São Paulo – Ao completar cem dias de seu segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve, ontem, boas razões para comemorar: embora a violência não dê sinais de diminuir e o apagão aéreo desorganize a vida dos cidadãos, seu prestígio pessoal e o do governo junto aos eleitores continua a aumentar. Uma nova pesquisa nacional CNT/Sensus mostra que Lula é aprovado, pessoalmente, por 63,7% do eleitorado – seu melhor índice desde fevereiro de 2006 – e a avaliação positiva de seu governo chega a 49,5%, o terceiro melhor resultado de 51 meses no poder.
Encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes, a pesquisa informa, ainda, que para 54,8% dos entrevistados o segundo mandato de Lula vai ser melhor que o primeiro. Para o diretor da Sensus, Ricardo Guedes, esses bons números têm relação “com a economia equilibrada, o processo de geração de empregos, o aumento na renda e fatores como o Bolsa-Família”. Ao que o cientista político Carlos Melo, do Ibmec-SP, acrescenta: “A questão está em torno da imagem do Lula, que aparece como aquele que está tentando fazer as coisas darem certo. As ações sociais, como o Bolsa-Família, parecem anular os efeitos perniciosos de outras políticas do governo.”
A tese é compartilhada pelo cientista político e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fábio Wanderley Reis. De acordo com ele, a pesquisa sugere que a reeleição de Lula teve um impacto mais forte no eleitorado do que eventuais dificuldades que tenham sido enfrentadas, como a crise política de 2005.