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Mantega desvincula quebra de sigilos da campanha

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Rio de Janeiro (AE) – Além de desvincular a quebra de sigilos na Receita Federal com a campanha eleitoral deste ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que não foi apenas o sigilo de algumas pessoas com vinculações políticas que foi quebrado. Sem quantificar este universo, ele revelou: “Na verdade, não foi só o sigilo de algumas pessoas com vinculações partidárias que foi quebrado. Foi um número muito maior. Portanto, isso tem que ser investigado e está sendo investigado por uma comissão de sindicância com toda serenidade possível.”

Ministro Guido Mantega afirma que não há sistemas invioláveisEm entrevista coletiva em São Paulo, o ministro voltou a dizer que não há sistema invioláveis. “Outro dia, aqui no centro de São Paulo, você podia comprar disquete até com informações de bancos privados, portanto, não é fácil, mas nós temos que nos aperfeiçoar.”  Ele disse já ter recomendado à Receita Federal que mude o seu sistema de segurança. “Nós vamos aperfeiçoar (o sistema) para dar mais segurança aos contribuintes.”

Apesar da repercussão do fato, Mantega disse que o caso está sendo investigado por uma comissão de sindicância “com toda serenidade possível”. Segundo ele, as informações têm sido trazidas ao público, “tanto que todos os dias existem novas notícias nos jornais”. Ele garantiu que o governo tem melhorado o sistema de segurança da Receita.

Mantega disse também que vazamentos já ocorreram no passado. “Quando isso ocorre, a gente detecta o vazamento, coíbe, pune e muda o sistema.” Mantega, porém, lamentou: “Infelizmente os contraventores acham uma forma de furar o sistema.”

O caso da violação de dados sigilosos de quatro pessoas ligadas ao alto escalão do PSDB e da empresária Verônica Serra, filha do presidenciável tucano José Serra, voltou ao ar durante o horário eleitoral de hoje.

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), candidato ao governo de Pernambuco, usou o horário na TV para, em nome da oposição de Pernambuco, fazer o “mais veemente protesto contra essa ignomínia”, como definiu a quebra de sigilo fiscal da Receita Federal. “É lamentável”, diz. “Isso só existe em regimes autoritários, em regimes ditatoriais.”

O governador de Minas Gerais e candidato à reeleição, Antonio Anastasia (PSDB), também condenou a violação dos sigilos fiscais de pessoas ligadas a Serra. Anastasia disse que vê com tristeza a utilização de dados da Receita para uma “batalha suja, uma batalha de coisas baixas, que não é próprio da política”.

Lula rebate declarações de José Serra

Esteio (AE) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu ontem as declarações do candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, sobre os alertas que teria feito a Lula a respeito de informações sigilosas de Verônica Serra circularem na internet. Durante a 33ª Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer) em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre (RS), o presidente disse que “tem coisas mais sérias para cuidar em vez de estudar as dores de cotovelo do Serra”.

Segundo Serra, blogs de apoio ao PT e à candidata do partido, Dilma Rousseff, estariam divulgando informações sigilosas contidas na declaração do Imposto de Renda de Verônica e que ele teria feito esse alerta a Lula em janeiro. “Não tem nada de mais que a internet publicou”, respondeu Lula. 

Lula disse ainda que o Brasil vive em “uma democracia e nós precisamos aprender a respeitar”. “Querer que eu censure a internet não é meu papel.” O presidente insinuou que o candidato do PSDB estaria usando o episódio para atrapalhar a candidatura de Dilma.

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