Alex Medeiros
Em 1965, o mundo inteiro respirava Beatles. No ano anterior, os quatro rapazes de Liverpool haviam contaminado o maior mercado de entretenimento do planeta e também maior indústria musical, os EUA. A turnê americana dos ingleses consolidou o fenômeno pop do quarteto assim que eles pisaram o auditório do apresentador Ed Sullivan, dono da maior audiência da televisão americana e cujo programa era pouso obrigatório dos candidatos ao sucesso.
Naquele 1964, o filme “A Hard Day’s Night”, dirigido pelo britânico Richard Lester, tornou-se a mais potente peça de propaganda dos Fab Four, antecipando nas telas do mundo um culto à banda que logo seria realidade, a começar pelo assédio no aeroporto de Nova York. Num cinema de Los Angeles, o filme impressionou os amigos Bob Rafelson e Bert Schneider, que de imediato trocaram a adesão à beatlemania por uma ideia de rivalidade.
Os dois amigos decidiram então copiar a fórmula exibida por Richard Lester nas telas. Filho do presidente da Columbia Pictures, Schneider era um jovem rebelde que colecionava expulsões escolares e rejeições no serviço militar.
Já Rafelson, menos periculoso, alimentava o sonho de ser cineasta. Por caminhos distintos, eles acabaram se encontrando na famosa produtora de cinema. E após o filme da turnê dos Beatles, lançaram um concurso na NBC.
O concurso consistia em selecionar quatro jovens entre 17 e 21 anos, e que estivessem dispostos a formar um quarteto musical com premeditadas semelhanças com os fabulosos britânicos de Liverpool. A ideia foi uma farra.
Mais de 500 garotos apareceram para a peneira, resultando na escolha de quatro cujos cabelos só precisaram de retoque para assemelhassem às cabeleiras de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr.
Dois já eram músicos com formação acadêmica e tinham veia cômica ao estilo sitcom da TV local. Michael Nesmith – que muita gente acha que inspirou a personagem Wally de Martin Handford – e Peter Tork, um multi-instrumentista.
Os outros, Micky Dolenz e Davy Jones, eram aprendizes de ator com alguma intimidade com o mundo pop, pois cantavam em algumas circunstâncias. Jones chegou a trabalhar na Broadway e Dolenz foi estrela de um seriado em 1956.
E foi assim que naquele 1965 foi formada a banda de pop rock The Monkees, que no ano seguinte invadiria os lares dos EUA com o seriado que ficou no ar até 1968, e foi transmitido no Brasil no fim dos anos 1960 até meados de 1970.
The Monkees foi uma série cômica, mesclada com musical, que não tinha qualquer vergonha de assumir-se navegando no vácuo do fenômeno dos Beatles. Aliás, os fãs dos ingleses pelo mundo adoravam o tom de imitação.
Não à toa, os quatro garotos macacos foram chamados de “Pre-Fab Four”, já que o sucesso da série atraiu fãs que não necessariamente estavam contagiados pela beatlemania. Um típico caso da cópia com originalidade.
Um fato incrível é que Davy Jones (morto em 2012) estava no auditório de Ed Sullivan no dia da apresentação dos Beatles, e nem conhecia suas músicas. Ele disse um dia que só gostava de imitá-los para poder conquistar as garotas.
E o mais incrível mesmo aconteceu em 1967, ano em que os Beatles lançaram o LP “Sgt Peppers” e os Rolling Stones rebateram com “Their Satanic Majestic Request”. Pois os Monkees simplesmente superaram as duas bandas nas vendas. Que luxo.
Piada pronta
Não bastassem assaltantes do erário inocentados pela Justiça e uma CPI comandada por figuras inescrupulosas, agora o Brasil tem até um comediante candidato a presidente da República e levado a sério pela imprensa dita séria.
Disfarce
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Cegueira
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Os pelegos sindicais se arvoram representantes dos professores, que na sua maioria quer voltar a trabalhar e cuidar dos seus alunos. Os militantes falam em fazer greve sem estar trabalhando; deve ser o tal “Paradoxo Paulo Freire”.
Minissérie
Nos 500 anos da primeira volta ao mundo num barco, a Amazon Prime prepara a série de 4 episódios “Sem Limite”, com o brasileiro Rodrigo Santoro no papel de Magalhães e o espanhol Álvaro Morte (da Casa de Papel) como Elcano.
Livros
Um fenômeno na tradicional Festa de Sant Jordi (São Jorge), em Barcelona, em plena pandemia. Foram vendidos mais de 1 milhão de livros, num aumento de 75% em relação a 2019. Ano passado, o vírus impediu o grande evento.
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Humilhou
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