sexta-feira, 19 de abril, 2024
29.1 C
Natal
sexta-feira, 19 de abril, 2024

Maia defende regras contra abuso de autoridade para quem ‘passa da linha’

- Publicidade -

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classificou
como “mais democrático” o projeto que criminaliza o abuso de
autoridade, aprovado na quarta-feira, 14, pela Casa, e justificou a
necessidade de haver regras devido a agentes públicos que “passam de
suas responsabilidades”. “Quem tem poder precisa responder pelos seus
atos. A lei vale para todos”, afirmou.

Rodrigo Maia recomendou que os governadores colaborem

A matéria vai agora à sanção do presidente da República, Jair Bolsonaro. Em conversa com jornalistas, Maia disse também não achar que o texto
será questionado na Justiça. “Ele (o texto) foi articulado pelo Senado
junto com servidores de todos os poderes, e ele é mais democrático – o
(texto) da Câmara só tratava do poder Judiciário e do Ministério
Público. Nós aprovamos aquele que trata dos três Poderes, todos, se
presidente sancionar, terão regras de abuso”, comentou.

A proposta prevê punição a agentes públicos, incluindo juízes e
procuradores, em uma série de situações e é considerada uma reação da
classe política às operações recentes contra corrupção como a Lava
Jato. Caberá ao presidente Jair Bolsonaro decidir se transformará em
lei.

Maia disse também que o projeto não é um “problema” para aqueles que
“não passam da linha de seu papel institucional”, e citou os recentes
acontecimentos envolvendo a Receita Federal e o Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf) – que o governo pretende transferir do
Ministério da Economia para o Banco Central.

“Para aqueles que não passam da linha de seu papel institucional não é
problema para ninguém. Nós estamos vendo crises também, o que está
acontecendo com a Receita, estamos vendo o que está acontecendo de
alguma forma com o Coaf, que está saindo do Ministério da Economia e
indo para o Banco Central pra garantir maior independência. Isso tudo
está acontecendo não é por acaso, é porque muitas vezes alguns
servidores, de qualquer um dos Poderes, passam um pouco a sua
responsabilidade”, afirmou Maia.

No início do mês, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal
Federal (STF), determinou a suspensão de todos os procedimentos
investigatórios instaurados na Receita Federal envolvendo 133
contribuintes que entraram na mira do órgão por indícios de
irregularidades. Para o ministro, “são claros os indícios de desvio de
finalidade na apuração da Receita”.

Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo em fevereiro deste ano, a
Receita Federal incluiu a advogada Roberta Maria Rangel, mulher do
ministro Dias Toffoli, presidente do STF, e a ministra Isabel Gallotti,
do Superior Tribunal de Justiça, entre contribuintes alvo de apuração
preliminar por indícios de irregularidades tributárias. Foi a mesma
investigação que atingiu o ministro do STF Gilmar Mendes e sua mulher,
Guiomar Feitosa.

Estadão Conteúdo

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas