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Luto e luta

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No mesmo local em que conheceu o policial Daniel
Pessoa, 31 anos – uma joalheria de um shopping de Natal – a viúva
Martina Ferreira, 32 anos, viu a vida do marido ser ceifada pela
violência urbana. Com três tiros na cabeça, o PM Daniel de Oliveira
Pessoa, morreu em 31 de janeiro, de hemorragia sanguínea, no mesmo dia
em que foi atingido pelos disparos na joalheria, no setor de politrauma
do Pronto-socorro Clóvis Sarinho.
Martina Ferreira, viúva do policial Daniel Pessoa
#SAIBAMAIS#Em dois meses após a morte do parente, Martina conta como a vida mudou
“de ponta cabeça”, e relata a luta diária para seguir sem aquele que
descreve como “o amor da vida, um bom pai, um excelente marido, um
profissional exemplar e o homem que me aceitou do jeito que eu sou e me
amou como ninguém”. Com olhos marejados, Martina diz as cicatrizes
deixadas com a morte do marido jamais serão superadas. Mais de dois
meses após o crime, ela não conseguiu voltar ao trabalho.

No
final da manhã de 31 de janeiro, Martina recebeu a ligação que mudaria
sua vida daquele dia em diante. “Minha gerente me ligou, disse que tinha
tido um assalto na joalheria em que eu trabalho e que Daniel tinha
levado um tiro. Corri para lá e vi sangue jorrando da cabeça do meu
marido.  A ambulância demorou cerca de uma hora para chegar. Lá no
Walfredo, minha irmã não precisou dizer nada para eu saber que ele tinha
nos deixado. Eu entrei na sala de cirurgia, e disse o quanto eu o
amava. Foi horrível”, lembra a viúva.  Após o crime, a viúva precisou se
mudar do imóvel próprio em que morava para um apartamento alugado. “Dói
muito. Você tenta achar que aquilo não aconteceu. Eu assisto muitas
vezes os vídeos dele e eu penso que ele vai chegar a qualquer momento.
Não acredito que aquilo aconteceu com aquela pessoa, com a minha pessoa.
O luto é uma verdadeira luta do espírito contra a carne.
Espiritualmente eu sei que ele se foi”, conta Martina.

“Cadê
papai?”, é uma das perguntas que Martina escuta diariamente da filha que
tem com o policial. Até hoje, a vendedora não tem coragem de abrir as
caixas com a farda do marido. “Tive que me mudar porque tudo me lembrava
ele na nossa casa. O cheiro, as paredes, os lugares. Eu não queria que
nossa filha esquecesse o rosto dele, e vou guardar as fotos e vídeos
para que ela possa saber que o pai era uma pessoa incrível, que a amava
com todas as forças”. Martina pede justiça e segurança para os
policiais. Ela reclama da insegurança e diz que os policiais são
desvalorizados e falta de apoio as famílias que perderam parentes.

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