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Luta contra os agrotóxicos começa nos supermercados

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Todos os supermercados de Natal terão de se adequar ao que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina em relação à venda de alimentos com agrotóxicos. O Ministério Público notificou os supermercados de Natal e a Ceasa para cumprir as normas no prazo de 10 dias úteis. A medida foi necessária após divulgação de uma pesquisa que aponta existir excesso de agrotóxicos em várias amostras de verduras e frutas vendidas no Rio Grande do Norte.

O promotor de Defesa do Consumidor, José Augusto Peres,  disse que as notificações foram necessárias por causa da grande quantidade de produtos que apresentaram contaminação, somado aos fatores de risco para a saúde da população.

O Ministério Público do Trabalho e do Meio Ambiente está fazendo um trabalho de fiscalização junto aos fornecedores, para tentar coibir   a exposição do trabalhador agrícola aos prejuízos causados pelo uso indevido dessas substâncias e ainda pelos danos ambientais nas áreas de plantio.

A pesquisa, que faz parte do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos  em Alimentos (PARA),  constatou que 11 supermercados do Estado estão com índice insatisfatório em torno de 23,74%, abaixo do índice nacional que é de 29%. A equipe de nutrição do hospital Giselda Trigueiro alertou que muitas doenças podem ser geradas pelo uso indiscriminado dessas substâncias. Uma delas é o câncer, por ser uma doença multifatorial.

“O câncer é gerado por diversos fatores, tanto externos como internos, mas as pesquisas indicam que o alimento tem forte influência  para acelerar ou retardar o aparecimento da doença”, declara Kaliana Martins, nutricionista.

O produto campeão em amostras insatisfatórias no RN foi o abacaxi. Produto rico em vitamina C, fibras e minerais, altamente digestivo. “Indicamos boa parte das verduras e frutas aos pacientes, de acordo com a necessidade nutricional. A ingestão deles associada aos agrotóxicos elimina por completo seu teor nutritivo, prejudicando a saúde a longo prazo”, enfatiza Aliene Loiola, nutricionista do Giselda.

Peres acredita que existem dois fatores para o aumento do uso dessas substâncias, uma delas seria a busca pelo lucro, fazendo com que fornecedores injetem mais produtos químicos na lavoura favorecendo o crescimento mais rápido, como também a colheita antes do prazo, fazendo com que o produto químico permaneça no alimento, não sendo degradado em tempo hábil pelo meio ambiente.

Fátima Rodrigues, do Centro de Informação Toxicológica de Natal, alerta para os sérios danos que esses componentes químicos causam aos seres humanos. “Grande quantidade de ingestão dessas substâncias pode provocar sérios problemas, desde vômitos até a morte, a inalação por parte dos trabalhadores da lavoura é ainda mais perigoso, causando distúrbios visuais, neurológicos, podendo levar a morte em pouco tempo.

As hortaliças e as culturas do tomate, morango e batata  utilizam agrotóxicos conhecidos como organofosforados e ditiocarbamatos, que são considerados por pesquisadores como os prováveis causadores das doenças  neurocomportamentais,  como a depressão.

Fátima afirma que existem relatos de trabalhadores, expostos por um longo período, que sentem dificuldade  para falar, ansiedade, falta de concentração e  deficit na memória.

O Centro orienta a população nos casos de intoxicação, por qualquer produto químico, no telefone 3232-7969.   

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