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Malthus, a epidemia e o mercado

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Alcyr Veras
Economista e professor universitário            
Um imperceptível vírus aterroriza o planeta, desafia a ciência e ameaça continuar dizimando um elevado e crescente número de vidas humanas. Ao longo de sua história, o mundo viveu horrores com a perda de milhões de vítimas letais, provocadas por doenças altamente epidêmicas como a Peste Negra, o Cólera, a Tuberculose, a Varíola, a Gripe Espanhola, a Febre Amarela, o Ebola, entre outras.
Durante o século dezoito, período das profundas transformações sociais e econômicas advindas da Revolução Industrial, que causara desemprego e outros problemas urbanos, o então polêmico economista e pastor anglicano Thomas Robert Malthus, trazia para discussão o seguinte questionamento sob a forma de pergunta: o mundo estaria, naquela época, com excesso de gente ou com insuficiência de alimentos?  Baseado nessa temática, Malthus escreveu sua principal obra “An Essay on the Principle Population.”   
Para ele, a produção de alimentos estava crescendo em progressão aritmética, enquanto que, ao mesmo tempo, a população crescia em progressão geométrica. Esse descompasso acarretaria crises irreversíveis de pobreza e fome generalizadas. As sombrias previsões de Malthus chegaram ao ponto extremo de admitir que as pestes, epidemias e as guerras eram formas naturais de dizimar parte da população, e com isso, restabelecer o equilíbrio entre a produção de alimentos e o crescimento demográfico. Mais tarde, entretanto, o célebre sociólogo Karl Marx contestou a tese Malthusiana ao dizer que ela ignorava a estrutura social da economia e as possibilidades criadas pela tecnologia utilizada na produção agrícola.
A eclosão do novo CORONAVÍRUS provocou alterações nas Bolsas de Valores e no Câmbio em vários países. Isso aconteceu porque, atualmente, estamos vivendo numa economia aberta, globalizada, em que o mundo tornou-se um único território plano, onde o fator mais importante é a competitividade dos preços. E a competitividade depende essencialmente do valor da moeda. Hoje, cada país vive permanentemente de olho nas variações do valor das moedas dos outros países. Ao menor movimento oscilatório, eles valorizam ou desvalorizam suas moedas, dependendo, é claro, do comportamento do mercado financeiro e da atração da taxa de juros.
Os preços hoje não se baseiam somente nos custos de produção. A China, por exemplo, é o único país do mundo que opera com os menores custos de produção, devido a sua mão de obra superabundante e barata. Mas, não é só por isso que seus preços são os mais baixos do planeta, é porque ela desvalorizou exageradamente sua moeda.
Chegamos, hoje, ao limiar da casa de sete bilhões de habitantes em todo o globo terrestre. É certo que o vírus causará grandes estragos na economia mundial. Mas, ainda é muito cedo para se dimensionar o tamanho da recessão econômica em todo o mundo. Estima-se que mais de 25 milhões de pessoas perderão seus empregos, embora que temporariamente. Prejuízos incalculáveis de empresas que deixarão de produzir e de vender. E um gigantesco volume de dinheiro em impostos que não serão arrecadados. O governo brasileiro anuncia medidas de efeito pouco compensatório como a ampliação do crédito, diminuição da taxa de juros e subsídios às microempresas e a trabalhadores autônomos. Devido a recessão, o PIB poderá ter crescimento ínfimo ou negativo. 
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