlamentares se recusam a votar a proposta que garantirá um total de R$ 4 bilhões por ano ao ensino básico para não beneficiar o governo Lula. “Eu não acredito que tenha gente que pensa de forma tão pequena, capaz de prejudicar as crianças pensando estar prejudicando o presidente da República e o governo federal”, afirmou.

No discurso para uma platéia de cerca de duas mil pessoas num ginásio de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, Lula não comentou o pedido de demissão do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Assessores e ministros que integravam a comitiva receberam ordens para manter o silêncio.

O presidente, no entanto, não conseguiu disfarçar o desapontamento por perder um dos colaboradores que mais admira. Diferentemente de outros eventos que participou, Lula não se contagiou pelos gritos histéricos da platéia. Ele chegou a evitar até mesmo segurar crianças que foram levadas ao palco pelos organizadores do evento. Antes do pronunciamento de Lula, o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, defendeu abertamente a candidatura do chefe à reeleição. “A história vai assegurar mais quatro anos para que possamos consolidar e ampliar a política social”, afirmou, em tom exaltado.

Lula, por sua vez, observou que o governo federal conta com o apoio de prefeitos de partidos adversários para garantir o repasse de recursos do Bolsa Família nas cidades. “Prefeitos do PFL e do PSDB podem passar o dia falando mal do governo, mas os pobres das cidades deles são tão bem tratados como os pobres de Belo Horizonte e de Contagem”, ressaltou o presidente, numa referência a duas cidades mineiras controladas pelo PT.

A prefeita de Contagem, Marília Campos, que recebeu vaias durante o ato, enviou quatro mil cartas convidando para o evento pessoas que entraram recentemente no cadastro do Bolsa Família. Foram distribuídas cartilhas de ações do governo federal e faixas de apoio a Lula pela cidade. As aulas de uma escola do Sesi foram suspensas para que alunos e professores pudessem participar do ato.

Depois de participar do evento em Contagem, Lula se reuniu a portas fechadas com empresários da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). Representantes da entidade disseram que o presidente não pediu apoio financeiro.

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