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Mais de 90 mil pessoas esperam pela D2 no Rio Grande do Norte

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Ícaro Carvalho
Felipe Salustino
Repórteres
O Rio Grande do Norte precisa de mais de 90 mil doses de vacinas contra a Covid-19 para completar o ciclo de imunização de milhares de pessoas no Estado que ainda não tomaram a segunda dose, concluindo assim o processo de imunização contra a doença. Dessas, 87.098 doses são da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac. As outras, são da Oxford/AstraZeneca. A informação é da Secretaria do Estado da Saúde Pública (Sesap/RN). A pasta estadual  deverá ter uma previsão nesta sexta-feira (07) de quantas doses da CoronaVac serão enviadas ao Estado neste final de semana pelo Ministério da Saúde.
Milhares de idosos aguardam a chegada de doses da CoronaVac para concluírem o ciclo vacinal contra a covid-19 em todo o Estado
O levantamento foi feito pela Sesap a pedido do próprio Ministério da Saúde. Atualmente, das 87.098 doses para completar o esquema vacinal, 52.072 são para pessoas localizadas na Região Metropolitana de Natal, 3.462 na região de São José do Mipibu, 5.276 na região de João Câmara, 2.478 na região de Santa Cruz, 16.955 na região de Mossoró e Assu, 4.524 na região de Caicó e 2.331 na região de Pau dos Ferros.
Dentro desse total, segundo a Sesap, existe hoje a falta de 26.353 doses não enviadas ao Estado pelo Ministério da Saúde e um número de frascos com apresentação nominal de 10 doses que chegaram ao Estado com 9 ou 8 doses na prática, resultando assim numa diminuição de pessoas vacinadas.
“Encaminhamos o levantamento para a Saúde para possível liberação dessas doses ainda no fim de semana para os Estados. Não temos ainda a clareza se a liberação será em sua totalidade ou proporcional ao número de doses que encaminhamos. Já recebemos a pauta de remessa dessa semana, mas não consta ainda a CoronaVac. Acreditamos que é porque o MS estava aguardando esse balanço para só sexta liberar quantas doses vão vir para cada Estado”, declarou a coordenadora em Vigilância em Saúde da Sesap, Kelly Maia.
Nessa quinta-feira (06), o Rio Grande do Norte recebeu um lote de 64.500 doses do imunizante de Oxford/Astrazeneca, produzido no Brasil pela Fiocruz. No início da semana, o Estado recebeu o primeiro lote de vacinas da Pfizer BioNTech, totalizando 7.020 doses do imunizante. Para esse fármaco, a vacinação acontece exclusivamente em Natal, em virtude da necessidade de resfriamento em condições especiais.
Na avaliação de Kelly Maia, as pessoas com necessidade de tomar a segunda dose possuem intervalos diferentes entre a primeira e a segunda dose, o que não necessariamente irá implicar numa perda de efeito da aplicação inicial do esquema vacinal.
“Temos pessoas com intervalos diferentes de atraso, pessoas de um a sete dias de atraso, ou seja, já entraram no 29°, 30°, 31° dia, até pessoas com mais de 50 dias de atraso. Então, presumimos que essas pessoas ou abandonaram o esquema, ou se mudaram ou foram a óbito por algum motivo que não a vacina. Ou adoeceram e não completaram os 14 dias sem sintomas ou quando completou já não tinha mais 2ª dose para estarem tomando nas Unidades Básicas de Saúde. São vários fatores que nos leva a crer que esses números de mais de 50 dias de atraso tem outras questões, não só a falta de vacina”, destacou.
As cidades que registram maiores faltas de doses para a 2ª dose são Natal (45.032), Mossoró (11.922), Parnamirim (5.103) e São Gonçalo do Amarante (1.254). Segundo Kelly Maia, alguns desses municípios utilizaram vacinas que deveriam ser da segunda dose para a primeira, o que pode ter acarretado atraso e falta de imunizantes.
Vacinação contra a gripe segue em Natal
Quase um mês após o início, a campanha de imunização contra a Influenza em Natal segue dentro do esperado, segundo a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS) de Natal, Juliana Araújo. A média diária, desde o começo da campanha, em 12 de abril, é de 700 pessoas vacinadas, conforme informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) Natal. A meta é imunizar, até 9 de julho, 323.842 pessoas, o equivalente a 90% do público prioritário. 
“A expectativa é essa mesmo. Existe um intervalo a ser respeitado daqueles trabalhadores que receberam a vacina contra o coronavírus, que é de, pelo menos, 15 dias após a finalização do esquema vacinal. Essa finalização compreende o recebimento das duas doses da vacina contra a covid-19”, explicou Juliana Araújo.
Nesta semana, a TRIBUNA DO NORTE visitou o drive-thru do Palácio dos Esportes. Em um intervalo de aproximadamente uma hora e meia, cinco pessoas foram vacinadas. Juliana Araújo reconheceu que é um número baixo, mas atribui a isso alguns fatores, que, segundo ela, não influenciam nos índices da meta.
“Esse quantitativo [que compareceu ao drive-thru no intervalo de uma hora e meia] é baixo, mas nós estamos distribuindo a vacina in loco para evitar aglomerações. Isso ocorre com os trabalhadores da Saúde [um dos grupos inseridos como público-alvo para a etapa atual], onde nós distribuímos o imunizante diretamente nos locais de trabalho desses profissionais (em hospitais da linha de frente da covid-19 e rede de urgência e emergência, como o Samu). O objetivo é evitar aglomerações”, esclareceu Juliana Araújo.
A primeira etapa segue até a próxima segunda-feira (10), com a imunização de crianças de 6 meses a 5 anos e 11 meses, grávidas e puérperas (mulheres com 45 dias após o parto), trabalhadores da saúde e indígenas.
Na quarta-feira (5), foi a vez de Mateus, de 1 ano e 7 meses, receber a vacina. A mãe, Bruna Miranda, comentou sobre a importância da vacinação. “É primordial, para que haja uma prevenção contra o vírus da gripe e para que ele tenha uma melhor qualidade de vida no futuro. Também acho importante para que ele tenha uma conscientização do quanto é necessário se vacinar”, comentou. 
“É fundamental valorizar essa questão, porque a vacina é fruto de estudos que permitem a nós estarmos aqui, imunizando nossos filhos hoje”, complementou em seguida. A enfermeira Sâmela Alves, de 33 anos, também passou pelo drive-thru, do Palácio dos Esportes para receber a vacina. Ela ressaltou o papel do imunizante no sentido de prevenir síndromes respiratórias e de desafogar o sistema de saúde, já sobrecarregado em função da pandemia. 
“A vacina contra a gripe sempre foi muito importante, mas, nesse momento, é mais ainda. A gente tem que se imunizar, porque os sintomas gripais se confundem facilmente com os da covid-19, então, é essencial reforçar esse cuidado. Para isso, as pessoas precisam se conscientizar e procurar os postos de vacinação”, declarou a enfermeira.
Mudanças
Juliana Araújo explicou que, este ano, em decorrência da vacinação contra a covid-19, houve algumas mudanças em relação ao cronograma que estabelece a ordem dos grupos prioritários a serem imunizados contra a gripe. Os idosos com mais de 60 anos deverão começar a receber a vacina a partir do dia 11.
“A gente prioriza a vacina contra o coronavírus, por isso, o idoso não entrou na primeira etapa da campanha [contra a gripe]”, esclareceu. De acordo com Juliana Araújo, algumas questões devem ser levadas em conta na hora da vacinação contra a Influenza, como nos casos de infecção leve por covid-19 ou o surgimento de infecções agudas.
“Se a pessoa teve um caso leve [de covid-19], a indicação é que ela se vacine contra a Influenza com, pelo menos, 15 dias após estar totalmente sem sintomas. E a bula da vacina contra a gripe diz que nenhum imunobiológico deve ser administrado em caso de infecção aguda. Ou seja, se a pessoa está com qualquer sintoma (febre, dor no corpo, cefaleia forte ou coriza), é imprescindível que ela deixe esses sintomas passarem para receber a vacina”, frisou. 
Juliana Araújo reforçou, no entanto, que as pessoas não devem deixar de se vacinar. “A Influenza é uma das causas de mortes importantes ainda existentes em todo o mundo. A gripe mata muito, principalmente idosos, crianças e pessoas com comorbidades, além de superlotar os sistemas de saúde”, alertou, ao mencionar a eficácia do imunizante. “É uma vacina que já existe há décadas, então, tem sua segurança testada e comprovada cientificamente. Não há necessidade de receio de qualquer tipo de reação forte adversa”. 
Juliana Araújo esclareceu que algumas pessoas podem sentir pequenos incômodos após o recebimento da dose.  “O imunizante pode causar uma dorzinha no local da aplicação e algumas pessoas podem sentir dor de cabeça leve, mas nenhuma reação que venha a provocar uma doença ou gripe forte, como algumas pessoas citam. Quando alguém fica gripado após a vacinação, é porque já estava com o vírus incubado e o período de replicação viral ainda não tinha acontecido”, pontuou.

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