No novo e nono filme de Quentin Tarantino, o diretor mergulha na própria infância para imprimir um recorte da sua cidade Los Angeles no final dos anos 1960, oferecendo ao público um quadro carinhoso pintado com a sua saudade.
Como um adulto a brincar na visita emocional ao menino que já foi, Tarantino brinca com o passado de Hollywood e com a cena cultural da época reescrevendo parte da história com um devaneio em modo de licença poética.
E a releitura daquele tempo se situa principalmente em torno da Sharon Tate representada na atriz Margot Robbie, dimensionada na obra além do currículo real, num culto do diretor para o salvamento e perpetuação da bela mulher.
No meio de um caleidoscópio de referências aos anos da sua meninice em Los Angeles, Tarantino inseriu duas figuras fictícias e ao mesmo tempo protagonistas, o ator decadente Rick Dalton e seu dublê bad man Cliff Booth.
Algumas semelhanças dos personagens de Leonardo DiCaprio com os astros do passado presentes no film, como Steve McQueen, Burt Reynolds e Clint Eastwood, podem não ser apenas coincidências na forma de homenageá-los.
DiCaprio e Pitt dominam o filme, comprovando mais uma vez de forma soberba a realidade de dois monstros que até tão pouco tempo eram retratos das novas gerações de uma Hollywood reinventada por figuras como ele, Tarantino.
Aliás, o Tarantino clássico dos banhos de sangue demora a mostrar as garras até o final. Antes, porém, é uma narrativa doce e hilária da Los Angeles de sexo, drogas e rock ‘n’ roll, num cenário multicor e uma saudosista trilha sonora.
Tem razão os familiares de Bruce Lee na irritação pelas cenas da briga com o dublê Cliff Booth. O dragão chinês tomando uma surra humilhante de um ex-soldado não pode ser, de fato, uma maneira apropriada de ser referenciado.
E para eternizar Sharon Tate e nos remeter aos filmes icônicos Pulp Fiction e Kill Bill, a pancadaria se instala, o sangue jorra e a violência característica impera de forma bruta e cínica, perfeita para queixumes de pacifistas e feministas.
Impossível não lembrar Uma Thurman diante daquilo e da loira grávida dentro da camisa com número 17. E é a filha de Uma, no papel de uma flower child de Charlie Mason, que foge para depois testemunhar a história. Ou a versão.
Falta de simancol do Cinemark em fazer a clientela assistir quase meia hora de propaganda e poucos trailers numa sala em que o filme em cartaz tem a duração de duas horas e quarenta minutos. Uma chateação desnecessária.
O governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel determinou a promoção dos atiradores de elite em ação para conter o criminoso que ameaçou incendiar um ônibus na ponte Rio-Niterói com os reféns dentro. O povo aplaudiu a Polícia.
Mimimi
Assim que se descobriu que o criminoso tinha uma arma de brinquedo, as bancadas da GloboNews e BandNews FM passaram a criticar a ação policial. Como se o sequestro, a gasolina e a faca fossem também inofensivos.
Sindicalismo
A posição pelega do sindicato dos professores está provocando movimentos rebeldes na militância petista que não segue Fátima Bezerra. E já se ensaia a possibilidade de Janeyare Souto, líder do Sinsp, formar chapa no Sinte.
Jabutis
Houve um tempo em que adesões políticas ocorriam por interesse partidário ou ideológico, quando as alianças visavam o poder. Agora, salta-se da esquerda pra direita por pura motivação pessoal e alguns penduricalhos familiares.
500 dias
Dia histórico ontem com bastante destaque nas redes sociais. Enquanto militantes do PT, PCdoB e assemelhados criticavam, as tropas opostas festejavam os 500 dias de Lula nmaa cela da Polícia Federal em Curitiba.
Fake news II
São incontáveis as charges criadas por aqui e divulgadas como sendo do jornal francês Charlie Hebdo. A tática dos artistas de encomenda já estampou piadas com Lula, com Dilma e com Temer, e agora prossegue com Bolsonaro.
Dybala no PSG
O ex-lateral brasileiro Leonardo, hoje um dos diretores do Paris Saint-Germain, declarou que no atual momento a grande prioridade do clube francês é tentar trazer o craque argentino Paulo Dybala, o camisa 10 da Juventus da Itália.