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“Máfia Nigeriana” está em ação

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TANZÂNIA - Abdulamir Salen Yusuph

A polícia suspeita que a “Máfia Nigeriana”, um grupo criminoso especializado no tráfico internacional de drogas, com ramificações em vários países da América do Sul, inclusive no Brasil, está por trás da tentativa de envio de 156 cápsulas de cocaína de Natal para Portugal. A droga estava no estômago de dois africanos presos no último fim de semana no Aeroporto Augusto Severo. Além dessa prisão, a PF prendeu outros quatro africanos e um brasileiro, no dia 24 de outubro, em Salvador, na Bahia, quando eles tentavam embarcar para Lisboa com cápsulas de cocaína no estômago. A semelhança das prisões reforça a suspeita que a máfia está usando o Nordeste para o tráfico internacional.

As prisões em Salvador e em Natal são muito semelhantes e podem vir a colaborar com uma investigação maior, com possibilidade de desfecho em vários estados, sobre a “Máfia Nigeriana”. Nas duas prisões, africanos foram usados para levar a droga no estômago. Eles contaram em depoimento que “engoliram” a droga em São Paulo e vieram para capitais do Nordeste para embarcar em vôos internacionais com o mesmo destino: Lisboa, em Portugal. Até o tipo de embalagem da droga e a quantidade ingerida são idênticos – cada um engoliu de 70 a 80 cápsulas com 1,2 a 1,6 quilo da droga. Outro ponto semelhante é que nas prisões parte dos estrangeiros usava passaporte falso e estava no Brasil em situação irregular.

A PF da Bahia acredita que a “Máfia Nigeriana” recruta africanos residentes em São Paulo e até mesmo no exterior para trabalharem como “mulas” – transportadores  – da droga. Eles diversificaram as rotas de embarque para a Europa, usando como base o Nordeste, para evitar a intensa e rigorosa fiscalização nos aeroportos de São Paulo. Mas, eles estão se dando mal.  Somente no Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, a PF fez 23 prisões e apreendeu 52 quilos de cocaína somente este ano. No RN, no Aeroporto Augusto Severo, foram  11 prisões de estrangeiros em 2006, sendo cinco holandeses, um americano, um inglês, um equatoriano, um italiano, um tanzaniano e um somaliano, mas nem todos tinham ligação com a “Máfia Nigeriana”.

A PF do RN não fala sobre o rumo das investigações, nem sobre o teor dos depoimentos de Mussa Ahmed Abubakan e Abdulamir Salen Yusuph. A polícia informou apenas que os dois já receberam alta médica depois de terem expelido as cápsulas de cocaína e que já estão detidos na carceragem da PF, em Lagoa Nova. Absulamir receberia 2 mil dólares pelo transporte da droga e Mussa ganharia 4 mil Euros. A droga que eles levavam no estômago – cerca de três quilos – é cotada em 40 a 50 mil dólares no exterior. Os esforços, agora, são para identificar quem os contratou e quem iria pagar pelo transporte da cocaína no estômago.

Droga vem do Peru, Colômbia e Bolívia

A polícia acredita que a “Máfia Nigeriana” tem uma rede de distribuição direta com produtores de cocaína na Colômbia, Bolívia e Peru. A droga sai desses países com destino a São Paulo. Lá, a droga é embalada e depois é repassada para que os africanos engulam as cápsulas.

Os africanos, então, viajam para capitais do Nordeste, onde embarcam para a Europa como turistas. É possível que os “mulas” que levam a cocaína para a Europa retornem para o Brasil trazendo comprimidos de Ecstasy. Uma prisão ocorrida no ano passado em São Paulo reforça essa possibilidade.

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