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Mais quatro, ‘tá’ ok?

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Lauro Jardim

Com Guilherme Amado e Mariana Alvim
Jair Bolsonaro, aquele que praguejava contra a reeleição durante a campanha, admite abertamente entre aliados que, se a economia reagir e o Brasil voltar aos trilhos, vai disputar mais um mandato em 2022. O resto é conversa.
Fomentador de crises
Até o início de abril, parlamentares de grande influência no Congresso diziam nos bastidores que aprovar uma reforma da Previdência que desse uma economia de R$ 1 trilhão, como sonha Paulo Guedes, seria o mesmo que fazer de Jair Bolsonaro um candidato imbatível em 2022, tal a quantidade de investimentos que jorraria no Brasil. Assim, achavam mais adequado uma reforma mais modesta para evitar a reeleição do capitão. Só que depois de tanta trapalhada do governo, essa mesma turma já avalia que dá, sim, para passar uma reforma de R$ 1 trilhão. Motivo: Bolsonaro, um fomentador de crises quase diárias, não teria condições de ser um candidato competitivo.
Oi, aqui é o Bolsonaro
O episódio Gustavo Bebianno, em que a lavagem de roupa suja entre presidente e ministro foi exposta em rede nacional, não ensinou nada a quem deveria. Bolsonaro continua usando os áudios de Whatsapp como ferramenta de comunicação. Cabe de tudo nas gravações: de orientações sigilosas a ministros a promessas e recados poucos educados a congressistas. Tudo pelo aplicativo, armazenado no celular alheio, pronto para ser usado como e quando o interlocutor presidencial decidir.
Haja fé  
Jair Bolsonaro continua acenando aos evangélicos com a mudança da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. Mais do que isso: numa conversa recente, disse que vai concretizar a promessa até o fim do ano. Haja fé para crer.
Uma família do barulho
A casa está perto de cair para quem durante décadas operou com Dario Messer, o doleiro dos doleiros, foragido desde maio do ano passado, quando foi deflagrada a Operação Câmbio, Desligo, uma das fases da Lava Jato fluminense. Messer está fechando sua delação premiada com o MPF. Mais do que isso: sua mulher, Rosane, e os filhos Dan, Denise e Deborah e até um genro já estão com suas delações assinadas e homologadas pela Justiça. No acordo negociado para Dario, R$ 240 milhões terão que ser pagos. Sua mulher e filhos também serão multados em pelo menos outros R$ 200 milhões. O pagamento, neste caso, será em dinheiro, joias e obras de arte. Estima-se que Dario Messer tenha aberto 3 mil offshores em 52 países. O banco que controlava em Antígua, o Evergreen, tinha 429 clientes entre políticos, esportistas e empresários.  
Contra a parede
O cerco sobre Dario Messer se fechou em várias frentes. Num acordo da Justiça brasileira com a do Paraguai (Dario tem dupla nacionalidade, brasileira e paraguaia), ficou definido que os cerca de R$ 410 milhões que o doleiro possui naquele país serão bloqueados. Metade desse valor será repatriado para o Brasil, a partir de uma decisão do juiz Marcelo Bretas.
Iguais em tudo 
Outros dois doleiros presos (e depois soltos) na Operação Câmbio, Desligo, os irmãos gêmeos Marcelo e Roberto Rezinski também caminham na mesma direção. Marcelo já fechou sua delação com o MPF. Roberto está quase lá.
Valorosas confissões
As delações firmadas pela PGR renderam aos cofres públicos quase R$ 1 bilhão em cinco anos. Desde 2014, foram contabilizados R$ 980 milhões em multas aplicadas aos colaboradores pessoas físicas – fora a conta bilionária dos acordos de leniência assinados por empresas.
Saia de cena  
Fernando Henrique Cardoso confidenciou a um amigo que considera uma trapalhada sem tamanho a estratégia adotada por João Doria de defender Jair Bolsonaro publicamente, uma vez, sim, outra também. Para FH, o preço da lealdade ao capitão recairá sobre Doria na medida em que a avaliação do governo for para o espaço.
Câmera ligada  
A conversa de duas horas que Luciano Huck teve com o general Villas-Bôas há dez dias foi toda gravada pelo apresentador. Não para ir ao ar no “Caldeirão”, mas como um documento histórico.
Promessa renovada  
Constatação: desde que o governo iniciou, não se passa uma semana sem que Jair Bolsonaro fale em estreitar suas relações com o Congresso, uma intenção que nunca se concretiza.
Enfia no… cofre  
Enquanto provoca polêmicas, boa parte delas escatológicas, Olavo de Carvalho fatura nas livrarias. Só “O imbecil coletivo” (2013) e “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota” (2018), ambos editados pela Record, venderam 400 mil exemplares nos últimos seis anos. O mais recente tem vendido uma média de três mil cópias por mês desde janeiro.
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Algumas características unem Jair Bolsonaro à Dilma Roussef, como o nível de aptidão para a política e a frequência com que falam quando deveriam silenciar. Assim como a gerentona, o capitão não lida bem com a liturgia e costuma exibir seu arsenal de palavrões durante reuniões oficiais.
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