Manaus (AE) – Diretor de operações do Comitê Organizador dos Jogos do Rio/2016, Marco Aurélio Vieira participou de reunião com o governador do Amazonas, José Melo (Pros), e com o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), para conversar a respeito da possibilidade de a Arena Amazônia receber partidas da próxima Olimpíada. Marco Aurélio Vieira entregou aos políticos manauaras o caderno de encargos para as sedes de futebol dos Jogos Olímpicos e disse depois, em entrevista coletiva, que Manaus é uma das candidatas. A declaração vai ao encontro da afirmação do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, que duvidou da hipótese por Manaus ser muito longe do Rio.
“Logicamente que a Fifa tem o poder de veto. Ela pode vetar, caso ela considere que a cidade de Manaus não tem condições de sediar o torneio. Mas a Fifa também disse que todos os estádios que realizaram a Copa do Mundo têm condições de realizar o torneio de futebol dos Jogos Olímpicos”, afirmou Marco Aurélio Vieira, que foi comandante da 12.ª Região Militar da Amazônia e tem o título de cidadão amazonense.
Inicialmente, cinco cidades receberão partidas de futebol na Olimpíada: Rio (Maracanã), Salvador (Fonte Nova), Belo Horizonte (Mineirão), Brasília (Mané Garrincha) e São Paulo (estádio não indicado). Uma sexta sede também deverá ter partidas. A Fifa defende que São Paulo ou Rio tenham dois estádios, enquanto que Porto Alegre (com Arena Grêmio e Beira-Rio) e Manaus (Arena Amazônia) concorrem pela indicação.
Poluição
A meta de sanear 80% da Baía de Guanabara até os Jogos Olímpicos de 2016 está descartada, afirmou o novo secretário estadual do Ambiente do Rio, André Corrêa. O compromisso foi assumido pelo governo Sérgio Cabral (PMDB) durante a campanha para a escolha do Rio como cidade sede da competição.
“Não vai acontecer”, disse Corrêa de forma taxativa durante entrevista coletiva sobre a situação de abastecimento de água no Estado. Questionado se as autoridades olímpicas já foram informadas a respeito do descumprimento da meta, o secretário afirmou que “não cuidou disso”.
Pelos cálculos da secretaria do Ambiente são necessários R$ 10 bilhões somente para universalizar o saneamento básico dos municípios no entorno da Baía de Guanabara. O secretário criticou o programa de despoluição da Baía de Guanabara, adotado após a ECO-92, afirmando que o volume financiado nos últimos anos, cerca de R$ 1,2 bilhão, não é nem 1% do necessário. Para Corrêa houve um erro quando se comunicou à população que o programa despoluiria a baía.
Apesar de descartar o cumprimento da meta, Corrêa afirmou que não há risco de doença para os atletas porque a qualidade da água nas raias que serão usadas para competições de vela é uma das melhores da Baía de Guanabara e que a maior preocupação é com o lixo flutuante, que costuma invadir o ambiente e pode atrapalhar os atletas.