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Mando manso

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Cena Urbana – Vicente Serejo
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Manxa é autor do painel na área externa do prédio da Reitoria da UFRN
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sem lhe negar o padrão de qualidade acadêmica que conquistou, vive hoje sob os cúmulos e nimbos que ensombram sua transparência e escondem um fisiologismo polido com a austeridade de suas togas. Em quase três décadas de um mesmo mando, parece democrática e, no entanto, é hoje a mais próspera capitania hereditária nutrida por um poder ilustre que passa de um reitorado a outro sem o crivo salutar da renovação.  A cronologia dos fatos consagra a tese. São três mandatos diretos do professor Ivonildo Rego, geradores de quatro outros mandatos de três vices reitores, depois reitores, perfazendo sete gestões ou 28 anos de poder. De mandatos conquistados pelo voto, sim, mas costurados em torno da liderança de Rego e apoiado em três eixos financeiramente fortes, centralizados pelo grupo de poder e distribuidores de prestígios: Funpec, Laboratório Lais e o Instituto Metrópole Digital.  
O mais competente no projeto de poder do grupo que hoje controla a maior e mais forte  instituição pública do Estado, é uma requintada retórica de sacralização que imuniza a UFRN das visões críticas que tentam prosperar dentro e fora dos seus muros invisíveis para os leigos. Os antolhos começam no campo interno, na pasmaceira de um lugar hoje sem vida política, e vão até à bancada parlamentar que libera as gordas emendas e assim obtém atestado de boa conduta.
A Universidade é um território fechado, mas não parece. Tão fechado, e tão sem líderes de visão critica, que o mando atua em todos os setores – acadêmico, administrativo, financeiro e jurídico. Um modelo perfeito. Nada foge ao controle do grupo, inspirado pelo ex-reitor Ivonildo Rego que sabe manter sua vontade através das vozes de três reitores domesticados no eito de sua articulação, distribuindo recompensas – de pro-reitorias a cargos, projetos e bolsas de pesquisa.
Um detalhe atesta o critério da cuidadosa estratégia do grupo de mando: a escolha de nomes ao longo das gestões. Contam com boa representação junto aos seus centros acadêmicos; qualificação para o cargo e, principalmente, uma fidelidade absoluta ao comando central que é exercido pelo ex-reitor Ivonildo Rego, hoje na direção do Instituto Metrópole Digital, a segunda maior estrutura do sistema, além da Funpec, janelas abertas para o lado de fora dos seus muros. 
O poder, sustentado pelo jogo de prestígios, sofreu agora no caso Funpec o primeiro teste de opinião pública. Ninguém pode duvidar da lisura, mas o episódio flagrou a manipulação para a perpetuação do poder a cada mandato. Revelou que os conflitos internos são maiores do que julgava a vã filosofia magnífica. Na moeda do mando também é assim: quem detém a produção dos meios de prestígio detém a capacidade de reprodução desses meios de prestígio: o poder.
PALCO
CHARADA
Já anda tão renhida a disputa pela vaga do quinto constitucional, no TRT, que as línguas ferinas citam o recrudescimento da Dama de Espada como rescaldo dos combates. Será?

AVISO

Tem gente temendo que o ex-governador Fernando Freire, agora em prisão domiciliar, tenha mesmo um livro de memória contando histórias de quando era o dono do poder no RN.

ROMBO

Não é real o rombo de R$ 4,5 bilhões nas contas oficiais e herdadas do governo Robinson Faria. O buraco tem profundidade somada: R$ 2,5 bilhões. O que ainda é muita grana.

REAÇÃO

Os trabalhadores da área médica reagem à recomendação do TCE contra as parcelas de periculosidade e insalubridade. Lutarão. Vão mostrar que reduz em cerca de 30% os salários.
AVISO – O PDT já sabe: a chegada de Álvaro Dias é inevitável. E o MDB sabe que não é fácil ter o apoio do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves. Aliás, Carlos tem convite do Cidadão, ex-PPS.

ATENÇÃO

A governadora Fátima Bezerra precisa aprovar o teto. Do contrário não cumprirá o rol de exigências do governo federal para liberar o empréstimo da salvação de R$ 1,1 bilhão.

ESTILO

Não foi por patriotismo que o coronel e deputado Azevedo deixou rapidamente o quadro do PSL bolsonariano. Foi por ambição. Queria presidir – e mandar – no diretório de Natal.

É…

A mesma coisa com o vereador Cícero Martins. Não deixou o PSL pelo gosto militarista do partido. Ele queria mesmo era ter a presidência municipal, hoje com a vereadora Eleika Bezerra.
CAMARIM
TETO
Engasgou no Poder Judiciário a proposta do governo estadual do teto de despesa como está na mensagem em discussão na Assembléia Legislativa. A magistratura não aceita que o seu duodécimo só tenha 70% sobre o aumento de receita arrecadada ao longo do exercício anterior.

APOIO

A proposta tem apoio do próprio Poder Legislativo, do Ministério Público e Tribunal de Contas, mas parou nas togas magistrais. O judiciário alega que já sofreu cortes nos valores do duodécimo e que mais uma redução levaria o poder a ter restrições no seu próprio desempenho.

IMPASSE

A posição dos magistrados gerou até agora o impasse político diante da decisão da AL de não levar posições conflitantes ao plenário. Seria submeter o Judiciário ao risco de uma derrota. Só negociando antes. O duodécimo é constitucional e a Justiça pode fazer valer a lei. 
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